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Contabilidade. Novas organizações e capital intelectual

Seminário: Contabilidade. Novas organizações e capital intelectual. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  10/3/2014  •  Seminário  •  2.080 Palavras (9 Páginas)  •  360 Visualizações

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José Lourenço de Sousa Neto

Administrador, consultor, empresário

Professor no Centro Universitário Newton

Paiva - Belo Horizone/MG - Br

Resumo

O artigo a seguir pretende abordar a nova realidade no âmbito das organizações de aprendizagem e

a importância de um novo papel para as lideranças, que saibam criar ambiente propício ao

florescimento do trabalhador do conhecimento e o melhor aproveitamento de suas potencialidades.

As novas organizações e o capital intelectual

A gerência tradicional, do tipo que centraliza a atividade pensante e delega o operacional, dando

ordens e controlando todo o tempo, caiu de moda. Num mundo cada vez mais voltado para os

valores individuais, em que se busca muito além da aptidão física dos colaboradores, uma nova

forma de dirigir empresas se impõe. Nas organizações, em que o capital intelectual passou a ser a

jóia da coroa, o gerente clássico não consegue dar sua contribuição, já que não está apto a lidar com

essa outra dimensão do ser humano. A natureza do cargo desse profissional obsoleto tem muito

mais a ver com capatazia do que com regência, que hoje se demanda.

Numa época que tanto se valoriza o conhecimento, fica cada vez mais claro que a vontade de

aprender é inerente ao ser humano. A curiosidade e a motivação para explorar e conhecer coisas

novas são inatas nos indivíduos. O ambiente que reprime essa característica, em nome da produção,

do controle, da ausência de erros, inibe a livre manifestação das pessoas e perde a oportunidade de

tê-las agregando muito mais. Do outro lado, a organização que sabe e valoriza essa faceta curiosa e

inventiva dos colaboradores tem muito mais a ganhar e obter êxito em seus empreendimentos.

Removendo obstáculos à criatividade e estimulando a circulação de idéias, bem como propiciando

condições para o crescimento individual, essas empresas criam atmosfera favorável para uma

manifestação maior dos potenciais de cada um e uma busca mais efetiva de realização pessoal. Essa

busca de realização pessoal, em sintonia com os objetivos organizacionais, é que vai fazer com que

cada pessoa contribua além daquele mínimo contratado, que seu salário compra.

Segundo W. Edwards Deming, citado por Senge (1997), o sistema de gestão tradicional destrói as

pessoas, na medida em que não reconhecem que elas já nascem intrinsecamente motivadas, com

auto-estima, dignidade, curiosidade e prazer em aprender. E Senge (Starkey, 1997: 343) constata

que a busca convencional da aprovação cria um efeito paradoxal, levando as empresas a

desempenho medíocre, deixando claro que “no longo prazo, o desempenho superior depende do

aprendizado superior”.

Esperava-se, do líder de ontem, que ele aprendesse pela organização, deixando ao restante da

equipe a tarefa de apenas realizar. Demanda-se, hoje, uma liderança que procure entender e acelerar

o processo de aprendizado organizacional, permitindo e incentivando o pensamento e a ação

integradora em todos os níveis. Sai o chefe que assegura o cumprimento de metas quantitativas de

produção, entra o condutor de pessoas, capaz de tirar delas o que têm de melhor, em benefício delas

próprias, na medida em que realizam seus potenciais, e da organização com que colaboram.

Aprendizado adaptativo e aprendizado generativo

As organizações têm colocado mais ênfase no aprendizado adaptativo, que é lidar com o meio,

ajustando-se ao que está em volta. Neste processo, elas estão muito mais voltadas à administração

dos sintomas do que na busca das causas efetivas dos problemas. No entanto, este tipo de

aprendizado não passa do início da caminhada rumo à aprendizagem organizacional. Empresas

adaptativas podem até acompanhar com agilidade as mudanças do ambiente, mas não inovam,

Liderança na Organização que Aprende – José Lourenço de Sousa Neto 1/4 Liderança

perdendo mercado para outras mais criativas. Podem ter uma ótima visão do próximo e imediato,

mas não têm em vista o sistema como um todo e as influencias sobre suas pretensões futuras.

Mais coerente com a natural curiosidade dos indivíduos, o aprendizado generativo, de criação, tem

sido o ponto forte das empresas líderes. Essas organizações sabem que são parte de um sistema

muito maior e que problemas vão muito além da febre que se manifesta. Apresentado o sintoma,

esse tipo de organização busca pelas causas sistêmicas, procurando atuar sobre elas. Na medida em

que saem do imediatismo, da busca da solução paliativa, tais empresas acabam por valorizar a

capacidade de aprender das pessoas. Destas é demandado uma percepção maior do contexto, via

estudos, análises e conclusões, e a apresentação da melhor solução, via criação.

Considerando que as duas situações, adaptação e capacidade generativa, são importantes e têm seu

lugar

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