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Comunidade Terapêutica no Ribeirão da Ilha Florianópolis - SC

Por:   •  15/4/2020  •  Monografia  •  946 Palavras (4 Páginas)  •  134 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS/ONU), “droga é qualquer substância capaz de alterar a função dos organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento” (Apud SANCEVERINO & ABREU, 2004) . As substâncias psicoativas são aquelas aptas a transmutar as atividades do Sistema Nervoso Central, aumentando-a (estimulantes), reduzindo-a (depressoras) ou alterando a percepção do indivíduo (perturbadoras). Dentro das substâncias psicoativas, as mais procuradas são aquelas que propiciam efeitos prazerosos, levando ao seu uso abusivo ou dependência. Estas, usualmente, são as chamadas Psicotrópicas. O Escritório da Organização das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, 2004) alerta que há uma escalada de crescimento do mercado de substâncias ilícitas (psicoativas) em todo o mundo. Em parte, além das causas multifatoriais, que serão tratadas neste trabalho, com destaque para os aspectos psicossociais, o estímulo ao mercado mundial de drogas ocorre porque há grande lucratividade na operação. Estima-se que a cada dólar investido na produção de psicoativos ilícitos– como maconha, cocaína, ecstasy, crack e heroína – um único dólar pode se transformar em sete, com as vendas no atacado e 25 dólares no varejo (JIFE, 2013).

Todavia, o retorno financeiro e social com o tratamento também é promissor, apesar dos efeitos destruidores do mercado de psicoativos ilícitos nas instituições sociais, famílias e pessoas. Pois, a cada dólar investido em tratamento, há um retorno de dez dólares na redução dos custos com crime e com saúde. Heroína, cannabis (maconha), crack e cocaína são as drogas mais frequentemente reportadas por pessoas que iniciam tratamento em todo o mundo (UNODC, 2004). Apenas um em cada seis usuários de droga em todo o mundo, atualmente em torno de 4,5 milhões de pessoas, recebe o tratamento necessário, a um custo global de 35 bilhões de dólares anuais. O cenário no Brasil, porém, é impreciso quanto ao tratamento, com dados oficialmente reportados passíveis de um amplo debate – o que veremos nas análises das estatísticas nacionais, neste trabalho. Inicialmente, por sua associação com as atividades do crime organizado, as drogas sempre foram encaradas como um problema relacionado às políticas de segurança e a abordagem tradicional procura impactar o consumo com aprisionamento em massa. Ao mesmo tempo, ainda há referências culturais tradicionais, que tratam as dependências químicas como problemas morais.

INTRODUÇÃO

A Organizações como OMS e UNODC têm, contudo, apontado para a ineficácia de uma política de aprisionamento, internação compulsória, castigos físicos e, até, eletrochoques, no tratamento dos dependentes químicos.

Em parte, a ineficácia se explica porque a prática humana de consumir drogas é um ato universal e milenar. Além disso, a associação com a política prisional ignora o fato óbvio de que a toxicomania é um fenômeno atual e mundial.

Portanto pretende-se tratar, neste trabalho, das melhores práticas no tratamento de adictos, dependentes químicos e usuários – e a própria nomenclatura utilizada para referir-se à pessoa faz parte de nossa conceituação.

Em síntese, tentamos demonstrar, como a escolha terapêutica incide sobre cada sujeito, e quais são as influências sobre as formas singulares, nas quais cada um dos seres humanos explica seus relacionamentos com substâncias tóxicas e como isto contribui para delimitar a diferença entre o que tem sido denominado de 'toxicomanias' e a prática configurada como o simples uso de drogas.

Sempre atraída por problemáticas sociais - em especial sobre aqueles temas que têm impactado a vida urbana contemporânea - a escolha desse tema nasceu de uma inquietação com os diversos problemas e soluções que enxergo sobre o uso de substâncias psicoativas.

Em especial, em função das várias e frustradas tentativas de tratamento com aprisionamento,

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