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A CADEIA AUTOMOTIVA MUNDIAL

Por:   •  23/11/2017  •  Artigo  •  2.743 Palavras (11 Páginas)  •  380 Visualizações

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ECONOMIA POLÍTICA III

Gabriel Klein

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Pedro Luís Mota

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Daniel Barra

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CONFIGURAÇÃO DA CADEIA AUTOMOTIVA GLOBAL: NOVOS ASPECTOS PRODUTIVOS E ORGANIZACIONAIS

Florianópolis - SC

Novembro

 2017

  1. INTRODUÇÃO:

O aspecto central das cadeias de valor é a fragmentação da produção. Hoje, mais do que nunca, isso ocorre de forma global. Essa fragmentação reduz a necessidade de uma determinada empresa se especializar profundamente em um grande número de aspectos da cadeia produtiva, e abre espaço para a colaboração entre novos membros da cadeia, que se tornam competentes em uma ou algumas poucas etapas do processo produtivo.

Esse processo se tornou nítido no setor automotivo a partir da década de 90, apesar de já apresentar traços desde 1960. As grandes empresas do setor hoje são responsáveis quase que exclusivamente pela montagem, e não mais por todo o desenvolvimento e acompanhamento da cadeia produtiva.

A tendência mundial que se consolidou nas últimas décadas está intimamente ligado ao outsourcing, e obteve absorção pelos maiores grupos do segmento. Entretanto, apresentaremos nesse trabalho um caso que contraria essa tendência, e tem encontrado espaço para crescer.

O mercado permanece extremamente concentrado, em parte graças às megafusões nesse setor que ocorreram a partir de 1990. Algumas dessas fusões geraram grandes grupos de empresas, que também serão apresentados no trabalho que segue.

  1. DESENVOLVIMENTO:

2.1. O PROCESSO DA CADEIA DE VALOR DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA:

Nos anos de entre 1980 e 1990, as relações entre fornecedores e as montadoras automotivas mudaram radicalmente, essa mudança se iniciou porque o mercado asiático estava liderando o setor com sua alta competitividade, então os fabricantes na América do Norte e Europa Ocidental começaram a reduzir seus níveis de produção nos seus mercados nacionais e começaram a transferir funções, como a de design de motores, transmissão, assentos e outras partes do interior do carro, para seus principais fornecedores.

Algumas mudanças estratégicas das montadoras foram a de começar a produzir onde se vende, criando uma relação de integração regional com os fornecedores; desenhar veículos com chassis comuns, criando uma mesma plataforma capaz de receber carrocerias de diversos tipos de modelo de carros, criando assim uma capacidade de montagem mais genérica e menos presa a modelos específicos.

A partir desse modelo os fornecedores criaram uma relação mais forte com as montadoras, devido a crescente importância das mesmas para o processo produtivo de automóveis a partir dos anos de 1990, essa importância traz uma maior responsabilidade pela parte dos fornecedores obrigando os mesmos a desenvolverem sistemas de entrega dentro da lógica do just in time para que o fornecimento nunca falhe. Os principais critérios para a escolha de seus fornecedores de acordo com as montadoras envolvem: preço, qualidade e capacidade tecnológica. Humphrey (2013) afirma que o processo de produção da indústria automobilística passou a ter as seguintes características:

1) As montadoras aumentaram a escala necessária de produção para espalhar os custos de design do veículo, mas em geral a inovação e o design ainda estão concentrados nas matrizes das indústrias, com possibilidades de

descentralizar essas atividades para outras empresas nas Cadeias Globais de Valor.

2) Grandes fornecedoras globais fornecem os principais sistemas para as montadoras e estão mais próximas destas do que os fornecedores de primeiro nível. Essas empresas precisam ter uma cobertura global, a fim de acompanhar as montadoras para vários locais ao redor do mundo. Elas precisam de capacidade de design e inovação, a fim de fornecer soluções de “black-box” para as exigências de seus clientes. Soluções de “black-box” são soluções criadas pelos fornecedores, utilizando sua própria tecnologia para atender aos requisitos de desempenho e interface estabelecidos pelas montadoras.

3) Os fornecedores de primeiro nível são as empresas as quais fornecem diretamente para as montadoras. Alguns desses fornecedores têm evoluído para a condição de grandes fornecedores globais. Fornecedores de primeiro nível requerem capacidades de design e inovação, mas o seu alcance global pode ser mais limitado, um dos principais motivos que os diferenciam dos grandes fornecedores globais. Na verdade, fornecedores de primeiro nível estão associados a produtos do setor mais intensivo em tecnologia do que os fornecedores de segunda e terceira linhas.

4) Os fornecedores de segunda linha são empresas que, muitas vezes, trabalham com projetos fornecidos por montadoras ou pelas grandes fornecedoras globais. Eles exigem habilidades de processo de engenharia a fim de atender aos requisitos de custo e flexibilidade. Além disso, a capacidade de atender aos requisitos de qualidade e obter a certificação de qualidade (ISO9000 e QS9000) é, cada vez mais, essencial para a permanência no mercado. Essas empresas podem fornecer apenas a um número limitado de mercado, mas há alguns indícios de crescente internacionalização.

5) Os fornecedores de terceiro nível são empresas que fornecem produtos básicos. Na maioria dos casos, as habilidades de engenharia rudimentares são predominantes. Nesse nível da cadeia de componentes, níveis de habilidade e investimentos em treinamento são limitados. Neste ponto da cadeia, as empresas concorrem principalmente no preço.

Houve uma mudança nas atividades de design de montadoras para fornecedores, antes os fornecedores projetavam peças prontas pensando no processo de produção em massa, porém agora eles passam a oferecer um produto mais personalizado que se adapta as necessidades da empresa.

Nesse sentido, Cruz-Moreira e Fleury (2003) sistematizaram uma tipologia de modernização industrial na qual é possível entender a hierarquia nas atividades que as empresas subcontratadas podem assumir dentro da cadeia de valor:

1. Original equipment assembly (OEA): Faccionistas ou maquiladoras: a) recebem especificações sobre produtos e processos produtivos; b) recebem insumos e componentes semiacabados; c) realizam atividades simples de montagem; e d) retornam o produto ao cliente para outras operações.

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