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Corsário e pirataria

Tese: Corsário e pirataria. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  15/1/2014  •  Tese  •  6.704 Palavras (27 Páginas)  •  209 Visualizações

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Introdução

No âmbito da disciplina de História de Cabo Verde, da Licenciatura em História já no 3º ano, foi-nos incumbido de desenvolver o presente trabalho tendo como escolha do tema a Pirataria e o Corso nos sécs. XVI-XIX. Tem como finalidade tentar saber e desenvolver um pouco mais sobre a nossa História e a sua importância nos tempos que nos antecederam, principalmente quando começou a actuar no arquipélago diversas situações que foram de uma forma geral nefastas tanto do ponto de vista socio- económico como politicamente onde a Coroa portuguesa viu-se subjugado, sem força e estratégias muito precisas para evitar a decadência da Ribeira Grande, por vários factores: como a entrada de novos agentes económicos alheios à ilha que colocou em causa os privilégios até então adquiridos pelos moradores pela carta de doação de 1466, agora restringido pela carta de limitação de privilégios de 1472, a seca, entre outros e principalmente os ataques dos piratas e corsários que contribuíram para o seu declínio. Como também numa primeira fase citaremos a ilha do fogo como palco dos ataques. Os ataques de piratas e corsários estrangeiros às ilhas de Cabo Verde e a navios de comércio no arquipélago e nas costas da Guiné, começaram algumas décadas após a descoberta de Cabo Verde. No entanto no nosso trabalho iremos debruçar mais nas incursões principalmente dos corsários que coincidem mesmo com o período em estudo: séc. XVI a XIX.

Objectivo e metodologia:

A finalidade desse trabalho é ter um conhecimento mais abrangente sobre o tema, e tentar dar a conhecer quais foram os reais efeitos e consequências dessa nova realidade enfrentada pelos moradores, o porquê desses acontecimentos e transmiti-las de forma precisa e coerente. Com o auxílio das pesquisas referentes às referências bibliográficas em que foi baseado o nosso trabalho tentaremos desenvolver o tema até então estudado. Relativamente às perguntas por nós levantados que serão respondidas ao longo do trabalho.

Perguntas de partida:

 O que é o corso e a pirataria bem como as suas diferenças?

 Como e quando começou as incursões de ataques de Piratas e dos Corsários nos mares de Cabo Verde e consequentemente nos rios de Guiné?

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 Como os moradores da ilha se manifestaram face a essa nova realidade vivida aquando da chegada dos corsários?

 Quais foram as consequências que o corso e a pirataria trouxeram para o arquipélago?

Contextualização do Tema

A Ribeira Grande faz parte da maior ilha do Arquipélago Cabo Verde - Santiago, oficialmente descoberta por navegadores portugueses em 1460 a 1462. Historiadores situam essas datas na sequência de viagens de exploração da Costa Ocidental Africana, efectuadas por navegadores portugueses, sob a orientação de D. Henrique. No regresso de uma dessas viagens, António de Noli e Diogo Gomes encontram, em 1 de Maio de 1460, a primeira ilha do arquipélago, a que chamaram de São Tiago, no qual considerada como a terceira etapa da exploração da Costa Africana no âmbito da expansão europeia, apontando ao navegador português António de Noli como autor da descoberta de Santiago. O local onde se desenvolveu a Ribeira Grande, na segunda metade do Séc. XVI, caracteriza-se pelas cotas pouco acima de dois metros, limitada pelo mar e por íngremes encostas limítrofes que, chegavam a ultrapassar os 60% de declive. Devido ao isolamento no meio do atlântico, a Ribeira Grande nasceu sem que se tomassem precauções com a defesa. Ao contrário do que acontecia habitualmente na época, com os estabelecimentos portugueses na Costa Africana, a segurança dos navios devia ser a única preocupação militar inicial. Foi crescendo o povoado que, ao mesmo tempo, se alargava junto à costa, dominada por plataformas ou achadas salientes. Com o desenrolar e progressiva chegada dos moradores à ilha após a declaração dos privilégios concedidos pelo rei, o desenvolvimento do comércio, isto é a chegada de escravos dos pontos de resgates e sua exportação, como também o cultivo de algodão que serviria para a compra dos escravos, a Ribeira Grande tornou-se como um dos pontos da rede, com características próprias devido a sua posição no atlântico que lhe permitia desempenhar o papel de elo de ligação entre os espaços. Essa posição justificou o empenho e o investimento da coroa no seu espaço urbano pelo menos durante cerca de dois séculos.

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Antecedências

No final da década de 1520 e início da seguinte, operou-se uma profunda mudança no Atlântico. Portugueses e espanhóis tinham sido praticamente os únicos a percorrerem as rotas atlânticas e a comerciarem nas regiões que o tratado de Tordesilhas lhes beneficiasse. Mas não foi longe de acontecer os primeiros conflitos e atritos entre as potências pondo em causa esse tratado através de uma nova política de mar aberto.

Entretanto até meados do século XVI verifica-se um aumento no desenvolvimento e fortalecimento do sector agro-mercantil que se resume em duas actividades de peso dependentes uma das outras. É a produção do algodão que é consubstancial, pois sem ela não era permitido o resgate de escravos. E o tráfico de escravos que sem estes não seria possível a produção em massa do algodão que serviria para a escala comercial. Estes dois elementos: o comércio e a produção do algodão favoreceram o rápido povoamento de Santiago e numa primeira fase do da ilha do Fogo. O surgimento de uma elite económica, o morador-armador. A valorização da posição estratégica do arquipélago como centro de controlo da intensa actividade comercial na Costa africana. Mas a decadência dessa economia agromercantil não estava longe de acontecer, por volta da década de sessenta do séc. XVI. Verifica-se também que antes a conjuntura internacional tinha favorecido aos moradores do arquipélago com monopólio de navegação, e agora com o recuo comercial as prerrogativas dadas pela coroa aos moradores, ficam pendentes a medidas restritivas que deixou claro o reconhecimento da desaceleração expansiva da actividade comercial.

Com a entrada de novos agentes económicos a Santiago, trouxe uma grande pressão à economia, a Coroa permitiu-lhes o domínio de uma significativa área de intenso tráfico no circuito Cabo Verde/ Costa da Guiné, aliás com o tempo trouxe problemas para a Coroa porque colocou-o em risco numa situação que ela própria não beneficiava muito, já que

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