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A Descoberta da inflação inercial

Por:   •  15/8/2018  •  Dissertação  •  1.652 Palavras (7 Páginas)  •  198 Visualizações

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POLO BELFORD ROXO

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ECONOMIA BRASILEIRA

ATIVIDADE A DISTANCIA 2.1

RICARDO SOARES DE CARVALHO

MATRÍCULA 14213110257

A descoberta da inflação inercial

O governo militar herdou uma forte crise política e uma grave crise econômica do governo anterior. Com a inflação girando em torno de 70 por cento, mas se limitando ao contratos finaceiros, o governo realizou uma política fiscal rígida que a reduziu para 40 por cento, o que perdurou por quase uma década. Porém uma nova crise do petróleo, choque dos juros internacionais somados a política monetária de prefixação da taxa de câmbio para mudar as expectativas da inflação acabou levando à crise fiscal do Estado e a alta inflação inercial, fazendo-a saltar para 100 por cento.  Devido ao fracaço dessas medidas o governo autoritário criou dois planos de estabilização convencionais com ajuste fiscal, elevação dos juros e depreciação da moeda, porém assistiu um salta da inflação para 200 por cento, constituindo-se no Brasil o constante da inflação inercial.

Economistas ortodoxos ficaram perplexos ao assistir duas recessões e um forte ajuste fiscal, que levou o défiti público para perto de zero, não lograr êxito na estabilização dos preços. A teoria da inflação inercial surge entendendo que a inflação é um mecanismo de defesa da economia contra a própria crise. No curto prazo o exesso de demanda gera inflação, mas, no longo prazo o que eleva a inflação é a incapacidade da economia de resolver adequadamente suas próprias contradiçoes, resultando dai a relação inversa. Não era o aumento da quantidade de moeda que explicava a inflação, mas era o que induzia o aumento da oferta moterária. A inflação inercial torna-se o resultado do conflito entre empresas, captalistas, burocrátas e trabalhadores para manter sua participação na renda , por isso os preços continuariam a ser aumentados, mesmo em uma situação de recessão, já que esta prática era necessária para que mantivessem a participação na renda estável.

Políticas convencionais de estabilização não se aplicava a um tipo de inflação no qual o componente inercial era dominante. Não fazia sentido restringir a demanda, muito menos controlar a oferta de moeda, já que era endógena. A tentativa de controlar administrativamenteos preços dos oligopólios também não fazia sentido, pois os setores competitivos aumentam inerciamente seus preços. Quando a inflação alcança taxas muito altas, uma reforma monetária com o uso de uma âncora nominal, geralmente taxa de câmbio, garantirá que a estabilização dos preços tenha êxito, desde que ela faça parte de uma ajuste fiscal saneador das finaças públicas. Ajuste fiscal é essencial, já que hiperinflação é sempre consequência de crise fiscal. Mas diante do quadro de inflação a 200 por cento só haveria duas possibilidades: um sistema de prefixação gradual para os agentes econômicos aumentarem seus preços a taxas decrescentes, ou estabelecer um congelamento geral e rápido de todos os preços e salários, acompanhando uma tabela de correção do contratos de compra e venda. Optou-se pela segunda opção, onde foi lançado o Plano Cruzado que levou o país à euforia, mas em seguida entrou em colapso, pois não foi combinado com o necessário ajuste fiscal. A beira de uma nova hiperinflação foi implementado o Plano Collor, com um enorme ajuste fiscal, mas desconsiderando a inflação inercial. No dia do novo congelamento de preços, não neutralizaram através de uma tabela de conversão o que levou ao fracasso. Veio o Plano Real cujo êxito se deu a um razoável ajuste fiscal, uma perfeita neutralização da inércia inflacionária através da URV, e uma âncora cambial. O plano teve êxito em controlar a inflação no Brasil.

Economia e política: Reflexões sobre os Governos Vargas, JK e João Goulart.

O início da década de 1960 para o Brasil foi um período de transição  de todo um modo de estabelecer as relações sociais e políticas. O projeto de nação era presente no Brasil desde o fim do Estado Novo entre dois projetos: os entreguistas e os nacionalistas. Os nacionalistas buscavam o desenvolvimento industrial brasileiro com autonomia do imperialismo norte americano, enquando os entreguistas eram adeptos dos preceitos do liberalismo econômico, defendendo a participação no mercado mundial, alem de defender a política de segurança preconizada pelos EUA.

Apesar das políticas de industrialização por substituição de importações aplicada a partir de 1930, a demanda de importações da economia brasileira se agrava, haja vista a necessidade de importação, ou de tecnologia ou de matéria-prima, para modernização da indústria brasileira e pela inserção de milhões de brasileiros nos padrões de consumo moderno. Verificou-se pouca demanda por produtos brasileiros no mercado mundial, fruto do baixo número de artigos ofertados. O segundo governo Vargas (1951-1954) deu início a segunda fase do processo de industrialização  brasileira, com intuito de produzir bens de consumo duráveis. Para realização do projeto de desenvolvimento nacionalista era central a atuação do Estado como impulsonador da economia. Devido ao endividamento externo e pela criação de órgãos de crédito, foram criados dois importantes organismos governamentais: Acessoria econômica e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico. Foi elaborado um plano econômico que abarcava uma série de projetos para a mornização da indústria de base e da infraestrutura do país. Projetos para criação de novas fontes de energia elétrica, expansão da indústria de base, modernização dos transportes, ampliação dos serviços portuários, introdução de novas técnicas de agricultura e a criação da Petrobrás. Na esteira do processo de industrialização surgiu a necessidade da criação da Eletrobras. O fato político deste período foi a crescente polarização ideológica nas Forças armadas, com surgimento de dois blocos: os Nacionalistas e os Entreguistas e juntou-se à oposição da maioria da imprensa, o que culminou no fim trágico deste governo.

O governo de Juscelino Kubitscheck intensifica a tendência de dependência externa já identificada no governo anterior. O governo JK foi marcado pela implentação de um plano de metas intitulado “50 anos de progresso em 5 anos de realizações”. O plano Metas mencionava cinco setores básicos da economia, abrangendo várias metas de cada um, para os quais os investimentos públicos e privados deveriam ser canalizados. Buscava em última instância , desenvolver o que ficou incompleto no governo Vargas: as indústrias de bens de consumo duráveis e de bens intermediários. Buscava também a construção da nova capital federal, Brasília, para fugir do clima de agitação social do Rio de Janeiro. A produção do paque industrial brasileiro, agora sob coordenação do capital multinacional, tinha como mercado consumidor a população brasileira. O país de fato cresceu mediante um modelo de subordinação, todavia ao crescer economicamente de maneira subordinada se tornou ainda mais dependente dos capitais internacionais e por ser baseado no alto endividamento externo do país trouxe o descontrole das contas públicas. Politicamente teve de conviver com uma forte oposição, principalmente de setores ds Forças Armadas, que realizaram duas revoltas: Revolta de Jacareacanga e Revolta de Aragarças. Mas apesar disto teve uma relativa estabilidade política.

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