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As Contas Nacionais - Estrutura Básica

Por:   •  30/6/2021  •  Trabalho acadêmico  •  2.643 Palavras (11 Páginas)  •  220 Visualizações

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  • quando consideramos o movimento da economia como um todo, o produto é a principal variável a ser enfocada: sem produto não há renda, nem dispêndio, nem transações.
  • Assim, a conta de produção afigura-se a conta mais importante e é a partir dela que todas as demais encontram sua razão de ser.
  • na ótica do dispêndio, tudo aquilo que é considerado bem final faz parte do produto.  Conceito de bem final
  • Todo bem que é final, deve ter seu valor considerado no cálculo do valor do produto, mas nem todo bem cujo valor entra no cálculo do valor do produto é um bem final.
  • Conceito de bem final:
  • todos os bens e serviços produzidos no período que não foram destruídos (ou absorvidos como insumos) - na produção de outros bens e serviços.
  • Com esses elementos temos já uma pista sobre a forma que deve ter a conta de produção. De um dos lados da conta teremos o produto; de outro, o consumo das famílias e a formação de estoques.
  • Com relação aos estoques, já que não se parte de um ponto zero, o mais correto é falarmos em variação de estoques.
  • nossa conta de produção de um de seus lados, está contabilizado o produto e, de outro, consumo pessoal e varia ao de estoques. Mas a conta não está completa ainda.
  • tudo aquilo que produzido num período, mas que não é consumido nesse período, ensejando, consumo no futuro, chama-se investimento.
  • Desse modo, a variação de estoque se encaixa no investimento, mas não é a sua única forma.
  • Investimento:
  • Variação de Estoque: congrega os bens cujo consumo ou absorção futuros irão se dar de uma Única vez
  • Formação Bruta de Capital Fixo: agrega os bens que não desaparecem depois de uma Única utilização e possibilitam a produção ao longo do tempo. Ou seja, possibilitam a produção de urna fluxo de bens e serviços.
  • O capital fixo, ainda que isto não ocorra de uma Única vez, todos eles também se desgastam com o tempo. É a chamada depreciação, que irá criar dois tipos de produtos: o bruto e o líquido.
  • os bens e capital fixo também se desgastam com o tempo e com o uso, de modo que, findo um determinado período, seu valor terá sido inteiramente absorvido pelo fluxo de produção de bens.
  • produto bruto: produção total da economia.
  • produto líquido: produto bruto menos a parcela correspondente à depreciação daquele período.

  • Entre capital fixo e estoques, A diferença está em que formação bruta de capital fixo é normalmente resultante de um planejamento das empresas, enquanto a variação de estoques é, ao menos em parte, não planejada.
  • Temos agora todos os instrumentos para apresentar a estrutura da conta de produção. de um lado, o produto liquido e a depreciação, e de outro consumo pessoal, variação de estoques e formação bruta de capital fixo.
  • o sentido da conta de produção e mostrar o resultado do esforço conjunto da economia de um país num determinado período de tempo e qual foi o destino do produto assim gerado. daí a utilização do termo despesa na Última linha do lado do credito, e é isso que garante seu equilíbrio interno, igualdade entre débito e crédito.
  • É necessário, portanto, que haja um equilíbrio entre todas as contas. Logo, isso implica a consideração das demais contas componentes desse modelo. A conta da apropriação e a do capital.
  • é nessas contas que se encontram os lançamentos a d6ito e a crédito inversamente correspondentes a conta de produção, e que garantem o equilíbrio externo do sistema.
  • Sentidos da conta de produção:
  • revelar o produto como dispêndio, a finalidade ou destino da produção
  • revelar a produção em sua dimensão de elemento gerador de renda.
  • A renda, como o produto, pode ser líquida ou bruta.
  • A conta de apropriação é uma segunda versão da conta de produção, em que o produto é apresentado como somatório das diversas remunerações como contrapartida da cesso dos fatores de produção.
  • essas remunerações podem, em princípio, ser reduzidas a salário e lucro. Mas dentro das remunerações encontram-se ainda os aluguéis e os juros.
  • essa segunda versão da conta de produção, por si só, demonstra a identidade produto renda dispêndio.
  • O sentido da conta de apropriação é mostrar de que maneira as famílias alocaram a renda que receberam. trata-se de uma espécie de "conta-espelho" da conta de produção:
  • se nesta os indivíduos e famílias são considerados agentes envolvidos nas atividades produtivas, na conta de apropriação eles são tomados como unidades de dispêndio, a partir da renda recebida.
  • Assim, essa conta traz, do lado do debito, a rubrica poupança liquida, que indica a parcela de renda que as famílias decidiram não consumir e sim poupar. De mesmo modo, as remunerações são lançadas a créditos.
  • Nesse sentido, os lucros retidos devem ser entendidos como poupanças compulsórias, já que eles ficam nas empresas.
  • A conta de apropriação   funciona como um demonstrativo de lucros e perdas. Os principais agentes por trás dessa conta são as famílias. São dês que se apropriam da renda gerada na economia e a alocam.
  • em função da exigência de equilíbrio externo, lançamentos a crédito na conta de apropriação aparecem como lançamentos a débito na conta de produção.
  • Mas não só em função disso, já que os agentes principais nas contas são contrastantes.
  • Na conta de produção, as empresas, que consomem os fatores de produção. Em função disso, a remuneração desses fatores aparece no lado do débito e, do lado do crédito, estão os recursos adquiridos pela venda de sua produção.
  • Para satisfazer o princípio das partidas dobradas, precisamos encontrar as contrapartidas de alguns elementos, a variação de estoque e a formação bruta de capital fixo, por exemplo.
  • A conta de capital irá fazer essa função, apontando como contrapartidas, respectivamente, poupança líquida e a depreciação.
  • A conta de capital "fecha" o sistema, garantindo seu equilíbrio externo. Além disso, ainda demonstra a identidade entre investimento e poupança, que nada mais é do que outra forma da identidade produto, renda e despesa.
  • A conta mostra que, se a variação de estoques e a formação bruta de capital fixo devem ser consideradas investimento, elas também devem ser consideradas poupança, pois indicam que, da produção nem tudo foi consumido naquele período, mas parte foi guardada.
  • A poupança significa um crédito e o investimento um débito.
  • A poupança líquida engloba a poupança pessoal e os lucros retidos. Somando-se a ela a depreciação, encontra-se a poupança bruta.
  • Admitindo a existência do setor externo, incluem-se agora a importação e a exportação. O cotejo entre esses dois tipos de transação constitui a chamada balança comercial, parte do balanço de pagamentos.
  • Ainda no balanço de pagamento estão a balança de serviços (transações externas envolvendo os chamados "invisíveis" ou mercadorias intangíveis) e a balança de transações correntes.
  • As rubricas da balança de transações são as mesmas da nossa conta do setor externo. Que são as exportações de bens e serviços não fatores e a utilização de fatores de propriedade de residentes no país consideradas pelo resto do mundo como débito em relação a nosso país, e as importações de bens e serviços não fatores e a renda gerada por fatores de produção de propriedade de não-residentes, consideradas como crédito.
  • as contas afetadas por novos lançamentos da conta do setor externo são a de produção e a de capital.
  • a conta de produção que terá agora de contemplar o valor produzido com fatores de produção nacionais e o valor produzido com a utilização de fatores de propriedade de não-residentes. Trata-se agora de registrar o PIB, e não mais o PNB.
  • O débito das importações é efetuado na conta de produção, de modo que ela não vai mais demonstrar o produto, mas aquilo que se chama de oferta total. Contrariamente, as exportações serão lançadas no lado do crédito da conta de produção, compondo a demanda total.
  • A partir disso, a conta de produção apresenta, no débito, o PIB mais a oferta total, que devem igualar-se, em valor, à demanda total, seja ela originada do consumo, do investimento, internamente ou não.
  • Para fechar o sistema, é preciso encontrar um lançamento a crédito que compense o débito do déficit do balanço de pagamentos em transações correntes (diferença entre importação e exportação). Ele será encontrado na conta de capital.
  • O déficit é lançado a crédito na conta de capital. Isso indica que, no período em questão, parte do investimento efetuado na economia deveu-se à importação de capital. Que a economia, para fazer frente à sua absorção interna, está importando capital.
  • Se a economia produzir não um déficit, mas um superávit em transações correntes, exportando mais do que importando, o déficit do balanço de pagamentos em transações continua do lado do crédito, porém com sinal negativo.
  • o governo interfere significativamente na vida econômica de um país. Para dar conta de todas essas operações, costuma-se introduzir a conta do governo.
  • impostos e outras receitas correntes do governo vão aparecer no lado do crédito dessa conta, enquanto o consumo, as transferências e os subsídios vão figurar do lado do debito.
  • A conta do governo e, em muitos sentidos, semelhante à conta de apropriação. Ela busca mostrar qual foi o valor da receita do governo e como o governo a alocou.
  • A igualdade entre o debito e o credito da contar requer o lançamento do saldo do governo em conta corrente no lado do debito.
  • o governo recebe, sob a forma de impostos e outras receitas liquidas uma determinada parcela da renda gerada na economia. Com essa quantia, o governo sustenta suas próprias atividades e ele utiliza essa receita para fazer transferências ao setor privado. Ainda, ele concebe subsídios.
  • Do cotejo entre a receita e os gastos surge um saldo que tanto pode ser positivo quanto negativo.
  • a conta do governo demonstra que o governo não só arrecada impostos, mas também devolve parte deles sob a forma de transferências e subsídios.
  • Impostos:
  • Diretos: incidem sobre a renda ou a propriedade e são recolhidos e pagos como impostos
  • Indiretos: não são pagos como impostos, mas como parte do preço das mercadorias.
  • Levando em conta essa distinção, torna-se mais fácil compreender a natureza das devoluções que o governo faz:
  • Transferências: efetivo deslocamento de recursos monetários das mãos do governo para as mãos dos beneficiários.
  • Subsídios: não significam propriamente a redistribui ao de uma receita coletada por meio de impostos, mas simplesmente a abdica o de uma receita à qual o governo teria direito.
  • A concessão de subsídios mexe com os preços, mas com sentido oposto aos impostos indiretos. Por isso, podem ser considerados impostos indiretos com sinal negativo.
  • Os preços das coisas:
  • Produtos a preços de mercado: inclui o valor dos impostos indiretos compensados dos subsídios.
  • Produtos a custo de fatores: não considera esse valor adicional.
  • Na conta de produção vamos encontrar a major parte dos lançamentos compensatórios exigidos pela introdução da conta do governo.
  • No lado de débito, o primeiro lançamento diz respeito aos impostos diretos pagos pelas empresas, líquidos das transferências governamentais por elas recebidas.
  • Os dois outros lançamentos impõem-se pela necessidade de considerar o aumento do produto e da renda provocado pela atuação do governo, visto que, ele próprio, gera renda, por meio dos serviços que presta a população.

Revisitando Keynes

  • Keynes contrapôs-se a teoria econômica então dominante. Naquela abordagem chegava-se, à conclusão de que a economia capitalista portava uma espécie de regulador automático que impedia as crises e o desemprego.
  • Todo o desemprego então existente era tornado como desemprego voluntario, considerava-se que as pessoas não trabalhavam porque não queriam.
  • Keynes tentou demonstrar que não existia o tal regulador automático e que a maior parte do desemprego era involuntário, decorrente de uma demanda por força de trabalho diminuta e, assim, incapaz de empregar toda a oferta existente.
  • Na sua conta de produção, temos, do lado do débito da conta, a renda ou produto nacional bruto e, do lado do credito, a indicação da forma concreta tomada por essa renda. Assim, se chamarmos a renda de Y, o consumo de C e o investimento de I, chega-se à identidade entre Y e a soma do consumo e o investimento.
  • Essa expressado nos indica que, numa economia que, por enquanto, ainda é fechada e sem governo, a renda gerada e resultado da produzida de bens de consumo somada a quantidade produzida de bens de investimento.
  • Para Keynes, o principal fator a determinar o nível de C é justamente a renda. Segundo sua teoria, o consumo das famílias varia com o nível de renda: quanto major e a renda, major é o consumo e vice versa.
  • Keynes constatou algo mais ou menos evidente, dado um determinado nível de renda, as famílias consomem boa parte dela, mas também poupam uma parte.
  • Na média da economia, portanto, existe uma propensão ao consumo, que podemos chamar de c. Existe também uma parcela do consumo que não varia com o nível de renda, sendo o mínimo de consumo necessário para a sobrevivência, que podemos chamar de consumo autônomo.
  • Para Keynes, o investimento depende de variáveis extremamente sujeitas à flutuação, devido às sempre presentes incertezas em relação ao futuro. Essas variáveis são a preferência pela liquidez e as expectativas quanto ao rendimento futuro esperado dos bens de capital.
  • Assim, o investimento é, uma variável extremamente instável e que pode explicar por que a economia opera num nível de produção, que não é suficiente para empregar todos os fatores de produção disponíveis.
  • a determinação do nível de renda e produto e, para Keynes, intimamente dependente do comportamento do investimento e que este e bastante sujeito a flutuações.
  • Keynes aponta um elemento, o multiplicador, que indica a magnitude do aumento no nível de renda em decorrência seja de um aumento no consumo autônomo, seja de um aumento em I.
  • Supondo que o consumo autônomo seja uma variável bastante estável, a atuação positiva do efeito multiplicador sobre o nível de renda fica na inteira dependência do comportamento de I. os momentos em que I decresce mesmo dispondo de fatores de produção para operar num nível mais elevado, a economia permanece operando num nível insuficiente para empregar toda a força de trabalho e toda a capacidade instalada.
  • É importante perceber, em todo esse raciocínio, a manutenção da identidade entre produto e renda, ao mesmo tempo que ele também nos permite identificar os determinantes do nível de renda no qual opera a economia. E por conta deste Último elemento que pudemos substituir o sinal indicador de identidade pelo sinal de igualdade.
  • O nível de produto e renda em que opera a economia ri k) depende apenas do consumo e do investimento, mas também dos gastos do governo e das exportações líquidas das importações.
  • um aumento nos gastos do governo eleva o nível de renda, e um aumento nas exportações produz efeito idêntico, enquanto um aumento nas importações produz efeito contrário; todos esses efeitos são devidamente ampliados, para cima ou para baixo, conforme o caso, pela magnitude do multiplicador.
  • É um mecanismo de estímulos e desestímulos que estão permanentemente influenciando o nível de renda e de produto.
  • Qualquer um desses aumentos vai estimular a produção e elevar o nível de renda na magnitude determinada pelo multiplicador.
  • Keynes conclui que, se um aumento no nível de renda e produto em que opera a economia pode ser proveniente de uma elevação nos gastos do governo, então cabe a este um importante papel, além daqueles normalmente a ele consagrados.
  • Em determinados momentos em que o investimento insista em manter-se deprimido só o governo tem condição de retirar a economia de tal situação.
  • em função de tal capacidade que, a partir de Keynes, o governo passa a ter também a responsabilidade por aquilo que se costuma denominar controle da demanda efetiva.

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