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Desenvolvimento Econômico - América Latina e Ásia

Por:   •  19/6/2018  •  Dissertação  •  1.288 Palavras (6 Páginas)  •  173 Visualizações

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        Para se entender como se deu o desenvolvimento econômico no Brasil e sua real posição no cenário global, é necessário que se faça um paralelo do mesmo processo na Ásia, sobretudo na China, uma vez que ambas regiões são caracterizadas pela industrialização tardia. Desta forma, será possível enxergar as relações entre as potências centrais para com a periferia na reprodução capitalista global.

        A China passou por uma profunda transformação no século passado. Por ter sofrido com diversas invasões ao longo de séculos, criou-se no país uma enorme aversão ao externo. Com isso, surgiu uma forte ética moral comunitária chinesa, onde o imperador era considerado um “grande pai” e as relações sociais se cristalizaram e solidificaram. Por esta razão, o modo de reprodução externo sentiu historicamente dificuldades em penetrar nessa sociedade tão rígida e avessa que foi a chinesa.

        No entanto, com o intuito de romper a rigidez do imperialismo chinês passado e ainda manter a unidade da China, Mao Tse Tung propôs uma reforma em 1949: as Quatro Modernizações. Porém, ainda que Mao tivesse buscado um movimento nacional legitimado pelo campesinato, acabou encontrando barreiras burocráticas que fizeram com que ocorresse uma certa acomodação na estrutura cristalizada da sociedade chinesa. Apenas no ano de 1978 que Deng Xiaoping, sucessor de Mao, consegue finalmente implementar as Quatro Modernizações.

        Representando uma ruptura no desenvolvimento chinês e continuísmo das ideias de Mao Tse Tung, as Quatro Modernizações visavam implementar reformas e planos quinquenais nos campos da Agricultura, Indústria, Ciência/Tecnologia e Defesa Nacional. Desta forma, o objetivo era iniciar um processo de industrialização que se deu sob a lógica de reprodução capitalista.

         Com isso, a China passou a abrir a costa para buscar uma maior dinâmica de mercado. O capital externo nunca havia encontrado tanta facilidade de entrada ao território chinês - uma visita de Nixon em 1972 já havia posto fim ao embargo comercial e oficializado financiamentos norte-americanos - e, gradualmente, formaram-se grandes zonas de interação entre a costa chinesa, urbana e fortemente influenciada pela cultura e lógica capitalista de consumo e reprodução, e o campo, centro do país ainda bastante agrário. Desta forma, essas interações acabaram incentivando a transformação de comunas do campo em empresas que, por sua vez, alavancaram o processo de industrialização no país e formaram o departamento 1 chinês.

        Em meio a esse eixo dinâmico, o Estado sempre esteve orquestrando de tal forma que o desenvolvimento chinês se caracteriza pelo gradualismo, onde o Estado mantém um monitoramento permanente na economia. De fato, a China é caraterizada por um capitalismo de Estado, sendo possível enxergar no país, ao mesmo tempo, a formação de um sistema de preços capitalista e a manutenção da propriedade do Estado. Vale dizer que, apesar da grande importância da entrada do capital externo no país, este não é suficiente para explicar o alto crescimento chinês. Em outras palavras, o investimento estrangeiro representava uma pequena parcela quando comparado ao investimento pesado do Estado na economia.

        Assim, a partir dos anos 80 e 90 é possível observar um contínuo crescimento do PIB aliado a quedas nos índices de inflação e na taxa de juros. Aos poucos, a agricultura perde participação no PIB e a indústria, com a ajuda de altos investimentos em P&D, passa a sustentar o PIB. Com isso, o investimento estrangeiro cresce, uma vez que a China apresenta altas taxas de poupança (cerca de 40 a 50%) e possui baixo endividamento externo, o que faz com que o país seja de baixo risco.

        Desta forma, faz-se o entendimento do interesse que as potências centrais do capitalismo possuem em relação à China. O processo de industrialização sob a lógica capitalista, ainda que coordenado fortemente pelo Estado, foi capaz de gerar uma trajetória de crescimento do PIB per capita, uma rápida urbanização e uma elevada população economicamente ativa. Com isso, aliado também ao baixíssimo custo da mão-de-obra (quase escrava, vale dizer) na indústria, os EUA passaram a enfatizar e valorizar este dinamismo com a Ásia à medida que, a partir da divisão internacional do trabalho, a globalização da cadeia de produção capitalista viabiliza a manutenção da supremacia das potências centrais.

        No Japão, o desenvolvimento da indústria se deu a partir de um programa de recuperação financiado pelos EUA. Desta forma, a ocupação dos EUA em território japonês desmontou a indústria de guerra e, a partir de 1947, ocorreu uma mudança na política de ocupação dos EUA no sentido de promover reformas estabilizantes no Japão. Desta forma, a economia nipônica passaria a apresentar orçamentos superavitários, controle inflacionário e redução dos déficits comerciais. Assim, a partir de arranjos institucionais que favoreceram a autonomia do país, importações controladas e rigor extremo na entrada de capital estrangeiro, o Estado japonês promoveu um crescimento médio de 10% ao ano entre 1953 e 1973. Com grande importância do Banco do Japão, o milagre econômico foi possível devido a políticas de estímulo ao crescimento.

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