Trabalho Direto E Trabalho Indireto

Atualmente o trabalho pode ser visto como uma disputa de interesses, pois de um lado os empresários capitalistas visando a valorização do capital e do outro os trabalhadores diretos e indiretos visando qualidade de vida e conquista de status.

Trabalho direto aqui, entendido como “força bruta de produção”, sendo a relação direta entre operário e os produtos ou bens de consumo produzidos pela empresa. Porém, ao entrar em uma empresa como operário, o trabalhador na maioria das vezes já não alimenta grandes expectativas dentro da mesma e, este encara sua demissão como parte de suas perspectivas. Portanto, acontece que o trabalhador direto não veste a camisa da empresa, pois se sente explorado pelo capital e acaba trabalhando, não para aumentar o lucro da empresa e sim para suprir suas necessidades básicas, por ser na maioria das vezes sua única fonte de renda.

Entretanto, para que a reprodução do capital se torne evidente, é necessário uma forma eficaz de organização e controle (gerentes, supervisores e etc...). São os chamados trabalhadores indiretos (referência ao chamado “trabalho indireto”) que diferentemente do outro tipo, citado anteriormente (o “direto”) não têm uma relação direta com os produtos ou bens de consumo produzidos pela empresa. Ao contrário da força de trabalho direta da organização, estes sim vestem a camisa da empresa, pois para chegar a um cargo de chefia é necessário lealdade e competência, além da total identificação com os interesses da empresa, contradizendo muitas vezes com seus interesses próprios. Estes encaram sua demissão como uma forma de rejeição, já que para ocupar tal cargo, o trabalhador acaba se dedicando ao máximo à empresa, dando o seu melhor.

Portanto, para que se possa haver uma reprodução do capital, a organização do trabalho torna-se na verdade, a organização do conflito. De um lado o trabalhador direto, proletariado, que necessita vender sua força de trabalho a um empresário capitalista é formada basicamente de operários, operadores repetitivos de máquinas trabalhando sem grandes perspectivas. De outro lado, o trabalhador indireto que segue com total lealdade e competência junto dos interesses da empresa, muitas vezes contrários aos seus. Os donos do capital, proprietários dos meios de produção, acabam, de uma maneira geral, explorando ambas as forças de trabalho, tanto o direto como o indireto, obtendo lucros absurdos em detrimento aos salários que realmente deveriam ser ganhos pelos trabalhadores.

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