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O MODERNISMO: UM ESTILO NOVO PARA UM TEMPO NOVO

Por:   •  4/7/2016  •  Trabalho acadêmico  •  4.063 Palavras (17 Páginas)  •  338 Visualizações

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RESUMO:

O trabalho visa discorrer de forma clara e concisa a cerca do desenvolvimento do período modernista como forma de inovação e renovação da produção arquitetônica da época. Estilo que ganhou força devido ao caos em que a sociedade européia encontrava-se com o advento da revolução industrial, que trouxe consigo grandes inovações tecnológicas e urbanas aliada a graves anomias sociais (precariedade no espaço urbano, infraestrutura, saneamento, divisão espacial). Com sua simplicidade na ornamentação e foco para as reais necessidades da época, o modernismo foi considerado uma arquitetura para o povo.

No Brasil o modernismo ganha força como uma maneira de criar uma identidade cultural própria, tendo influência direta de arquitetos europeus como Mies Van der Rohe e Walter Gropius e principalmente o arquiteto franco-suíço Le Corbusier. Os principais nomes da arquitetura moderna no Brasil são: Lúcio Costa (1902-1998), precursor do modernismo brasileiro, onde por muito tempo também foi considerado um dos grandes nomes do neocolonialismo e tinha forte interesse na produção regionalista, tendo influência direta dos ideais de Le Corbusier; Rino Levi (1901-1965), com importantes produções modernistas, ainda novo teve seu trabalho publicado no jornal “Estado de São Paulo”, onde foi considerado um dos primeiros manifestos modernistas no Brasil; Gregori Warchavchik (1896-1972), trouxe consigo da europa ideais modernistas que estavam sendo difundidos, como a simplicidade da produção arquitetônica moderna como uma forma de desvencilhamento do passado; Luiz Nunes (1909-1937), arquiteto brasileiro formado pela Academia Nacional de Belas Artes, teve como diferencial o seu trabalho modernista com obras públicas enquanto trabalhou para o governo de Pernambuco; Flávio de Carvalho (1899-1973), também de grande relevância para o cenário modernista, incorporou em suas obras o abandono das regras e formas academicistas.

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Introdução

A arquitetura do século XIX se desenvolveu dentro de uma profunda contradição: a sociedade sentia a necessidade de encontrar uma linguagem arquitetônica própria que atendesse às necessidades da época. Entretanto como o sistema construtivo que melhor atendia tais necessidades era o desenvolvido pelos novos materiais e técnicas proporcionados pelo avanço da engenharia (a qual era desconsiderada como verdadeira arquitetura), os arquitetos recorreram aos diferentes estilos do passado, e por toda parte ergueram-se edificações neoclássicas, neogóticas e neorenascentistas, sem que se encontrasse uma saída para os problemas da arquitetura. Nesse contexto, surge um novo estilo como uma tentativa de desvincular-se do passado, utilizando os novos materiais e proporcionando profundo entusiasmo na produção arquitetônica.

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O surgir do modernismo

Iniciado na Europa, o modernismo foi um movimento que envolvia as áreas artísticas e culturais. Surgido em um momento de profundas mudanças no cenário global, como a revolução industrial, Belle Époque e o desenvolvimento de novas tecnologias para a construção, o novo estilo foi uma reação ao estado cultural, social e econômico em que se encontrava a sociedade da época. Devido aos problemas gerados pelas mudanças sociais e econômicas durante a Revolução Industrial, o modernismo arquitetônico nasce na Europa para encontrar soluções geradas por tamanhas mudanças. Os projetos modernistas eram marcados pelo racionalismo e funcionalismo, além de características como formas geométricas definidas, falta de ornamentação – a própria obra é considerada um ornamento na paisagem; separação entre estrutura e vedação, uso de pilotis a fim de liberar o espaço sob o edifício, panos de vidro contínuos nas fachadas ao invés de janelas tradicionais; integração da arquitetura com o paisagismo, e com as outras artes plásticas através do emprego de painéis de azulejo decorados, murais e esculturas.

O Modernismo foi o reflexo da efervescência cultural da época. No Brasil ele surge sem a necessidade de solucionar problemas sociais, pois as obras modernistas surgem quando ainda se iniciava o processo de industrialização. Durante o período o país passou pela industrialização e por período de grande ufanismo, o que levou a busca pela arte – incluindo aqui a arquitetura – nacional, sem se prender aos padrões europeus. O movimento gerou uma nova fase estética que acabou integrando tendências que já vinham aparecendo, fixadas na valorização da realidade do país, sugerindo um descarte das tradições que até então vinham sendo seguidas tanto na literatura como nas artes. Segundo Lúcio Costa, o Modernismo brasileiro justifica-se como estilo, afirmando a identidade de nossa cultura e representando o “espírito da época”. Os principais ideais modernistas tiveram sua chegada ao Brasil só a partir da primeira década do século XX, introduzida através de manifestos como a Semana da Arte Moderna realizada em 1922 em São Paulo. O movimento Moderno não se limitou apenas arquitetura e arte moderna, pois envolveu aspectos ligados a áreas sociais, tecnológicas, econômicas e artísticas.

“As manifestações culturais e intelectuais foram intensas, e os anos 20 e 30 expressaram o sentido de renovação artística, política e social que iria marcar profundamente o século XX”. (MINDLIN, 2000, p. 9). Quando o movimento moderno se difundiu no Brasil,

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arquitetos recém graduados passaram a estudar obras de arquitetos estrangeiros como os alemães Mies Van der Rohe e Walter Gropius, porém foi arquiteto franco-suíço Le Corbusier que mais teve influência na formação do pensamento Modernista nos arquitetos brasileiros, suas idéias inovadoras tiveram uma vasta influencia no movimento em território brasileiro, sendo fonte inspiradora para Lúcio Costa, Niemeyer e outros pioneiros da arquitetura Moderna brasileira.

Lucio Costa

Possuidor de um legado na arquitetura moderna, Lucio Costa se envolveu pela arquitetura através da Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, em que se formou em 1924. O estilo que marcou seus projetos após sua formação foi o movimento neocolonial, sentimento despertado no decorrer de uma viagem a Diamantina (MG), em que ele observou a pureza e a simplicidade da arquitetura do período colonial, bem diferente dos projetos que fazia. Cinco anos depois dessa viagem, mudou radicalmente o rumo de sua atuação profissional, rompendo com o movimento neocolonial e procurando a linguagem plástica correspondente à tecnologia construtiva do seu tempo.

O arquiteto acreditava que a sociedade

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