TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

UM HOMEM A PROCURA DA VERDADE

Projeto de pesquisa: UM HOMEM A PROCURA DA VERDADE. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  30/8/2013  •  Projeto de pesquisa  •  4.462 Palavras (18 Páginas)  •  393 Visualizações

Página 1 de 18

A cidade de Deus - Santo Agostinho.

RESUMO

Agostinho, teólogo e filósofo cristão, viveu em um período bastante conturbado, no qual Roma experimentava a destruição do seu Império. Por este motivo, os cristãos ou não-cristãos (pagãos), acusavam o cristianismo como sendo o responsável pelas calamidades acontecidas contra o império. O presente artigo aborda as principais idéias agostinianas sobre a Cidade de Deus escrita para defender-se de tais acusações. É uma verdadeira resposta de defesa ativa para as argumentações repressoras que o cristianismo havia recebido, mais precisamente o Deus de amor que “deixara” o império ruir.

INTRODUÇÃO

Ao estudarmos os escritos de Agostinho, é possível analisarmos historicamente as tradições do Cristianismo e seus fundamentos racionais. Nesta caminhada observamos que o legado que nos deixa Agostinho não é só de interesse Teológico e Filosófico, pois, abrange diversas áreas do conhecimento, como por exemplo, a nossa que conseguimos obter diversas informações preciosas.

É tratado de forma bem sintética as “revelações” feitas por Agostinho contidas no seu livro Cidade de Deus, assim como a utilização de outras biografias de apoio como Cremona, Campenhausen e um dos escritos importantíssimos do próprio Agostinho: As Confissões os quais esclarecem sobre a sua importância.

O grande “mestre” combateu com todas as suas forças as heresias de seu tempo, expressas no maniqueísmo, no Donatismo, no Arianismo e no Pelagianismo. Ele tem sido lembrado e respeitado no decorrer da história do Cristianismo, não somente porque a sua filosofia e sua teologia foi à abertura para o cristianismo do medievo, como também o fato de sua vida ter sido alvo de um testemunho de piedade cristã.

UM HOMEM A PROCURA DA VERDADE

Aurelius Augustos, conhecido como Santo Agostinho nascido em 354, natural de Tagaste, hoje Numídia, região da África, Primogênito de Patrício, funcionário municipal, e Mônica, fervorosa e piedosa cristã que segundo relatos, eram um casal de classe média.

Quando criança, Agostinho desejava ser batizado quando tinha indigestão e orava para não ser espancado na escola. Para ele, essa prática de orar era natural (em sua infância), pois, foi uma ação ensinada por sua mãe. A falta desta prática religiosa se deu a partir do momento que sua masculinidade começa a florescer, período bastante “pervertido” vivenciado pelo filho de Mônica. Era um jovem angustiado, um atormentado. Gostava dos prazeres terrenos e a eles se entregava.

“Minha alma não se encontrava bem; estava ferida, e assim chegada, tentava curar-se das coisas sensuais. Amar e ser amado era a coisa mais doce para mim, sobretudo quando podia gozar do corpo da pessoa amada. E assim sujava a amizade com a nódoa da concupiscência; Assim a enegrecia a sua brancura com a fuligem e luxúria. E apesar de minha desonesta sujidade, desejava vaidosamente que me tivessem por elegante e educado.

Precipitei-me finalmente no amor em que desejava cair: fui amado! E embora ocultamente, que pude gozar do vínculo do prazer e atei-me com alegria a essas pesadas correntes, que depois acoitam como varas incandescente, feitas de ferro dos ciúmes, das suspeitas e dos temores, dos ódios e das rixas. (Confissões, 1985, p. 32-3)

Como estudante, viveu libertinamente, mantendo relações com várias mulheres, das quais, resultou um filho, Adeodato, nascido em 384, a quem Agostinho não negou a Paternidade.

(...) E como o filho já não era mais um menino, estava No limiar da puberdade, ficava a observar os sinais do seu desenvolvimento. Quando um dia em que o levara consigo as termas, no ato do banho, percebeu que aquele galinho erguia a crista e logo cantaria o seu cocoricó no galinheiro, ficou satisfeitíssimo e, chegando em casa, anunciou à sua mulher: “Podemos nos considerar avós!” (...) (Agostinho de Hipona, A Razão e a Fé – Carlo Cremona, p. 22)

Ao contrário da reação de Patrício, a piedosa “Santa” Mônica, replica ao seu marido como sendo ele uma corrupção para o filho, o qual ela já sonhará em perfeita comunhão com Deus. Patrício se convertera ao cristianismo pouco tempo antes de seu falecimento.

Lendo uma das obras de Cícero, Agostinho sentiu-se mais atraído por uma vida menos sensual e mais comprometido com a busca da verdade. Busca essa que estava no cerne de sua espiritualidade e que o incomodava muito. Este foi sempre o motivo pelo qual Agostinho viveu percorrendo muitos “ambientes”, à procura desta verdade.

Juntou-se a uma seita bastante difundida, não só entre a elite intelectual de Cartago, mas em toda a parte, e assim tornou-se um Maniqueísta.

Segundo CAMPENHAUSEN “a comunidade dos “Maniqueus”, fundada pelo persa Mani no século III, foi a última grande criação religiosa do oriente no período entre o cristianismo e o Islamismo. Essa seita rejeitava o Judaísmo e o Antigo Testamento, porém aceitava Cristo entre seus precursores” (2005, p. 333)

A crença central do Maniqueísmo consiste em afirmar a existência de dois princípios fundamentais que governam o universo, o Bem e o Mal, representado pela Luz e pelas Trevas, e que são equivalentes em força, estando em permanente combate. Esta idéia se assemelha bastante na crença do Céu e do inferno da Cristandade, forças essas que estão em conflitos espirituais.

Vejamos o que nos diz Agostinho em suas confissões sobre o Maniqueísmo:

“Desta forma, vim a encontrar um grupo de homens que depois percebi não serem mais que uns vaidosos sensuais e charlatões, até a sociedade. Só dizem mentiras e erros. Este grupo – os maniqueus - tinha nos lábios uma palavra composta por várias sílabas tomadas de deus Pai, de Jesus Cristo e do Espírito Santo. Embora usassem continuadamente estes nomes, tinham o coração bem longe d’Eles. (Confissões, 1985, p.37 -8)

O nosso grande “mestre” nesta simples passagem literalmente “cospe no prato em que se deliciou” desdiz o que afirmara com vivacidade antes de seu encontro com Cristo. Será que o Cristo que habitava em sua alma não o castigaria por “atacar” sem piedade seus irmãos pervertidos, mesmo sendo eles considerados hereges? De qual forma trataria Cristo estes homens? Atacando-os sem os dar direitos de réplica? Agostinho tinha em suas mãos as cartas nas mangas para atacar os maniqueus, já que outrora fora uns deles, os argumentos

...

Baixar como (para membros premium)  txt (26.2 Kb)  
Continuar por mais 17 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com