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Teoria Cambial

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Por:   •  7/10/2014  •  3.320 Palavras (14 Páginas)  •  267 Visualizações

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FATOS QUE MUDARAM A ECONOMIA INTERNACIONAL

Ao longo da História, os diversos continentes foram retalhados em territórios autônomos, muito diferentes entre si, com relação ao tamanho e aos recursos produtivos disponíveis. Assim, através de processos políticos complexos foram-se conformando os atuais países. As nações independentes descobriram, muito cedo, as vantagens de trocar mercadorias, originando os fluxos do comércio internacional.

Na medida em que os meios de comunicação e de transporte iam-se aperfeiçoando, o

sistema mundial foi ficando mais interdependente e os países foram abandonando progressivamente as estratégias orientadas para a auto-suficiência. O desenvolvimento do comércio possibilitou que cada nação se especializasse naquelas produções em que apresentava maiores aptidões, complementando, através do comércio, o leque de mercadorias

que seus cidadãos necessitavam.

A especialização produtiva dos países obedeceu, pelo menos inicialmente, às respectivas disponibilidades de fatores de produção, que determinaram a conformação de vocações nacionais, especialmente no caso dos produtos agrícolas e minerais. Assim, por exemplo, o Brasil dedicou seus recursos a produzir café, em função da disponibilidade de recursos naturais (terra, clima, etc), especialmente apropriados para essa finalidade. Em geral, os países se especializaram nas produções em que eram mais eficientes, conseguindo produzir os respectivos produtos a um custo menor.

O comércio entre países pode ser analisado a partir de dois pontos de vista. Em primeiro lugar, ele permite que cada país tenha accesso a um leque muito amplo de bens e serviços, satisfazendo as necessidades diversificadas de seus cidadãos, sem perder as vantagens da especialização produtiva. Em segundo lugar, a possibilidade de vender seus produtos em outros mercados, permite que os volumes de bens produzidos em cada país sejam muito maiores do que seriam no caso de ficarem restritos aos mercados internos, exclusivamente, sendo assim possível aproveitar os ganhos de eficiência conhecidos como economias de escala.

A possibilidade de vender mercadorias no estrangeiro é, assim, tão importante quanto a de comprar. Muitos países conseguem viabilizar suas economias em função da demanda externa, produzindo para a exportação, assim gerando as oportunidades de emprego que, em definitivo, sustentam a geração da renda nacional. O país que permite q as mercadorias de

outros países sejam vendidas no seu mercado interno, está em condições de exigir

"reciprocidade" dos seus parceiros comerciais.

Vários autores indicaram a existência de tendências seculares para a deterioração relativa dos preços dos bens primários frente aos produtos manufaturados. Dentre eles, os mais conhecidos são Prebsich e Singer, que traballhando independentemente no estudo de séries históricas de preços para as mercadorias primárias e as industrializadas, ao longo de extensos períodos, conseguiram identificar o referido declínio relativo no preço dos bens primários.

De acordo com esses autores, a conseqüência dessa deterioração é que os países que exportam bens primários e importam bens manufaturados, perdem capacidade de compra, devendo reduzir o volume de mercadorias importadas. Essa restrição nas compras externas significa que o ritmo da atividade econômica do país deva ser reduzido, gerando conjunturas recessivas.

O sistema monetário preponderante na segunda metade do século XIX, e nos anos iniciais do século XX, era o chamado "Padrão Ouro". Nesse contexto, o comércio entre os países devia ser equilibrado, sendo que qualquer desajuste nos fluxos anuais devia ser compensado com volumes de ouro. Assim, a equivalência em ouro determinava o poder aquisitivo das moedas. No entanto, a limitação dos estoques de ouro prejudicava a expansão do comércio, o que resultava cada vez mais inconveniente à medida que o comércio mundial se expandia. O padrão ouro foi-se tornando mais e mais restritivo, impedindo novos avanços no nível de produção dos países, de forma que se fazia necessário encontrar outros meios de estabelecer a equivalência entre as moedas, sem que fosse possível chegar a um acordo sobre

um sistema alternativo.

A conversibilidade das moedas em ouro teve que ser suspensa durante a I Guerra Mundial, devido aos gastos excessivos dos países beligerantes, sem que posteriormente fosse

possível reimplantar o sistema em forma duradoura. A tentativa da Inglaterra de restabelecer a

conversibilidade da libra em ouro (1925 a 1931) foi um fracasso tão estrondoso, que ameaçou

com a quebra do Tesouro inglês, considerando-se como uma das causas da Grande Depressão da década de 30. A taxa de conversão fixa impõs a esse governo, uma grande rigidez na definição de suas políticas internas, resultando incompatível com as exigências da sociedade moderna, especialmente com respeito à necessidade de utilizar políticas anticíclicas, que permitissem suavizar os efeitos das crises econômicas.

No período entre a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais, observamos a ascensão dos Estados Unidos como potência mundial. O dólar passou a ser aceito como moeda de circulação internacional, em função da capacidade de produção industrial desse país. As grandes mudanças que tiveram lugar nesse período se processaram no contexto de uma grave crise econômica que se desenvolveu ao longo da década de 30. A maioria dos países industrializados aplicou fortes desvalorizações às suas moedas com a finalidade de melhorar a competitividade de suas exportações, ao mesmo tempo que elevou suas tarifas de importação.

O sistema emanado da Conferência de Bretton Woods buscava estimular ao máximo a

expansão do comércio internacional, implantando com essa finalidade, uma liberdade de comércio tão ampla quanto possível. De fato, a única medida de controle do comércio aceita de forma explícita, foi a tarifa aduaneira, ou seja os impostos de importação "ad valorem". Ficavam assim formalmente banidas as quotas e outras formas de controle direto dos fluxos de comércio.

As regras que deviam reger o comércio mundial foram explicitadas no Acordo Geral de Tarifas e de Comércio (GATT). A aplicação desses princípios possibilitou uma expansão muito vigorosa do comércio internacional, acompanhando a recuperação das economias destruídas pela II Guerra Mundial.

No entanto, a

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