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Expansão de Lima baseada em Waisman e Lienur

Por:   •  11/12/2018  •  Relatório de pesquisa  •  710 Palavras (3 Páginas)  •  114 Visualizações

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Localizada no Peru, Lima iniciou o seu processo de expansão em 1868, quando começa a quebrar as barreiras das antigas muralhas que limitavam o seu núcleo inicial. O primeiro plano diretor da cidade aconteceu em 1972, apontando o crescimento da parte Sul, a criação da avenida Avenida Circunvalacion, o alargamento das suas ruas existentes, a abertura de novas vias, projeção de novos bairros e o deslocamento do centro governamental para uma área além dos muros.

A partir da colonização espanhola, Lima adotou uma urbanização regular com o traçado geométrico xadrez, tornando-se, ao longo do tempo, uma cidade administrativa. A razão disso deve-se pelo fato dos espanhóis terem um código administrativo para ser observado pelos povoadores, além do dinamismo da economia colonial, a qual era voltada para a cidade e não só centrado no campo, como era o caso das colônias portuguesas. É possível que a influência de modelos urbanos franceses tenha atravessado o Atlântico com uma onda de especialistas europeus contratados pelo Estado peruano, que tinha como objetivo impulsionar as politicas viárias e o plano urbano da cidade. Na virada do século XIX, a população de Lima aumentava e pelo contínuo crescimento populacional, dá-se início ao novo bairro La Victoria, construído a partir de um traçado homogêneo seguido de ruas alargadas. Começam então, a serem ocupadas áreas livres a partir do núcleo inicial em direção ao Sul.

       Em questão disso, os autores Waisman e Liernur, discorrem sobre a “contaminação cultural” que sofreram alguns países, e como isso torna difícil reconhecer uma identidade regional autêntica, uma vez que ao olhar para o urbanismo de Lima, por exemplo, não é possível achar uma particularidade local genuína, pois não estamos lidando com uma Lima milenar, mas sim com uma Lima colonial carregada de influências europeias.

Para um país que foi dominado, é difícil tentar achar uma identidade própria tendo em vista que as condições atuais são completamente diferentes das suas condições originais. Isso mostra que, para conhecer suas particularidades e criar uma cultura mais autêntica, é preciso erradicar o olhar historicista ingênuo. Isso não significa criar uma cultura do nada, pois isto é impossível, porém não é apropriado só se ater a condições concretas, também é necessário um olhar mais investigativo e complexo que consiga extrair do local, da cultura e da história, condições mais abstratas que expressem a sociedade de uma maneira mais intrínseca, consequentemente formando um quadro analítico mais autêntico, que leva a produção de uma identidade genuína.

Dessa forma, para os países da América Latina e sua consciência cultural não suficientemente definida e com o sentimento de formar a periferia no mundo ocidental, o deslocamento de ideologias arquitetônicas transforma-se em um processo de alienação que, cotidianamente, sofrem no campo social, econômico ou politico.

Para o caso do Peru deve levar-se em consideração que a cidade de Lima, capital do país, tornou-se, o principal centro político e econômico de gestão do ritmo de industrialização com suas implicações políticas na relação campo. A sequência entre a desestruturação do poder político oligárquico de base agrária e o empobrecimento da população camponesa andina e as limitações de uma nova classe política moderna para gerir as grandes migrações para as cidades e as iniciativas sociais e econômicas dos migrantes nos anos 70 e 80 determinaram os contornos de uma cidade marcada pelo fenômeno da “marginalidade” concomitante e resultante do tipo de industrialização, da concentração da riqueza e dos ingressos, do desemprego e subemprego. O centro de Lima atualmente está experimentando uma renovação explosiva e transformação arquitetônica urbana e cultural que está mudando a qualidade de vida de muitos. A periferia corresponde às áreas ocupadas pelos movimentos migratórios que chegaram a Lima de todas as regiões do Peru desde 1940. Um espírito de comunidade e cooperativismo predomina com uma influência religiosa muito diversificada. Observando o fato centro-periferia, percebe-se que, assim como a maioria das grandes cidades, Lima sofre um processo de descentramento, como cita Waisman, em que acaba-se abandonando o centro e criando subcentros ou “centros nas margens” e por este motivo deixam de ser estritamente margens e se convertem em centros mais fracos. Sendo assim, o conceito de região, aplica-se também a Lima, como um modo de entender a circunstância local, transformando a ideia de uma cultura superior (centro) em pluralismo cultural.

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