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O Negócio tá Devagar, Mas Pelo Menos não Pago Aluguel”. Isto Será Mesmo Bom?

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Por:   •  26/6/2013  •  486 Palavras (2 Páginas)  •  565 Visualizações

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Em 1998 eu trabalhava em uma concessionária de energia elétrica quando ela foi privatizada. Meus novos "patrões", a Enron Corporation, adotaram uma estratégia para geração de capital de giro até então pouco divulgada no Brasil: a conversão do imobilizado em disponibilidades, ou seja, transformar os ativos que não possuíam liquidez imediata em dinheiro em espécie ou direitos de alta liquidez, a fim de poder utilizá-los operacionalmente em médio e curto prazo.

Na época, minha empresa atendia 238 cidades, sendo que havia prédios próprios em cada uma delas para acomodar suas equipes e instalações. Portanto, o patrimônio da organização era enorme, porém cerca de 80% encontrava-se no ativo permanente, acarretando dificuldades para o cumprimento das obrigações de curto e médio prazo.

A solução foi vender os prédios em cada cidade mediante contrato em que o valor seria aquém do mercado, mas sob a condição de que o comprador deveria construir novas instalações com o padrão da empresa e alugar à concessionária por 30 anos.

Desta forma, a organização garantiu recursos para investir em seus postes e equipamentos, além do cumprimento de suas obrigações, sem recorrer a linhas de créditos. Por outro lado, o novo proprietário comprou um imóvel por um preço abaixo do mercado e ainda garantiu um inquilino fiel e adimplente por 30 anos. O serviço de fornecimento de energia elétrica foi melhorado devido aos investimentos e todos os stakeholders foram beneficiados.

Assim como a Enron, as empresas devem procurar novas formas para captação de recursos no que tange o suprimento de capital de giro e investimentos. A adoção de empréstimos tornou-se tão rotineira que em um trabalho de TCC recente que orientei, os entrevistados confundiam capital de giro com limite do cheque especial e linhas de créditos pré-aprovadas que os bancos concediam.

Considerando a afirmação de Masakasu Hoji de que "o capital de giro é conhecido também como capital circulante e corresponde aos recursos aplicados em ativos circulantes, que se transformam constantemente dentro do ciclo operacional", pode-se concluir que o capital de giro é que autofinancia o core business da organização, ou seja, sua atividade principal. Portanto, recursos que não agregavam valor para a concessionária de energia elétrica, foram transformados em investimentos para suas linhas de transmissão de eletricidade e equipamentos, além de incrementar o capital de giro.

Quantas histórias ouvem-se de empresários que compraram um prédio para a sede de sua empresa em um local errado e tempos depois fecharam suas portas? Se houvessem locado o imóvel, provavelmente perceberiam outro local apropriado para seu negócio e se reinstalariam próximo ao seu cliente. Claro que uma boa pesquisa de mercado evitaria este recomeço, mas não faz parte da cultura empreendedora brasileira tal atitude.

Portanto, muitas vezes a sensação de segurança em se ter uma "sede própria" pode ser uma armadilha para a perenidade da empresa, haja vista que o prédio não é o objetivo principal da organização, mas sim a venda se seu produto ou serviço e a proximidade com seu cliente.

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