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Estudo De Lei

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Por:   •  20/8/2014  •  1.358 Palavras (6 Páginas)  •  184 Visualizações

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DIREITO CIVIL

Estudo da Lei lato sensu

1) Considerações iniciais

a) Etimologia:

Derivado do latim lex, de legere (escrever), em sentido amplo, é tomado o vocábulo em conceito diverso do que lhe é atribuído por sua etimologia: “o que está escrito”. (DE PLÁCIDO E SILVA)

O Vocábulo “lei” pode se referir a vários tipos de fenômenos, que constituídos e organizados cientificamente, a qualificam como leis da física, leis biológicas, leis econômicas, leis astronômicas, leis sociais. Entretanto, para o propósito do nosso curso, interessa-nos, tão-somente, a lei no seu conceito jurídico.

b) Conceito na acepção jurídica:

Em sua acepção jurídica e no sentido originário, a lei pode ser conceituada simplesmente como regra de conduta obrigatória. Como tal, a lei deve ser tomada em dois sentidos:

* Sentido Material: A lei é a regra jurídica abstrata e permanente, tendo por conteúdo uma norma de Direito Objetivo, com a finalidade de assegurar e proteger o convívio social pacífico e harmônico, definindo a norma de conduta de todas as ações juridicamente relevantes.

OBS: Lei, texto legal e norma tem conceitos distintos, embora costumeiramente empregados como sinônimos. Em regra, a lei é constituída por dois elementos: o conteúdo (que é a norma) e a forma (que é o texto legal). A norma é o comando da lei; é o objetivo a ser alcançado pela regra de conduta imposta; é a mens legis, ou seja, a vontade do legislador como delegatário e representante da soberania popular. Por outro lado, o texto legal é a forma da lei, que no nosso sistema franco-germânico, diferentemente do regime da common law, é escrito; são as palavras em que se formula ou se exprime a norma. O texto legal materializa a norma jurídica. Conclui-se, pois, que a norma está contida na lei. Porém, é importante observar que ela não se faz presente apenas nas leis, encontrando-se também nas demais fontes do Direito, especialmente nos costumes e nos princípios gerais de direito.

* Sentido Formal: a lei é todo ato ou disposição emanada do órgão político, a que se atribui o poder de legislar, com observância ao processo específico de sua elaboração.

c) Conceito doutrinário:

A partir da conjugação dos sentidos material e formal, em conceito bastante didático, SÍLVIO VENOSA define lei como “regra geral de direito, abstrata e permanente, dotada de sanção, expressa pela vontade de autoridade competente, de cunho obrigatório e forma escrita.”

Tomando como referência esse conceito, podemos extrair dele as principais características básicas da lei, abaixo delineadas.

2) Característica da lei

a) Generalidade (ou Universalidade): A lei dirige-se a todos os indivíduos, indistintamente. Ela tem como destinatário um número indeterminado de pessoas, não se estabelecendo para um indivíduo ou um grupo específico.

OBS: Excepcionando a regra da generalidade, as leis singulares são aquelas que estabelecem normas especiais ou que instituem um privilégio em benefício de determinada pessoa ou grupo de pessoas. Exemplos: Decreto legislativo de nomeação de servidor público; uma lei que concede indenização para um determinado grupo de pessoas.

b) Obrigatoriedade: A lei deve ser obrigatoriamente observada por todos. Para tanto, dota-se de coercibilidade e força sancionatória para fazer valer a regra que nela se instituiu, sob pena de recompensa, para quem a observa, ou de castigo, para quem a transgride. (DE PLÁCIDO E SILVA).

c) Abstração: Em regra, a lei traz uma regra abstrata, porquanto a lei tem um caráter prospectivo de geração de efeitos para o futuro, em função de hipóteses concebidas idealmente (PABLO STOLZE).

OBS: Entretanto, o ordenamento contempla algumas leis de efeito concreto, como, por exemplo, a lei orçamentária e as leis indenizatórias especiais.

d) Permanência: Refere-se aos efeitos da lei, os quais não se exaurem numa só aplicação. Mesmo as leis temporárias, excepcionais e revogadas, conversam esse caractere por meio do princípio da ultratividade das leis, ou seja, mesmo após o exaurimento da sua vigência, elas continuam a ser aplicadas para resolver as situações jurídicas ocorridas na sua vigência.

e) Emanada de autoridade competente: Tal característica se refere ao aspecto de validade formal da lei. A lei deve ser elaborada por autoridade competente e em observância ao processo legislativo específico.

f) Registro escrito: Refere-se a forma de exteriorização da lei, que, no nosso sistema jurídico, deve ser plasmada em documento escrito e publicado na impressa oficial. Diversamente, ocorre no sistema do common law, baseado no Direito consuetudinário.

3) Classificação das leis

As leis lato sensu são classificadas por diversos critérios utilizados pela doutrina, podendo-se encontrar mais de uma dezena deles conforme a criatividade e preferência de cada doutrinador. Entretanto, para efeito de concursos público, as classificações mais usuais:

a) Quanto à imperatividade:

• Leis cogentes ou impositivas: Dispõem regras de caráter absoluto e de observância obrigatória, não admitindo que as partes disponham de forma contrária, pois versam sobre direitos indisponíveis e questões de ordem pública. Ex: direito à vida; formalidades do casamento.

• Leis dispositivas ou supletivas: Versam sobre direitos disponíveis e regras relativas, permissivas

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