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Territórios em Rede: Conectividade, Virtualidade e Desigualdades

Por:   •  1/5/2022  •  Trabalho acadêmico  •  3.154 Palavras (13 Páginas)  •  74 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

BACHARELADO EM CIÊNCIAS E HUMANIDADES

Territórios em rede: conectividade, virtualidade e desigualdades

Território e Sociedade 2022.1

INTRODUÇÃO

Nos últimos séculos a sociedade de mercado tem galgado estágios de consolidação do sistema capitalista, onde no decorrer das principais revoluções que ocorreram, o mercado passou a englobar e controlar cada vez mais esferas da vida social. Como por exemplo, na revolução industrial, onde os primeiros hábitos da sociedade de mercado foram levados para o mundo à fora, alterando a forma como se dava as relações de trabalho na sociedade.

No decorrer do século XX, com o desenvolvimento das tecnologias de comunicação, tivemos o início do que seria a era da informação, o que antes havia começado como uma estratégia de guerra, acabou por transformar toda a sociedade mundial.

A forma com que as pessoas se conectam e interagem foi completamente alterada, agora as pessoas estão conectadas quase que instantaneamente, as cidades que antes eram distantes agora estão próximas. Com isso, a globalização acabou por conectar os centros comerciais, aproximou as pequenas cidades de sua grande cidade comercial local, conectando todo o sistema, tornando o mesmo uma rede, agora a sociedade vive uma nova realidade.

Agora as redes sociais que trazem democratização da informação, também dão voz a pessoas que antes não tinham essa possibilidade dada pelos veículos de mídia tradicionais. As redes sociais hoje se tornaram um prolongamento da realidade, onde as pessoas dividem sua vida e se comunicam com os outros, o que passou a ser muito bem utilizado por Influenciadores, que hoje tem espaço para abordar temas culturais, sociais e políticos, gerando identificação por parte de seu público, fortalecendo assim os signos sociais.

Estas oportunidades de fala são muito importantes em um mundo altamente integrada ao capitalismo como é atualmente, tendo em vista que o mercado privilegia acesso a tudo aquilo que é vantajoso financeiramente, mas por outro lado, este mesmo sistema marginaliza tudo aquilo que não possui um bom custo benefício, que possua um alto risco/retorno, ou que não satisfaça qualquer um dos interesses do mercado.

Um resultado negativo desta nova realidade social em rede é a marginalização das classes sociais baixas, que acabam por não se identificar com o que é dito nos veículos de mídia de massa. Dessa forma podemos salientar a importância da representatividade de figuras atuais, que possam traduzir os princípios, hábitos, costumes e a realidade de pessoas comuns. É neste cenário que os influenciadores digitais ganham espaço, pois muitos jovens hoje fazem trabalhos onde demonstram seu dia a dia comum, dividem suas experiências com espectadores que possuem realidades parecidas, reforçando assim a cultura da periferia e fortalecendo seus laços. Para tanto, o conteúdo sobre os influenciadores digitais no mundo contemporâneo será abordado de forma mais aprofundada no estudo de caso a seguir.

Tendo isso em vista, este novo panorama social, onde as pessoas de todo o mundo estão conectadas, no contexto das sociedades em rede, a forma com que o indivíduo se relaciona com o território também foi transformada. Para entender esta relação no mundo atual, vamos estudar a obra “O Mito da Desterritorialização”, do autor Rogério Haesbaert.

Neste novo cenário contemporâneo, onde as cidades estão conectadas, a comunicação ocorre quase que de forma instantânea, as distâncias foram encurtadas e a forma com que as pessoas interagem mudou, entender a forma com que passamos a interagir com o território se torna fundamental, para tanta vamos apresentar a obra do autor, para assim discutir as diferentes dimensões do conceito de território e como ocorre a relação do indivíduo com o território atualmente.

Os padrões de convívio e a interação social foi completamente alterado e para entender o tema o autor Haesbaert define três princípios básicos de compreensão, que seriam as correntes básicas de definição do território, a corrente política, cultural e a corrente econômica, os quais dariam forma a interação do indivíduo com o espaço de formas diferentes, mas que no fundo são complementares na realidade da sociedade.

Contudo, a compreensão de como se dá a interação do indivíduo com o território se torna indispensável, tendo em vista que no mundo atual parte da realidade e interação social passou a se dar de forma digital. Dessa forma, fazendo com que as relações sociais se tornem mais distantes, apesar de as inovações tecnológicas aproximarem as pessoas e as cidades, o movimento contrário também acaba por ocorrer, tendo em vista que as pessoas estão fisicamente mais tempo distantes umas das outras, se mostra necessário entender as contradições geradas pela nova sociedade em rede, onde vemos pessoas sendo marginalizadas, ao mesmo tempo em que esta mesma sociedade acaba por conectar essas pessoas ao sistema global.

A HISTÓRIA DA CONECTIVIDADE

A conectividade, em termos gerais, é a qualidade, estado ou habilidade de estabelecer uma conexão, ser conectivo e de estar conectado a determinada superfície. Quando unimos a conectividade à tecnologia, ela pode ajudar a encurtar distâncias e possibilitar acessos antes não existentes.

Para muitos, a conectividade trata-se de um indicador de avanço social, uma vez que já não é mais possível falarmos em relações sociais, relações de negócios,  educação e até mesmo hobbies, sem pensarmos na internet e em todo o material que é encontrado nela.

Os primórdios da conectividade, segundo Adrian Athique (2013) se originou com as máquinas de calcular de Charles Babage no século XIX (que possibilitaram a resolução de um dos maiores problemas da época, as tabelas logarítmicas), e da possibilidade de armazenamento de dados em cartões perfurados no século XX (que seriam base para o armazenamento em disquete),  posteriormente se expandindo com a invenção do computador, por Alan Turing, em 1936.

Neste período o principal foco do avanço científico e tecnológico era a aplicação destes equipamentos aos interesses militares dos países envolvidos com a Guerra. Conforme Athique (2013) volta a comentar, "[...] a Segunda Guerra Mundial trouxe grande número de cientistas, acadêmicos e técnicos em uma escala sem precedentes, demonstrando como as principais realizações técnicas poderiam ser feitas rapidamente pela colaboração sitemica.".

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