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Teoria Da Contabilidade

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Por:   •  25/9/2014  •  1.204 Palavras (5 Páginas)  •  545 Visualizações

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HISTÓRIA E TEORIA DA CONTABILIDADE

CONCEPÇÃO TRADICIONAL DA CIÊNCIA

Na antiguidade considerava-se que a ciência era todo o Saber independentemente da sua origem, podendo distinguir-se as Ciências reveladas (Teologia), especulativas (Filosofia), normativas (Ética, Política) e positivas (Física, Astronomia). Com o Renascimento a ciência passou por uma nova fase – a experimental, i.e., o conhecimento racional baseado na experiência, nesta incorporando-se a observação e a experimentação (Rocha, 1991: 14)3.

CONCEPÇÃO CONTEMPORÂNEA DA CIÊNCIA

Ainda de acordo com Rocha (1991: 16-23), as três condições atrás referidas sobre a visão tradicional das ciências foram contestadas e deram lugar a uma outra concepção (contemporânea) da ciência, assente essencialmente nos seguintes pressupostos:

– A Ciência não é um conhecimento estritamente experimental;

– Muitas das leis só são válidas mediante determinadas condições e circunstâncias, idéias que nem sempre são exequíveis;

– Validade ou verdade são noções susceptíveis de ser controvertidas;

– A Ciência já não chama a si a verdade absoluta, definitiva e infalível;

– Duas verdades e duas falsidades podem-se contrapor;

– A Ciência nunca será um livro fechado.

CONTABILIDADE: CIÊNCIA, TÉCNICA OU ARTE ?

A Contabilidade surgiu como necessidade imperiosa de se criar um conjunto de processos práticos destinados a suprir a memória dos mercadores a partir do momento em que ela se mostrou incapaz defixar e de reproduzir com absoluta fidelidade, em qualquer momento, as quantidades e valores das mercadorias por eles vendidas a crédito (Lopes Amorim, 1968: 9). Com o desenvolvimento das trocas comerciais e conseqüente aparecimento da moeda como instrumento que veio facilitá-las, a Contabilidade passou a assumir um papel cada vez mais importante. Por outro lado, o aparecimento dos sistemas de numeração escrita incutiu à Contabilidade uma importância extrema. Como referimos no capítulo introdutório, a Contabilidade nem sempre foi considerada detentora de caráter científico. De fato, inicialmente foi vista como uma arte ou como uma técnica.

Para Herrmann (1958: 1) em todos os ramos do saber humano distinguem-se dois aspectos:

1.º Pelo raciocínio procura-se penetrar a razão das coisas e investigar a natureza dos fatos;

2.º Pela prática estudam-se os meios para tornar úteis à humanidade os resultados das observações.

O primeiro corresponde à ciência e o segundo à arte.

A Contabilidade também deve ser estudada, primeiro como sistema de conhecimentos a respeito dos fatos que lhe constituem o fundamento, e, depois, como conjunto de preceitos que permitem adaptá-los às conveniências humanas (Herrmann, 1958:3).

Lopes de Amorim (1968: 208-10) apresentou vinte definições de Contabilidade de diversos autores que evidenciam a Contabilidade considerada naquele tríplice aspecto (ciência, arte e técnica), das quais destacamos duas:

– É a ciência das contas edos valores, que tem por fim a criação de processos ou de sistemas de classificação de contas, que permitem o registro, numeração e avaliação das operações e de valores em movimento, para deles tirar informações e fixar a posição das operações, dos valores e a situação do objeto dessa contabilidade (René Delaporte,1936);

– É a ciência do cálculo aplicado à vida comercial ou simplesmente a ciência das contas (R. Dória, 1903).

A IMPORTÂNCIA DAS PARTIDAS DOBRADAS NA CIÊNCIA CONTABILÍSTICA

A história da Contabilidade digráfica anda, desde sempre, estreitamente associada à história das empresas comerciais, motivo por que as partidas dobradas só se generalizaram a partir dos começos do século passado, quando o capitalismo, até então repouso, iniciou a sua marcha avassaladora e triunfante (Gonçalves da Silva, 1948: 7).

A invenção das partidas dobradas coincide, pois, com a criação do capital como expressão numérica do valor do patrimônio, como noção meramente quantitativa, como importância abstrata ou simples medida pecuniária independente das coisas que em qualquer momento a objetivam (Gonçalves da Silva, 1948: 9).

O sistema digráfico, em que a causa e o efeito são simultaneamente pontos em evidência num mesmo lançamento, marca o início da Contabilidade balanceante ou Contabilidade moderna e foi, pela primeira vez, exposto em letra de forma pelo frade italiano

“Luca Paciolo” no seu “Tractactus XI particularis de computis et scripturis” integrado na suaobra “Summa de Arithmética, Geometria Proportioni et Proportionilitá”, publicada em Veneza, em 1494 (Lopes Amorim, 1968: 73)13.

RELAÇÕES DA CONTABILIDADE COM OUTRAS CIÊNCIAS

A autonomia científica da Contabilidade só foi conseguida no início deste século.Uma vez que a Contabilidade é considerada uma ciência multidisciplinar, com ligação à economia, à gestão, ao direito, à matemática, à estatística, às finanças, à administração, etc., foi muito difícil o “corte umbilical” a essas ciências e, ainda hoje, há quem conteste essa independência.

Ligações com a Matemática

A matemática constitui, sem dúvida, uma das disciplinas em que a Contabilidade se serviu e ainda se serve para fundamentar o seu caráter científico. Efetivamente a matemática esteve sempre muito relacionada com a contabilidade.

Curiosa é, também, a definição de Contabilidade apresentada por D’ Auria (1969: 8) no VI Congresso Internacional de Contabilidade

“Contabilidade é uma ciência matemático-social, cujo campo

de aplicação é o patrimônio; tem como meios os dados

quantitativos e qualitativos de gestão; os seus instrumentos

são o cálculo e os registros; as suas funções

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