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A CONTABILIDADE DE CUSTOS E SEUS DESDOBRAMENTOS

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Por:   •  8/9/2013  •  6.546 Palavras (27 Páginas)  •  624 Visualizações

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A CONTABILIDADE DE CUSTOS E SEUS DESDOBRAMENTOS

Fabrícia Silva Santos*

1. INTRODUÇÃO

O cenário atual de alta complexidade e competitividade onde as empresas estão inseridas exige que os gestores dêem maior importância às questões relativas aos custos. Por isso, torna-se necessária a implantação de um sistema de custos nas empresas com o objetivo de obter informações mais precisas referentes ao processo de compra, fabricação e venda de produtos e serviços, para que seja possível o atendimento às necessidades e desejos de seus clientes com o menor custo e a melhor qualidade.

O atendimento a essas necessidades e desejos pode ser materializado através da diversificação dos produtos e da flexibilidade operacional, com o intuito de possibilitar rápidas respostas às novas exigências do mercado. Nesse contexto, o foco na gestão estratégica de custos pode contribuir para viabilizar o sucesso da empresa na atração e manutenção de clientes.

O presente trabalho tem como objetivo abordar questões relacionadas à gestão de custos nas empresas, iniciando com uma breve descrição da origem da contabilidade de custos. Em seguida, é feita a conceituação de custos e suas diferenças em relação às despesas, além da descrição dos tipos de custeio mais difundidos na atualidade. Após essa seção, é realizada uma abordagem sobre como o custo está inserido na gestão das empresas; e por fim, o trabalho apresenta um estudo de caso de uma pequena empresa do ramo varejista de confecções femininas, descrevendo quais as políticas adotadas pela mesma na determinação dos preços das mercadorias e de que maneira os custos interferem nesta tarefa.

2. A CONTABILIDADE DE CUSTOS – ORIGEM

A contabilidade de custos é o ramo da contabilidade que estuda os dados de uma empresa em relação a custos, filtra e envia informações relevantes para os diversos níveis gerenciais de uma empresa, de acordo com as necessidades, no intuito de fomentar a tomada de decisões (Pedrosa Neto, 2009).

“Antes da Revolução Industrial, a Contabilidade de Custos desempenhou um papel meramente marginalista (receitas/despesas), porque as empresas só trabalhavam com a Contabilidade Financeira, que foi desenvolvida na era Mercantilista, cujo papel principal era o registro das trocas mercantis” (Braga e Nepomuceno, 2011: 266-267). Os bens eram quase todos produzidos por pessoas ou grupos de pessoas que poucas vezes constituíam entidades jurídicas. As empresas propriamente ditas viviam basicamente do comércio, e não da fabricação (fora, é lógico, as financeiras). Dessa, forma, eram bastante fáceis o conhecimento e a verificação do valor de compra dos bens existentes, bastando a simples consulta aos documentos de sua aquisição (Martins, 2003).

Martins (2003), afirma que a introdução de máquinas mais complexas, o surgimento da concorrência (disputa por consumidores no mercado) e o desenvolvimento de tecnologias de fabricação mais sofisticadas exigiram da contabilidade de custos o desenvolvimento de modelos mais adequados para apuração dos custos dos produtos fabricados.

Assim é que, de acordo com Santos (2004), a contabilidade de custos foi concebida e desenvolvida pelos contadores, como um sistema de mensuração monetária dos estoques e dos resultados de determinado período. Veronêz (2004) complementa, dizendo que o crescimento do comércio e da economia evidenciou a necessidade de conhecer o valor exato dos custos, fazendo com que a contabilidade de custos ampliasse suas finalidades para controle e decisão.

Em relação ao controle, Santos (2004) diz que sua função primordial é fornecer dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão; já em relação ao processo de decisão, o autor assevera que seu papel consiste em prover informações sobre as consequências de curto e de longo prazos sobre as medidas gerenciais de formação de preço, volumes de produção, opções de compra ou produção, entre outras.

Com isso, Veronêz (2004) assegura que a contabilidade de custos deixou de apenas mensurar estoques e lucros globais para ser uma importante ferramenta de gestão, com bases consistentes para o administrador fazer suas tomadas de decisões sobre sua produção e seu negócio.

3. CUSTOS E DESPESAS

Para Martins (2003), o custo representa o esforço que uma empresa deve despender para poder disponibilizar um produto para os consumidores. Simões (2008) define custos como medidas monetárias dos sacrifícios financeiros com os quais uma organização, uma pessoa ou um governo, têm de arcar a fim de atingir seus objetivos, sendo considerados esses ditos objetivos a utilização de um produto ou serviço qualquer, utilizados na obtenção de outros bens ou serviços. Já Martins apud Veronêz (2004) define custo como esforço financeiro despendido para a aquisição de um bem ou serviço utilizado na produção de outro bem ou serviço.

Cunha e Fernandes (2007), por sua vez, tratam os custos como sendo todo gasto que é consumido dentro do processo produtivo na fabricação de bens ou prestação de serviços. Sendo assim, sem eles, o processo de produção não se completaria.

“A característica principal do custo é que, se o produto for vendido, haverá um aumento ou diminuição do Patrimônio líquido contábil, a depender do valor de venda. Se este for maior que o valor de custo haverá um aumento e se for menor, uma diminuição” (Destri, 2008: 16). Caso o produto não seja vendido, de acordo com o autor, o valor contábil da empresa não será modificado, pois, neste caso, houve apenas uma permuta de ativos (dinheiro por produto) ou uma compensação (dívidas em troca de produtos). Assim, em nenhuma das hipóteses o valor do Patrimônio Líquido sofrerá alterações.

Já as despesas, são definidas por Guimarães Neto (2008) como gastos da empresa que não são relacionados diretamente com a produção de bens e serviços, mas são despendidos em outras áreas da organização, como a comercial e a administrativa. Destri (2008) complementa, ao afirmar que a principal característica da despesa é a redução do valor contábil da empresa, ou seja, do Patrimônio Líquido, sendo paga ou incorrida. Há, segundo o autor, um gasto de dinheiro ou assunção de uma dívida devido a benefícios consumidos e, portanto, o Patrimônio Líquido é reduzido.

Para diferenciar custos de despesas, Guimarães Neto (2008) afirma que os custos se agregam aos estoques da organização e são consumidos pelos produtos durante a fase de fabricação dos mesmos, enquanto as despesas

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