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Malthus e a Superprodução

Por:   •  23/2/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.694 Palavras (7 Páginas)  •  1.941 Visualizações

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Universidade Federal Do Pará

Instituo de Ciências Sociais Aplicadas

Faculdade de Ciências Econômicas

Economia Clássica

Malthus e a Teoria da Superprodução

Kalebe de Lima Lino

Larissa Yasmin Arguelles

Lorena da Costa Pinto

Renato Sérgio

Samuel Gama

Wallace Lima


Thomas Robert Malthus foi um importante autor da escola clássica econômica e contribuiu bastante para a ciência econômica com sua teoria da super produção ou das depressões, pouco conhecida pela maioria. Malthus viveu no período de 1766 a 1834, concomitante a Adam Smith (1723 a 1790) que também foi importantíssimo para a ciência econômica. Malthus, reformulou algumas teorias de Smith como a teoria dos preços, para compreender melhor o que acontecia com o desequilíbrio no  processo de circulação da moeda e das mercadorias. Devido a isso o mesmo passou a acreditar que a solução para os desequilíbrios seria a “distribuição de renda”. As teorias dele entravam em certo conflito, de um lado a teoria da população e do outro a da superprodução. David Ricardo (um dos fundadores da escola clássica, na economia política e grande porta voz da época) apontou o erro da conclusão de Malthus em sua teoria.

  1. Teoria dos preços de Smith

Para entender a teoria da superprodução de Malthus, antes é necessário entender a teoria dos preços ou teoria do valor-trabalho de Smith, de forma simples, pode-se dizer que a máxima desta teoria é: em todas as sociedades, o processo de produção pode ser reduzido a uma série de esforços humanos.

O alicerce da teoria de Smith é que o trabalho é o primeiro preço, o dinheiro da compra inicial que era pago por todas as coisas. Assim, Smith afirmou que o pré-requisito para qualquer mercadoria ter valor era que ela fosse produto do trabalho humano. Mais tarde, ele também concluiu que o valor do produto era a soma de três componentes: o salário, os lucros e os aluguéis.

Smith estabeleceu distinção entre preço de mercado e preço natural. O preço de mercado era o verdadeiro preço da mercadoria e era determinado pelas forças da oferta e da procura. O preço natural era o preço ao qual a receita da venda fosse apenas suficiente para dar lucro, era o preço de equilíbrio determinado pelos custos de produção, mas estabelecido no mercado pelas forças da oferta e da procura. Havia uma relação entre esses dois preços que era: o preço natural era o preço de equilíbrio determinado pelos custos de produção, mas estabelecido no mercado pelas forças da oferta e da procura.

  1. Teoria de Malthus

        A Teoria de Malthus está inversamente relacionada a Lei dos Mercados de Say, teoria enunciada pelo economista de mesmo nome e aceita, mais tarde, por David Ricardo. Esta lei afirma que, pela sua própria natureza a sobreprodução é impossível. Em termos simples, a máxima desta lei é: “a oferta cria a sua própria procura”.

        A justificação para a Lei de Say assenta numa perspectiva de que não existe diferença essencial entre uma economia monetária e uma economia de troca direta, a moeda funciona apenas como meio de troca e não serve para desviar poder de compra e de que a demanda de um bem é determinada pela oferta de outros bens, de forma que a oferta agregada é sempre igual a demanda agregada Neste caso, toda produção gera, necessariamente, um mercado para seus produtos, assim, tudo o que é produzido pode ser consumido. Nesse contexto entra a teoria da superprodução de Malthus, que questionava fortemente essas ideias, Malthus argumentou que a da lei de mercado de Say, afirma que ao retirar uma mercadoria do mercado, o consumo desta reduziria a demanda e a que a sua produção a eleva proporcionalmente e que em essas afirmações de Say além de serem infundadas, contradizem os grandes princípios que regulam a oferta e a procura.

[...] na realidade, de modo algum é verdadeiro que as mercadorias sejam sempre  trocadas por mercadorias. Uma imensa massa delas é trocada diretamente quer por  trabalho produtivo, quer por serviços pessoais; e é bastante óbvio que essa massa  de mercadorias, comparada com o trabalho pelo qual deve ser trocada, pode ter seu  valor reduzido por um excesso, da mesma forma que qualquer mercadoria cai de  valor por uma oferta excessiva, quando comparada seja com o trabalho, seja com o  dinheiro.”

(MALTHUS, T. R. As possibilidades da superprodução - 1820)

        Mas, a teoria da superprodução de Malthus mostrava principalmente a possibilidade de falta de mercado ou de demanda efetiva para consumir toda produção e estava baseada em dois principais componentes: o primeiro relativo ao equilíbrio entre produção e consumo e o segundo, entre poupança e investimento.

        A explicação de Malthus para a falta de demanda efetiva se baseava principalmente nos hábitos de consumo das classes sociais. Ele argumentou que os trabalhadores possuíam baixo poder de consumo, porque seus salários ficavam sempre no nível de subsistência, enquanto que os capitalistas, embora tivessem maior poder de consumo, gastavam menos, visando maximação de lucro e a acumulação de capital.

  1. Problemas do Capitalismo

Como visto, a teoria da Superprodução de Malthus ia de encontro às ideias alguns economistas clássicos, incluindo Smith. Enquanto Smith definia riqueza como produto do trabalho, Malthus acreditava que a riqueza era definida como sendo os objetos materiais, úteis ou agradáveis para o homem, ou seja, um objeto poderia ser considerado uma riqueza sem nenhum trabalho a ele incorporado.

Apesar de Malthus concordar com Smith que a quantidade de trabalho contida em um produto é a melhor medida de valor, divergia dele em dois pontos importantes. O Primeiro é que Malthus não via o trabalho como único custo absolutamente necessário da produção, mas que os salários, aluguéis e lucros eram tão necessários quanto o trabalho. O segundo ponto é que Malthus não cria que as forças de mercado de oferta e procura não necessariamente levavam o preço de mercado em direção ao preço natural.

  1. Excedente de Capital e Solução para a superprodução

De forma sintética, Malthus afirma que a causa final da superprodução são os lucros excessivos que levam e uma taxa insustentável de acumulação, ou seja, estaria se produzindo muito, o que poderia causar uma Crise, pois a demanda não teria capital para adiquirir os serviços ou produtos. Malthus apontou ainda que ao solução para este problema seria alterar a distribuição de renda, os capitalistas com menos lucros e proprietários de terra com mais renda.

  1. Divergência de ideias entre Malthus e Ricardo

Em primeiro lugar, o debate envolvendo a “lei de Say”, defendida por Ricardo, e o princípio da demanda efetiva, defendido por Malthus. Ricardo era partidário da “lei de Say”, segundo a qual toda produção gera um poder de compra equivalente, o qual é sempre usado para o consumo dos bens e serviços produzidos. Assim, não poderia haver falta de mercados para os produtos. Já Malthus, mais realista e observador da realidade, afirmava que o equilíbrio entre oferta e demanda não podia ser garantida a priori. Além disso, sugeria que o empresário só tomaria a decisão de investir ou aumentar sua produção a partir de uma previsão de demanda efetiva para os produtos que iria produzir. Como sabemos, o debate foi vencido por Ricardo, cuja capacidade de argumentar mostrou-se mais convincente do que a formulação de Malthus. No entanto, como demonstrou Keynes cem anos depois, as ideias de Malthus mostraram-se mais verdadeiras que as de Ricardo para explicar o comportamento da economia.

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