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A Crise da Parmalat

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Por:   •  13/8/2014  •  Artigo  •  1.572 Palavras (7 Páginas)  •  735 Visualizações

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A Crise da Parmalat

Desde sua fundação Parmalat Brasil S/A, jamais apresentou qualquer resultado positivo, seja ele financeiro ou econômico, sendo mantida às custas da matriz italiana através de seus enormes subsídios anuais.

Após a Intervenção Judicial ocorrida na matriz ao final de novembro de 2003, a Parmalat Brasil S/A, vendo-se incapacitada de cumprir seus compromissos financeiros, uma vez que os empréstimos bancários que nivelavam o fluxo de caixa da empresa foram suspensos.

O grupo alimentício tenta sobreviver após a revelação de um buraco multibilionário no balanço da empresa, o que gerou a prisão do fundador da companhia e de outros executivos. A crise se iniciou a partir de março de 2003, junto a uma série de acontecimentos, o vice-presidente financeiro da empresa Fausto Tonna pede demissão e é substituído por Alberto Ferraris; Luciano Del Soldato assume a auditoria. A Parmalat afirma que usará mais dinheiro para reduzir sua dívida. O lucro do primeiro semestre cai 37%, para 120 milhões de euros. A Parmalat diz que pagará 1 bilhão de euros em dívida com vencimento nos próximos três anos e promete lucratividade. A companhia informa que 2,65 bilhões de euros em ativos podem ser liquidados rapidamente, incluindo cerca de 500 milhões de euros em um fundo chamado Epicurum.

Com as ações em queda livre, a Parmalat declara "absoluta precisão e integridade" de seus comunicados financeiros. O vice-presidente financeiro Ferraris pede demissão e Del Soldato, da auditoria, assume o cargo.

O especialista em reestruturação corporativa Enrico Bondi torna-se consultor da empresa. A Parmalat não honra o pagamento de 150 milhões de euros em bônus e Del Soldato pede demissão. A agência de classificação S&P reduz o rating da Parmalat para "junk" (alto risco). A Parmalat paga o bônus com quatro dias de atraso, mas somente com ajuda de emergência de bancos e do governo italiano. O fundador do grupo Calisto Tanzi pede demissão da presidência. Bondi assume o posto e a PricewaterhouseCoopers é nomeada para revisar a contabilidade da empresa.

A companhia não honra pagamento aos investidores de sua unidade brasileira. O escândalo explode quando o Bank of America nega a existência de uma conta de quase quatro bilhões de euros da Parmalat nas ilhas Cayman.Os promotores italianos abrem um processo investigativo. O premiê da Itália Silvio Berlusconi afirma que o governo vai intervir. A empresa afirma que negocia com acionistas minoritários da unidade brasileira adiar o fechamento do capital da subsidiária.

Em dezembro o grupo italiano pede concordata e Tanzi é preso em Milão. A Justiça em Parma declara a insolvência da Parmalat. A negociação com as ações da Parmalat na Itália são suspensas. Os papéis praticamente não têm valor. Documentos da Justiça informam que as dívidas do grupo podem chegar a 13 bilhões de euros.

No Brasil, a Parmalat atrasa o pagamento a produtores de leite. Mais sete executivos são presos na Itália, incluindo Tonna e Del Soldato.

Em janeiro de 2004 a subsidiária da Parmalat no Brasil afirma que vai honrar até 16 de janeiro o pagamento de uma dívida de R$ 1,5 milhão com produtores de leite. A empresa diz que pagará montante superior a R$ 30 milhões relativo a leite entregue em dezembro. No mesmo dia, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), órgão que regula o mercado acionário brasileiro, diz estar investigando os demonstrativos de resultado da Parmalat Br A unidade brasileira do grupo desfaz a compra de uma unidade da Unilever que havia sido adquirida em novembro, devido à "situação especial" em que se encontra. A policia italiana prende a 10ª. pessoa envolvida na investigação da Parmalat, Donatella Alinovi, mulher de Fausto Tonna. São apreendidos cheques no valor de 950 mil euros em dois cofres com seu nome, segundo fontes da Justiça.

A unidade brasileira do grupo demite 120 pessoas na unidade de processamento de leite em Goiás. A empresa suspende por uma semana a produção em sua única fábrica de biscoitos no Brasil, em Jundiaí, Estado de São Paulo.

No Brasil, o banco japonês Sumitomo Mitsui consegue uma ordem judicial proibindo a venda de ativos da unidade da Parmalat no país. A subsidiária brasileira do grupo italiano paga R$ 25,4 milhões a produtores de leite, honrando boa parte dessas dívidas.

A polícia italiana prende a 11 pessoas envolvida no caso, Franco Gorreri. Diretor financeiro da Parmalat até 1992, ele permanecia como chefe do departamento de tesouraria. O Bank of America afirma que completou a busca por uma conta de US$ 7,7 bilhões da Parmalat, e diz que "ela não existe e nunca existiu na instituição financeira". No Brasil, um juiz indica dois administradores judiciais para garantir que a subsidiária brasileira não venda nenhum de seus ativos no país.

O contador Alessandro Bassi, 42, morreu ao cair de uma ponte de cerca de 20 metros de altura, em Rubiano, pequena cidade perto de Parma. Para a polícia, trata-se de suicídio. Já o fundador da empresa foi transferido da prisão para um hospital.

O Banco do Brasil consegue uma liminar que permite o arresto de bens e de estoques da empresa e a Parmalat pede concordata na Justiça na 29ª Vara Cível da Justiça de São Paulo.

O pedido de concordata preventiva que foi protocolado pela Parmalat é um instrumento jurídico utilizado para evitar a decretação da falência das empresas.

A concordada regulada na Lei de Falências pode dar à empresa devedora um prazo de até dois anos para pagar todos os seus credores.

Pelo menos cinco credores --Orlândia, Italplast, Moinho Pacífico, Tesla e Banco Fibra pediram a falência da Parmalat na Justiça.

Caso o pagamento seja parcelado, a concordatária tem de pagar 60% da dívida em até seis meses, 75% em 12 meses, 90% em 18 meses ou 100% em 24 meses.

Neste período, a concordatária fica impedida de vender qualquer tipo de bem sem prévia autorização judicial e dos credores.

Deve-se também o agravamento da crise da Parmalat a alguns fatores tais como:

− Grande parte de suas dívidas é em dólares, fazendo com que a dívida aumente a cada alta da moeda.

− A Parmalat é uma empresa que sempre trabalhou a questão de uso do capital de terceiros, de modo que no auge da crise seus credores notando a impossibilidade de pagamento, passaram a não financiar mais créditos à Parmalat.

− Sem financiamentos não era possível pagar seus fornecedores.

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