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O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E OS DESAFIOS PARA A CONTABILIDADE

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Por:   •  18/9/2013  •  3.439 Palavras (14 Páginas)  •  699 Visualizações

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O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E OS DESAFIOS PARA A CONTABILIDADE

A corrida em direção à responsabilidade social empresarial vem sendo incentivada por pressões de diversas naturezas. É um movimento que tende a trazer grandes benefícios sociais e impactos na forma de gestão. No entanto, se desencadeado de maneira errônea, sem a devida preparação do processo, a capacitação do pessoal, o planejamento das atividades e os controles adequados, pode não gerar os efeitos desejados ou mesmo prejudicar a empresa e seus stakeholders.

Conforme apontam Brito e Lombardi (2007), o desenvolvimento sustentável tem sido debatido por muitos grupos e de diversas formas. Os autores afirmam que essa discussão só terá sentido se o conceito de desenvolvimento sustentável representar um processo de mudanças, no qual a exploração de recursos, a direção dos investimentos e a orientação do desenvolvimento tecnológico das organizações tratem os recursos naturais como finitos, considerando que a má utilização dos mesmos pode levar a um colapso global.

Nesse contexto, as organizações são instigadas a incorporarem na sua gestão as premissas do desenvolvimento sustentável. Para Leal (2009), empresas sustentáveis são aquelas que baseiam suas premissas e práticas gerenciais de forma a, além de serem economicamente viáveis, manterem-se competitivas no mercado, produzindo de maneira a não agredir o meio ambiente e contribuindo para o desenvolvimento social da região onde atuam.

O processo de identificação e avaliação das questões sociais exige uma integração entre diferentes áreas e profissionais dos mais diversos segmentos. Barbosa (2007) ressalta que o próprio conceito de sustentabilidade é um termo interdisciplinar, uma vez que é usado em várias áreas do conhecimento. A evolução das discussões sobre o desenvolvimento sustentável ocorre tanto no progresso das pesquisas sobre o fenômeno quanto na formulação de abordagens teóricas e propostas metodológicas, produzindo um conjunto de entendimentos, conceitos, compromissos e ações (HOFF, 2008). É extremamente complexo definir critérios que abranjam todas as dimensões da sustentabilidade, e essa tarefa, ainda em estágio de desenvolvimento, demanda esforços adicionais de pesquisa acadêmica e de experimentação prática pelos profissionais de mercado atuantes na área contábil.

As empresas decididas a assumir suas responsabilidades sociais defrontam-se com um grande problema para avaliar seu desempenho nessa esfera, conforme já ressaltavam Duarte e Dias (1986), pois os instrumentos tradicionais de gestão não exibem tal preocupação, uma vez que na concepção tradicional da empresa isso era inconcebível. Diante dessa realidade, Monteiro e Ferreira (2007) destacam que diversos ramos do conhecimento se mobilizaram para criar mecanismos que pudessem incentivar a preservação do meio ambiente e ainda fiscalizar e controlar os efeitos sociais e ambientais decorrentes do crescimento econômico.

Torna-se relevante acompanhar os impactos que estão sendo provocados na sociedade, o que permite o diagnóstico, o controle de atividades e a avaliação dos resultados gerados. Para avaliação deste tipo de investimento é necessário identificar as variáveis que compõem o comportamento social e econômico das organizações. A partir disso, podem-se analisar as vantagens ou desvantagens de sua implantação ou continuidade, identificando os benefícios gerados frente aos recursos consumidos.

Entre os ramos do conhecimento mobilizados por esta realidade encontra-se a contabilidade, ciência que estuda a mensuração do patrimônio das entidades e das variações que ocorrem no mesmo, em determinado intervalo de tempo, visando à continuidade de tais entidades (MONTEIRO; FERREIRA, 2007). Nesse sentido, o papel da contabilidade inclui evidenciar as informações sobre os fatos e eventos, internos ou externos, que podem afetar o meio ambiente e o patrimônio das empresas.

A necessidade de dispor de informações de qualidade e sistematizadas sobre o desempenho social faz surgir a demanda por instrumentos adequados a isso. Para Iudícibus (2010), a função fundamental da contabilidade é fornecer aos usuários de demonstrações financeiras informações que os ajudarão na tomada de decisões. Um dos principais objetivos da informação contábil, segundo Lopes e Martins (2005), é contribuir para a redução da assimetria informacional existente entre os usuários internos (gestores, por exemplo) e os usuários externos da entidade (acionistas, credores e governo, dentre outros). Assim, a contabilidade constitui-se em um importante instrumento para permitir que os diversos usuários possam avaliar a real situação da organização, uma vez que os indivíduos envolvidos nas atividades empresariais não possuem o mesmo nível de informação.

Como ciência e veículo de informação, a contabilidade tem como desafio elaborar relatórios que contemplem de forma completa e transparente as relações da empresa com a sociedade. O mundo globalizado exige hoje um novo perfil tecnológico-econômico-social, segundo Kroetz (2000), que requer que a contabilidade evolua no sentido de prestar informações atualizadas, observando os reflexos das mudanças patrimoniais no ambiente social e ambiental. As divulgações devem englobar diversos aspectos, não se restringindo a informações de ordem financeira, e diversos modelos têm sido desenvolvidos na tentativa de estabelecer critérios de quantificação e mensuração para as questões socioambientais.

Assim, a contabilidade destaca-se como a principal linguagem de comunicação dos participantes do mercado, influenciando nas avaliações dos riscos e benefícios associados às suas decisões (NIYAMA; SILVA, 2008). A evidenciação de informações de cunho socioambiental vem ao encontro dos objetivos e princípios da contabilidade, e estaria também em consonância com os princípios de responsabilidade social corporativa, prezando a ética na condução dos negócios, a transparência no relacionamento com os stakeholders e o compromisso da empresa com o desenvolvimento sustentável. Todavia, conforme afirmam Monteiro e Ferreira (2007), a evidenciação da informação ambiental nas demonstrações contábeis ainda é algo incomum (pode ser considerada rara, segundo os autores). De modo geral, as empresas não divulgam esse tipo de informação, o que aparenta desconhecimento ou desinteresse sobre essa face da responsabilidade social. Além disso, também se pode observar que a informação ambiental tende a ter maior divulgação quando há pressão por parte da sociedade, ou ainda quando existem leis mais rigorosas (MONTEIRO; FERREIRA, 2007).

Tinoco e Robles (2006) enfatizam que a sociedade passa recentemente

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