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Belo Horizonte 12\01\1987

Por:   •  30/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.081 Palavras (5 Páginas)  •  431 Visualizações

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 Belo Horizonte – 12/11/1897(inauguração)

ANTECEDENTES

Durante século XVIII, o extrativismo mineral se fundamentava como atividade e atrativo de povoamento na Capitania de Minas Gerais. O esgotamento desse recurso contribuiu para a conversão da agricultura e criação de gado nas suas principais atividades econômicas.
Em 1889, quando foi proclamada a república, Ouro Preto, capital de Minas Gerais até então, não tinha condições econômicas  e geográficas de desenvolvimento, devido ao esgotamento do ouro, o relevo selvagem que circundava a cidade dificultava a expansão e sua localização, fora do eixo de circulação, impedia sua integração com as zonas de exploração agrícola.

A energia de Afonso Pena venceu as resistências locais e o poder legislativo votou a lei, em 1893, que estabelecia um prazo de 4 anos para que a capital fosse totalmente transferida para a cidade, que surgiria no antigo local chamado Curral D’el Rey, rebatizado como Belo Horizonte.

As vantagens da posição de Belo Horizonte eram:

  • Estava situada no centro geográfico de Minas Gerais,
  • Dista-se de Ouro Preto apenas 100km, o que facilitava a supervisão dos trabalhos e a mudança, acessível por todos os lados,
  • A localização tinha todos os fatores para passar todas as vias de circulação que cortassem Belo Horizonte
  • O relevo não era um obstáculo para constituir uma grande cidade, pelo contrário podia trazer-lhe uma certa diversidade.
  • Os cursos de água numerosos forneciam a água necessária.
  • A altitude de 800 m num país e condições climáticas excelentes para um país tropical.

O sucesso alcançado justificou os acertos dessa visão.

O prazo curto foi comprido para implantação da cidade, a cerimônia teve lugar em 12 de dezembro de 1897 e não se tratou de um ato de princípio.  A cidade havia tomado forma e capacidade para funcionamento.

Quatro nomes dominaram esse empreendimento: Afonso Pena (até 07/11/1894), seu sucessor Bias Fortes, presidentes da província, cuja vontade de levar as coisas a bom termo assegurou o poder político e os meios econômicos necessários, Aarão Reis e Francisco Bicalho, ambos engenheiros, que dirigiram a “COMISSÃO DA CONSTRUÇÃO” da nova capital, órgão subordinado apenas ao presidente da província. Em matéria de urbanismo Aarão Reis dominou essa tarefa, embora não tenha ficado nessa posição por muito tempo por motivos de saúde, pois foi ele quem elaborou o plano da cidade em 1894.

  • O TRAÇADO adotado por Aarão reis superpunha uma dupla trama ortogonal rígida, cujas malhas estavam orientadas em dois sentidos diversos.
  •  A rede de base desenhava ruas retilíneas que se cortam em ângulos retos e quarteirões quadrados semelhantes em todas as dimensões.

  • Ela foi completada por um sistema de AVENIDAS LARGAS, DIAGONAIS, que constituíam uma rede menos fechada do que a anterior, mas tão rigorosa em sua clareza e regularidade.
  • A conjunção dos dois elementos respeitava o princípio do tabuleiro de xadrez, fazendo nele as correções necessárias para remediar seus inconvenientes: a mutiplicação dos eixos de direção reduzia distancias e evitava deslocamentos em linha quebrada, quebrava a monotonia das quadras iguais.
  • Aarão Reis recusou-se entregar um plano todo definido.  A proposta do bulevar circundante, a Av. do Contorno, desempenha o papel exatamente desta flexibilidade de questão e integra-se a composição com facilidade.

 [pic 1]

 O plano foi modificado um pouco durante as obras, as mudanças perceptíveis até os dias “atuais” déc. 60.

  • O PARQUE foi reduzido e disposto segundo uma orientação diferente. O quadrado perfeito, flanqueado nos cantos e nos lados por uma série de praças geométricas, desapareceu totalmente; contraste entre o RIGOR do traçado da CIDADE e a LIBERDADE desse local de repouso com traçado mais orgânico foi notavelmente atenuado.
  • Os demais JARDINS PÚBLICOS não foram executados, nem a maioria das praças, que deveriam ser constituídas por espaços de um ou dois quarteirões inteiros ou metades deles, o que não alterariam o traçado geral. Só a PRAÇA DA LIBERDADE foge desse protótipo, na medida em que se encontra no eixo de uma artéria e modificando sensivelmente as dimensões dos quarteirões vizinhos, essa condição ESPECIAL, tem por objetivo destacar o significado do local, concebido para servir de moldura ao palácio do governo. PRAÇA DA LIBERDADE – desenho mais ordenado, alusão barroca.
  • Todas as PRAÇAS propostas tinham por objetivo abrigar os EDIFÍCIOS PÚBLICOS essenciais, propositalmente dispersos a fim de emaranhar ao máximo a trama urbana e desempenhar o papel de perspectivas axiais a valorizar as artérias nobres. Mas na execução dos edifícios públicos foram agrupados em torno do palácio presidencial, formando um verdadeiro paço, que viria ser um habito duradouro na arquitetura contemporânea brasileira.
  • A concepção do projeto seria uma mistura de tradições americanas e européias em matéria de urbanismo
  • Tabuleiro xadrez – EUA
  • Amplas artérias obliquas, preocupação com as PERSPECTIVAS MONUMENTAIS – EUROPA/HAUSSMANN.
  • Os objetivos de obter uma cidade arejada, ordenada, não isenta de grandeza natural foram atingidos, contudo não foram reforçados pela mediocridade da arquitetura das primeiras décadas.
  • FALHAS: o plano ignorou o relevo, o que gerou um incoveniente, em alguns casos, as ruas e avenidas abordam os morros no seu sentido de maior inclinação, tornando-se perigosa com a circulação dos automóveis. O ângulo de inclinação das quadras dificultam a visibilidade dos automóveis nas ruas.
  • O que era um problema inicialmente, os terrenos, triangulares na ponta das quadras, com o advento do concreto armado, começou a ser utilizado em seu potencial, devido a possibilidade de adaptação a esse tipo de terreno e valorizou os principais cruzamentos.

O projeto de Aarão reis atualmente não compreende nem 5% da cidade, se constitui como o centro da aglomeração.  Essa aglomeração explodiu verticalmente e horizontalmente em uma década ( 50-60). Apesar do engenheiro não ter previsto tamanho desta expansão, discute-se que a proposição do programa para a cidade já era em si, bastante ambiciosa e que tal crescimento, segundo Yves Bruand, não teria como ser previsto no século XX, nitidamente anterior a renovação profunda dos princípios do novo urbanismo contemporâneo.

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