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Centro de Orientação de Adolescentes em Campinas

Projeto de pesquisa: Centro de Orientação de Adolescentes em Campinas. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  24/2/2015  •  Projeto de pesquisa  •  4.208 Palavras (17 Páginas)  •  219 Visualizações

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RESUMO

INTRODUÇÃO: O Centro de Orientação ao Adolescente de Campinas mantém um programa para capacitar adolescentes de 15 a 18 anos, desfavorecidos economicamente, estudantes, para a entrada no mercado de trabalho.

MÉTODO: Oito jovens mães foram entrevistadas, sendo aplicada metodologia qualitativa para a análise das entrevistas.

RESULTADOS: As trajetórias de estudo e trabalho foram descontinuadas, ou sofreram adaptações, com a maternidade. Quatro jovens finalizaram o segundo grau e nenhuma havia ingressado na faculdade. Três não voltaram a trabalhar e as demais tiveram experiências diversificadas de trabalho. As dificuldades relatadas para a inserção no mercado de trabalho foram: insuficiência de instrumentos de apoio no cuidado das crianças, baixo ganho salarial, falta de experiência de trabalho, filhos pequenos e pouca formação educacional.

O presente trabalho foi realizado com jovens que participaram do Programa de Aprendizagem Profissional de uma Organização Não Governamental no Estado de São Paulo.

A linhagem de trabalhos sociológicos contemporâneos sobre juventude enfatiza o entendimento desse termo como um processo social de passagem ou entrada na vida adulta (Heilborn, 2006). A maior ou menor magnitude das repercussões da maternidade na adolescência decorre das condições de inserção socioeconômica das famílias das mães adolescentes e de seus parceiros, e do contexto em que essas diferentes condições de inclusão e exclusão social ocorrem (Esteves e Menandro, 2005). Para as mulheres de nível universitário, os salários nem sempre se relacionam de forma negativa com a presença de filhos. Esse dado sugere que mais do que ter ou não uma criança, o que de fato intervém negativamente na construção de uma carreira é o momento em que isso acontece (Guedes, 2009).

No presente trabalho, adotamos o conceito de adolescência, pois ele foi o critério utilizado na seleção dos participantes do Programa de Educação para e pelo Trabalho, população em estudo, e, também, adotamos o conceito de juventude, abrangendo toda a fase de transição entre a infância e a vida adulta, mais especificamente, no contexto deste trabalho, referindo-nos às jovens a partir dos 18 anos de idade. Assim, para fins deste estudo, adolescência e juventude são tratadas de forma interligada, como a fase de transição da infância para a vida adulta, tanto em relação ao processo de maturidade biológica, quanto ao desenvolvimento psicológico, emocional e intelectual, assim como a integração desse indivíduo à sociedade, com seus direitos e responsabilidades.

O conceito de gênero pretende referir-se ao modo como as características sexuais são compreendidas e representadas, como são "trazidas para a prática social e tornadas parte do processo histórico. Assim, o conceito de gênero tem característica fundamentalmente social e relacional (Scott, 1995; Louro, 2003), enfatizando todo um sistema de relações que pode incluir o sexo, mas não é diretamente determinado por este, tampouco determina diretamente a sexualidade (Louro, 2003). O gênero não é o único campo, mas tem sido "uma forma persistente e recorrente de possibilitar a significação do poder no Ocidente, nas tradições judaico-cristãs e islâmicas" (Scott, 1995).

Um fator importante nas discussões sobre trabalho e gênero é o relacionado à reprodução social. A reprodução econômica e social requer uma boa administração das atividades, tanto no espaço das empresas, quanto naquele das famílias (Dedecca e col., 2008).

Já se chamava atenção para o crescimento da participação de mulheres no mercado de trabalho, tanto nas áreas formais, quanto nas informais da vida econômica, assim como no setor de serviços. Entretanto, ressalvava-se que essa participação vinha aumentando, principalmente, em empregos precários e vulneráveis, sendo este um dos paradoxos da globalização. Com isso, as desigualdades de salários, condições de trabalho e saúde não diminuíram e a divisão do trabalho doméstico não se modificou substancialmente, apesar do maior envolvimento nas responsabilidades profissionais por parte das mulheres (Hirata, 2002).

Ao incorporar gênero ao planejamento, deve-se considerar o triplo papel da mulher: reprodutivo, produtivo e de administração comunitária, além de distinguir as necessidades práticas das necessidades estratégicas de gênero, sendo estas formuladas a partir da análise da subordinação da mulher ao homem (Moser, 1989).

Dois estereótipos costumam se apresentar nos planejamentos: o da família nuclear e o da divisão sexual do trabalho. Para o homem é reservado o trabalho produtivo fora do lar e, para a mulher, a total responsabilidade do trabalho reprodutivo, doméstico, de organização da casa. Na maioria das sociedades do Terceiro Mundo, esta divisão sexual do trabalho é entendida como reflexo da ordem "natural" e é reforçada ideologicamente através dos sistemas legal e educacional, da mídia e dos programas de planejamento familiar sem reconhecer que, neste meio, a posição da mulher é subordinada à do homem (Moser, 1989).

O Centro de Orientação ao Adolescente de Campinas, local deste estudo, foi fundado em 1980, inicialmente para tratar da questão do adolescente autor de ato infracional. Em 1992, iniciou o Programa de Educação para e pelo Trabalho. Nesse programa, adolescentes em situação de vulnerabilidade social, estudantes da rede pública de ensino, são encaminhados para o mercado formal de trabalho. Todo o trabalho desenvolvido baseia-se nos princípios da Lei do Aprendiz - Lei 10.097/00 (Brasil, 2005) e suas portarias, na Consolidação das Leis do Trabalho (Brasil, 1943) e no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) (Brasil, 1990).

Ao ingressar no programa, o adolescente participa, durante um semestre, de uma capacitação em que são lidados diversos aspectos relacionados ao trabalho e à educação sexual. Os jovens com boa frequência e desempenho são encaminhados para as empresas parceiras do COMEC - Centro de Orientação ao Adolescente de Campinas, para atuarem no trabalho, onde permanecem até completarem 18 anos.

Objetivos

Descrever e interpretar projetos de vida de adolescentes que se tornaram mães, entre 15 e 18 anos de idade, enquanto participavam de um programa de educação voltado à inserção no mercado de trabalho, no período de 2000 a 2007, buscando mostrar o lugar da vida profissional na trajetória de vida de jovens mães, antes e com a maternidade.

Procedimentos Metodológicos

O presente estudo é de natureza

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