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O impacto dos riscos à decisão dos aplicadores brasileiros

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Por:   •  15/9/2013  •  Pesquisas Acadêmicas  •  7.263 Palavras (30 Páginas)  •  357 Visualizações

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O IMPACTO DOS RISCOS À DECISÃO DOS

APLICADORES BRASILEIROS

Katrine Assumpção

Paola Liziane Silva Braga

1. INTRODUÇÃO

“A palavra risco deriva do italiano “risicare” que significa ousar. Risco é uma escolha e não um destino.” (BERNSTEIN apud HALFELD, 2005, p. 86)

Segundo OLIVEIRA e PACHECO (2006, p. 10), a eficiência do funcionamento do mercado financeiro é fundamental para o crescimento das economias modernas. Quando é eficiente, facilita o acesso das empresas a recursos mais baratos, estimulando a produção e o consumo de mercadorias. As famílias também se beneficiam de uma remuneração melhor para os recursos poupados e têm mais acesso a financiamento a juros mais baixos, o que possibilita maior flexibilidade na decisão entre poupar ou consumir.

Quando o mercado financeiro não opera de forma eficiente, dificulta-se o investimento, o principal “combustível” do crescimento econômico; por esse motivo, os governos dos países dão especial atenção a seus respectivos mercados financeiros. Nesta linha há necessidade de um processo de intermediação financeira entre agentes superavitários e deficitários, o qual pode ser realizado de duas maneiras, intermediação direta e intermediação indireta.

A primeira incide na atuação tradicional dos bancos comerciais, ou seja, estes desempenham um papel fundamental à transação, visto que intervêm junto aos agentes superavitários e deficitários. Desta forma, as instituições financeiras assumem integralmente o risco de inadimplência.

Por outro lado, na intermediação indireta as instituições financeiras têm uma responsabilidade restrita, pois operam apenas como prestadoras de serviço, pois colocam poupadores e tomadores de recursos em contato direto. Assim, as organizações bancárias não assumem risco de crédito do agente deficitário. Esta operação ocorre no âmbito do mercado de capitais (OLIVEIRA e PACHECO, 2006 p 10-12).

Com base em RASSIER (2008, p. 13), a partir da modernização do nosso mercado de capitais, que está sendo provocada pela ampliação da Bolsa de Valores, a revolução capitalista foi impulsionada no mercado brasileiro. Isto decorre do crescimento das empresas o que por sua vez culminou em crescimento econômico.

O Brasil chegou à era do Capitalismo sem capital e, devido a isto, empresas com bons projetos, mas sem recurso próprio, vão a bolsa em busca de sócios. Em vez de pedir dinheiro emprestado nos bancos, mais organizações buscam captar dinheiro de novos sócios nas bolsas para aperfeiçoar seus produtos e serviços e, assim, obter mais lucro. Esse lucro é devolvido para o investidor pelos dividendos distribuídos e pela valorização das ações, pois as corporações que lucram mais valem mais, fecha-se assim um ciclo virtuoso, o ciclo do capitalismo.

Para COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM, 2008) é consensual que o desenvolvimento econômico sustentável de uma nação, bem como o alcance do bem estar de sua população depende da capacidade de produção (renda total) desta sociedade. É percebido também que a expansão dessa renda só se dá por meio de investimento em capital, na medida em que este é um insumo necessário para um processo produtivo eficiente capaz de produzir bens em quantidade acessível à maioria da população.

Se o investimento é pressuposto para o desenvolvimento, se faz a partir daí, também necessário uma abstenção temporária de consumo e formação de poupança, uma vez que o recurso para investimento é obtido através da realocação de poupança. Nestes termos, concluí-se que o papel da poupança no crescimento econômico é imprescindível e pode ser demonstrado empiricamente através da linha histórica de vários países, hoje considerados desenvolvidos, marcada pelos imensos esforços de acumulação de capital no passado. Acumulação esta que, por sua vez, foi reinvestida na própria produção criando um círculo virtuoso de crescimento entre poupança e investimento.

Basicamente, existem três formas pelas quais o dinheiro de quem poupa pode chegar às mãos do investidor, e por sua vez, ser alocado produtivamente, conforme segue: (i) o autofinanciamento, pelo qual o próprio investidor é proprietário do recurso para investir, ou seja, o recurso investido advém de capital poupado pelo próprio empreendedor; (ii) a interferência estatal, pela qual o Estado retira recursos de uma parte do mercado através de impostos e aloca (fomenta) em setores cujo investimento lhe parece mais adequado; (iii) a captação de recursos via mercado financeiro e de capitais (HALFELD, 2005, p. 86).

Esse último mecanismo de financiamento se verifica pelo empréstimo de capital de bancos aos empresários ou pela integralização de capital feito pelo acionista na primeira subscrição de uma ação, pela qual o poupador adquire ações de uma empresa e se reveste da qualidade de acionista alocando recursos em empresas. Para alguns teóricos, este é o mais eficaz meio de transferência de poupança para o investimento produtivo, pois apenas neste caso os riscos de tais empreendimentos podem ser distribuídos.

Diante do exposto, destaca-se a relevância de trabalhos nesta área, ou seja, focalizando o mercado acionário nacional. Neste sentido uma das questões básicas a ser avaliada é: “qual o impacto dos riscos à decisão dos aplicadores brasileiros?”

O presente estudo tem por objetivo principal avaliar os riscos do mercado financeiro à decisão dos investidores brasileiros. E, por objetivos secundários: (i) expor a evolução histórica do mercado financeiro brasileiro, bem como apresentar a estrutura deste mercado; (ii) demonstrar as formas de negociação de ações; (iii) delinear os tipos de riscos financeiros; além de descrever as maneiras de medí-los.

2. MERCADO DE CAPITAIS BRASILEIRO

2.1 Um breve retrospecto

Segundo PORTAL DO INVESTIDOR (2008), antes da década de 60, os brasileiros investiam principalmente em ativos reais (imóveis), evitando aplicações em títulos públicos ou privados. A um ambiente econômico de inflação crescente principalmente a partir do final da década de 1950 se somava uma legislação que limitava em 12% ao ano a taxa máxima de juros, a chamada Lei da Usura, também limitando o desenvolvimento de um mercado de capitais ativo.

Essa situação começa a se modificar quando o Governo que assumiu o poder em abril de 1964 iniciou um programa de grandes reformas na economia nacional, denominadas Reformas Institucionais do Plano de Ação Estratégica do Governo

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