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O Racismo

Por:   •  22/11/2017  •  Resenha  •  959 Palavras (4 Páginas)  •  176 Visualizações

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA – CAMPUS BARRA

ALUNO (A): RAQUEL ROSA DE OLIVEIRA

PROFESSOR: GUILHERME JOSE MOTTA FARIA

DISCIPLINA: ANTROPOL. CULTURAL E REL. ÉTNICO-RACIAIS

CURSO: DIREITO TURNO: MANHÃ TURMA: 2DIR12B

  1. Debates Sobre o Racismo

O Hélio se expressou e argumentou de uma forma muito válida, porém discordo dele. Logo no início de seu vídeo percebo que ele se equivocou, quando diz de sua filha pode ter cota, se não me engano, o primeiro pré-requisito para ter direito as cotas é estudar em escola pública, ser negro e possuir renda familiar abaixo de um número x de salários mínimos.  O mesmo posso dizer sobre o vídeo de Pondé, que diz que ao invés de cotas raciais deveria haver cotas para escolas públicas e para baixa renda, que já existem. Essas informações estão pela metade, formaram uma crítica rasa.

Enfim, vamos supor que a minha família adotou uma garotinha negra, ela está tendo todas as oportunidades que eu e meus irmãos, brancos, tivemos, mesmas escolas, esportes e tudo mais que uma criança em formação precisa. Porém, nunca na minha vida eu vi meus irmãos acordarem chorando e dizerem que não iam para a escola porque os amiguinhos os tratavam como 'macaco' ou diziam que o cabelo deles era parecido com o de uma bruxa. Minha irmã é linda, mas essas situações na escola vêm afetando o psicológico dela, o pior é que sei que as outras crianças que assim a tratam, não têm noção do quão prejudicial isso pode ser. Então eu pergunto: são crianças com as mesmas oportunidades, mas estão se desenvolvendo intelectualmente com as mesmas condições psicológicas? Receio que não. Então, a "dívida histórica" que tanto se fala não é porque você está devendo algo que seus antepassados fizeram, mas é o reflexo dos atos dos nossos antepassados que estão presentes até hoje e se manifestam com o exemplo que dei.

A dívida histórica, eu entendo como uma forma de reparar o tipo de cultura que foi enraizado na nossa sociedade por antepassados, você pode criar um filho e dentro da sua casa nunca manifestar ato algum de racismo, porém lá fora essa criança pode ver outras pessoas fazendo, achar que é normal, e repercutir a ação por aí, com outras pessoas, é praticamente impossível ter controle sobre isso. Imagine que uma doença que se propaga a partir da água, é difícil de ser controlada porque todo mundo precisa dela, agora imagine uma doença que se propaga através das ideias, que são trocadas por pessoas diferentes, o tempo inteiro. O racismo se manifesta e se espalha dessa forma, por isso é tão difícil à coação.
Não vejo as cotas raciais como uma forma de diferenciar um indivíduo dos demais como disse Olavo de Carvalho em seu vídeo, isso tudo me parece senso comum, acho que é uma forma de nivelar os indivíduos que hipoteticamente tenham se esforçado mais para burlar os danos psicológicos causados pelos indivíduos que não passaram por isso.

  1. Documentário: Promessa de um novo mundo e o comparativo com o Rio de Janeiro

Retrata a história de sete crianças israelenses e palestinas em Jerusalém que, apesar de morarem no mesmo lugar vivem em mundos completamente distintos, separados por diferenças religiosas. Com idades entre 8 e 13 anos, raramente elas falam por si mesmas e estão isoladas pelo medo. Neste filme, suas histórias oferecem uma nova e emocionante perspectiva sobre o conflito no Oriente Médio. 

A cidade do Rio de Janeiro também é um exemplo típico dos contrastes, sendo conhecida simultaneamente como “Cidade maravilhosa” e um lugar de violência sempre latente em função de condições geográficas peculiares.
 

No texto abaixo retirado do artigo “A violência na vida cotidiana de crianças no Rio de Janeiro: uma pesquisa de campo.foram selecionados oito grupos, cada um com seis crianças, na faixa de 10 anos de idade, alunas da 4ª série do ensino fundamental, sendo quatro grupos de moradoras de uma favela (Rocinha) e o quatro grupos de crianças de um bairro de classe média/alta (Gávea) da zona sul da cidade do Rio de Janeiro:

 “A dificuldade de enxergar o outro como semelhante foi acentuada pelo abismo sócio-econômico existente entre as crianças da favela e de classe média, que não conheciam de fato uma favela. As representações do “espaço dos outros” por essas crianças foram assim determinadas em alto grau pelo imaginário social de violência veiculado na mídia, nas opiniões das pessoas, etc. Nessas representações, a favela é o lugar da estranheza, de todo o “mal”: muita sujeira, desordem, feiúra, tiroteios, traficantes, assaltantes, criancinhas drogadas, pais que batem nos filhos, arrastões. Enquanto isso, as crianças da favela, que circulam efetivamente pelo espaço dos seus “outros”, vêem o asfalto como local idealizado, mas marcado por inacessibilidade e exclusão. Estas crianças claramente se implicaram nas representações através do seu desejo, projetado nas crianças ricas que, de fato, elas imaginam usufruírem do bairro, jogando futebol, na piscina ou consumindo no restaurante ou no shopping, cheio de felizes consumidores com sacolas de compras, mas visto como lugar “proibido” ( “a gente não pode entrar lá, ficam olhando prá gente”). Também denotam revolta pelo não pertencimento identificando-se com os assaltantes: “se o cara tivesse sido educado com o assaltante e passado a grana , não teria sido morto”.

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