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O CAPITAL

Por:   •  28/6/2015  •  Resenha  •  1.924 Palavras (8 Páginas)  •  237 Visualizações

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O capital – vol. 1 – capítulos: 1 ao 5 – Karl Marx

Mercadoria é um objeto externo que satisfaz as necessidades humanas, por meio de subsistência, consumo ou produção. Ela é considerada a riqueza das sociedades capitalistas que as acumula.

Da utilidade da mercadoria, surge o seu valor-de-uso. Ou seja, esse valor é aquele que corresponde à qualidade da mercadoria.

Para se trocar mercadorias, usamos seu valor-de-troca, que incialmente, é a relação quantitativa entre diferentes valores-de-uso. Para que haja a troca, as mercadorias devem expressar o mesmo valor. O que se pretende é igualar as mercadorias, mesmo que sua utilidade seja diferente. Segundo Marx: “Não há diferença ou distinção em coisas de igual valor-de-troca”. A mercadoria só se torna mercadoria ao ser trocada ou vendida (troca através de dinheiro).

Ao colocarmos de lado o seu valor-de-uso, não enxergamos mais o trabalho concreto empregado na produção de cada item. Ao igualarmos as mercadorias, também igualamos o trabalho que há nelas, ou seja, temos um trabalho humano abstrato, pois não há mais a diferenciação existente quando vemos o valor-de-uso do produto. O trabalho de um alfaiate e de um tecelão são distintos quando vemos a utilidade dos seus produtos, mas na troca não é possível detectar essa diferença.

 Só a partir desse trabalho materializado na mercadoria, é que ela possui valor. Então, o valor é dado pelo tempo socialmente necessário para a produção. O tempo considerado para fazer uma mesa, por exemplo, é um dia. Porém, se um artesão leva dois dias para fabricá-la, o valor de sua mesa não mudará, não importando o tempo que ele realmente levará para construí-la. Conclui-se que o trabalho é a substância do valor. Só através do trabalho é que temos a magnitude do valor.

Para a produção de diferentes mercadorias, há diferentes trabalhos. Por isso, torna-se importante que haja uma divisão do trabalho.  Dessa forma, temos o trabalho simples médio, aquele que pode ser executado por todo homem comum. E temos o trabalho potenciado (ou multiplicado) que é o trabalho qualificado. O trabalho potenciado é igual a um valor maior do trabalho simples médio. Cada espécie de trabalho pode ser reduzida (igualada) ao trabalho simples e isso é dado por um processo social que parece até já estabelecido como costume.

O valor de uma mercadoria não é perceptível, é apenas algo social, manifestado na relação social quando uma mercadoria é trocada por outra.

“A grandeza do valor varia na razão direta do trabalho e na inversa da produtividade do trabalho.”

Uma maior produtividade gera maior quantidade de valores-de-uso.

A primeira forma para se trocar mercadoria é a forma simples do valor. É quando se troca uma mercadoria por outra. Por exemplo, vinte metros de linho por um casaco. Nesse caso, a primeira mercadoria é ativa e se apresenta como valor relativo e a segunda é passiva e está sob a forma de equivalente, ela apenas expressa o valor da primeira.

Quando uma mercadoria é expressa por outra, ou seja, está sob a forma relativa do valor, o trabalho humano contido nela se abstrai, criando uma equivalência entre as duas mercadorias e os dois tipos de trabalho contido nelas. Sem o trabalho humano, não há valor. O tempo de trabalho gasto na produção se altera com qualquer mudança na produtividade. Então, nota-se que o valor relativo pode variar mesmo seu valor sendo constante, e ele pode ser constante e o seu valor variar e os ambos não precisam ocorrer simultaneamente. Por exemplo, se para a produção de linho, algo se tornou mais complicado e o tempo de trabalho dobrou então temos: vinte metros de linho igual a dois casacos. Porém, se a produção do casaco se tornou mais difícil, então, vinte metros de linho = meio casaco.

A mercadoria que está sob a forma equivalente é aquela que expressa o valor da primeira. Essa mercadoria expressa o que há de comum nas duas mercadorias. O trabalho humano concreto empregado nela é apenas uma forma de manifestação do trabalho humano abstrato. Esse trabalho, além de ser um trabalho privado, usado na produção de uma mercadoria, também é um trabalho na forma diretamente social.

Então, o valor de uma mercadoria só é expresso fora dela, ou seja, no seu valor-de-troca.  Ela pode ser expressa por várias outras mercadorias, atingindo assim a forma extensiva do valor, onde temos uma mercadoria como relativa e as demais como equivalentes particulares. Por exemplo, 20m de linho = 1 casaco = 20 kg de algodão = 30 meias = etc. Cada mercadoria serve como equivalente. Cada expressão de valor de uma mercadoria é uma manifestação do trabalho humano geral.

O problema é que essa forma extensiva não é a melhor, pois nela não encontramos o que há de comum em todas as mercadorias, pois uma é expressa em várias e essas, por sua vez, são equivalentes. Temos a necessidade de criar algo em comum a todas as mercadorias, então passamos a expressar todas as mercadorias em uma só. Apenas uma mercadoria será a equivalente. 

Para facilitar essa troca, inserimos o dinheiro, que atende a essa necessidade de equiparar as mercadorias de uma forma mais fácil. Não esquecendo que não é o dinheiro que cria o valor da mercadoria, ele apenas expressa esse valor, através do preço. E o preço pode realmente expressar o valor da mercadoria ou deformá-lo.  O preço cria uma alienação ao valor da mercadoria. Há também coisas sem valor, que possuem preço. Por exemplo, uma terra não cultivada não possui valor, já que não contem trabalho humano para dar seu valor, porém possui um preço.

Cada mercadoria trocada possui seu preço, é trocada por uma quantidade x de dinheiro. Quem vende essa mercadoria troca por outra e assim sucessivamente. Ou seja, temos então, um processo onde mercadoria é trocada por dinheiro e esse dinheiro por outra mercadoria (M – D –M’). Podemos reparar então, que não é necessário que haja uma quantidade de moeda com o valor de todas as trocas, visto que o mesmo dinheiro realiza diversas trocas, como uma mesa que custa R$ 50, o seu vendedor pega o dinheiro e compra um sapato, o vendedor do sapato compra 15 pares de meia, o vendedor das meias troca por 2 blusas e assim por diante.

O dinheiro tem então duas funções: serve para que o vendedor venda sua mercadoria e para que ele realize depois uma compra.

O dinheiro se distingue do capital.  O capital não é só dinheiro, é uma reprodução, acumulação. O dinheiro é apenas a uma intermediação para as trocas.

A forma de circulação M – D –M’não transforma dinheiro em capital, isso só é possível através da circulação onde dinheiro compra mercadoria e mercadoria é vendida para se ter mais dinheiro (D –M –D’). Isso porque na primeira circulação, o objetivo é obter um valor-de-uso, a intenção é consumir. Na segunda forma de circulação o objetivo é ter mais dinheiro, é comprar e vender. O dinheiro nesse processo retorna a sua origem. Em M – D –M’ o dinheiro não retorna ao inicio, ele se afasta, e o processo se inicia com a venda e em seguida a compra. Ao contrário da outra circulação.

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