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Polanyi - A Grande Transformação

Por:   •  28/9/2016  •  Resenha  •  1.618 Palavras (7 Páginas)  •  1.781 Visualizações

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“HABITAÇÃO VERSUS PROGRESSO” [cap. 3]

Neste capítulo Polanyi vai descrever as relações sociais existentes entre as classes inglesas no séc XVIII com foco na revolução industrial, política de cercamentos e economia de mercado. É discutido sobre como a população fora expulsa do seu local de habitação por fornecedores de lã, o modo com que a nobreza tratou da situação até se finalizar nas definições de economia de mercado e possíveis causas para o início da revolução industrial.

O texto inicia com uma crítica à filosofia liberal da época que falhou a aceitar as mudanças sociais da época e a desarticulação de pessoas em nome do progresso, que culminou na política de cercamentos, onde áreas comuns eram cercadas e lá viravam áreas para pastagem de carneiros. Polanyi explica que os governantes da época (Tudors e primeiros Stuarts) elaboraram uma série de medidas que iriam contra o despovoamento, porém foram vistos como reacionários por tentarem paralisar o “progresso” e por protecionismo. Historiadores e homens do congresso eram duros e a favor dos cercamentos, sendo que enquanto os primeiros teciam críticas aos nobres, os segundos libertavam os senhores acusados de penalidade.

Polanyi vai expor a crença no crescimento e progresso podem cegar a relação entre papel do governo e economia. Sendo que a comparação entre o ritmo da mudança e o ritmo do ajustamento é o que definirá o resultado da mudança. No caso europeu o resultado era fome, destruição de casas e famílias abandonadas.

Para finalizar, Polanyi descreve que uma “avalanche de desarticulação social” irá cair sobre a Inglaterra, a Revolução Industrial. Ela tem em sua gênese a expansão do mercado, clima favorável e presença do carvão e do ferro. Porém, mais do que isso, sua premissa básica está na economia de mercado (auto regulação dos preços e do mercado com mínima intervenção do Estado) e na utilização de máquinas em uma sociedade agrária que afetaram o sistema social. “Na verdade, a produção das máquinas em uma sociedade comercial envolve uma transformação que é a da substância natural e humana da sociedade em mercadorias” (pg. 58).

“SOCIEDADES E SISTEMAS ECONÔMICOS” [cap 4]

Aqui Polanyi vai iniciar dando uma definição de economia de mercado seguido de uma crítica, diz que toda sociedade precisa de uma economia para sobreviver, mas que, anteriormente a essa época, nenhuma sociedade baseava sua economia em mercados, antes seu papel era apenas incidental. Aqui ele critica diversos pensadores econômicos (Mises, Spencer, Adam Smith) por pensarem que a divisão do trabalho estava na barganha e na troca.

Para Polanyi esta divisão está nas diferenças de sexo, geografia e capacidade individual e aqui ele aproveita para inserir os conceitos de centralidade, simetria, redistribuição, reciprocidade e domesticidade para provar sua teoria das divisões de trabalho e dizer que tais formas de organização social asseguram a economia. Sendo que esses últimos três guiaram ou uma combinação deles guiaram todos os sistemas econômicos e nunca tiveram o lucro ou a acumulação como foco, até o aparecimento do mercado. Polanyi coloca um claro contraponto ao “homem primitivo capitalista e acumulador” de Smith.

“EVOLUÇÃO DO PADRÃO DE MERCADO” [cap 5]

Polanyi se dispõe neste capítulo a comentar sobre a gênese dos mercados, sua definição e sua forma de organização com base no séc XIX. Para ele os mercados se dividem em: locais, externos e internos, sendo que cada um possui sua configuração própria.

Reutilizando os conceitos abordados no capítulo anterior, Polanyi diz que a troca, permuta e a barganha dependem do padrão de mercado para sua efetivação. Sendo o mercado o local onde tais transações acontecem. Para Polanyi certo padrão de mercado cria o mercado, uma instituição que dirige a sociedade como se a última fosse seu acessório. “Ao invés da economia estar embutida nas relações sociais, são as relações sociais que estão embutidas no sistema econômico” (pg. 72). Ele continua dizendo que em sociedades primitivas a presença ou ausência de mercado não alterava o sistema econômico, porém na Europa o mercado tinha se tornado o próprio sistema econômico, a economia de mercado, na qual só pode funcionar em uma sociedade de mercado. Ele também volta a enfatizar que fatores geográficos são determinantes para a divisão do trabalho e critica a ortodoxia econômica “o verdadeiro ponto de partida é o comércio a longa distância, um resultado da localização geográfica das mercadorias e da da divisão do trabalho dada pela localização” (pg 73).

Polanyi também define os tipos de mercado:

* mercado externo - uma transação causada pela falta de naquela região e tem como alicerce a geografia (tem o seu limiar no comércio exterior, originalmente baseado no princípio da reciprocidade).

* mercado local - limitado às mercadorias da região, que também se escora na geografia.

* mercado interno - altamente competitivo, sendo essa a sua sustentação. Tal característica popularizou o princípio geral do comércio. Originado nos atos individuais de permuta.

“O MERCADO AUTO REGULÁVEL E AS MERCADORIAS FICTÍCIAS: TRABALHO, TERRA E DINHEIRO” [cap 6]

Polanyi retoma ideias já apresentadas como a economia de mercado e insere a ideia de mercado auto regulável, onde os indivíduos tentam ter o máximo de ganhos possíveis gerado por uma expectativa. “Ele pressupõe mercados nos quais o fornecimento dos bens disponíveis a um preço definido igualarão a demanda a esse mesmo preço”. Assim, tudo será controlado pelo preço, não só bens materiais, mas também trabalho, terra e dinheiro, na forma de salários, aluguéis e juros, respectivamente. E em um mercado desse tipo a ação governamental deve ser nula, apenas políticas que assegurem a auto regulação devem ser mantidas, numa total separação do Estado da economia. Polanyi também comenta que o mercantilismo, diferente do liberalismo, priorizava o desenvolvimento da nação e não mercantilizava a terra e o trabalho.

Ainda sobre terra, trabalho e dinheiro, Polanyi descreve que são elementos essenciais a indústria, mas não são mercadorias verdadeiras, sendo que permitir

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