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Jeitinho Brasileiro

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Por:   •  28/11/2014  •  1.241 Palavras (5 Páginas)  •  648 Visualizações

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Fichamento: BARBOSA, Lívia. O Jeitinho Brasileiro. Capítulo 7 – Igualdade Moral e Individualismo Seletivo: O Estilo Brasileiro de Ser Moderno. Capítulo 8 – Jeitinho e Identidade Nacional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

Pg. 121

“[...] O jeitinho era aprovado porque promovia a igualdade, sendo, nesse caso, alvo de um discurso positivo, ou era condenado porque o impossibilitava, tornando-se foco de negatividade.”

“Quem o rejeitava o fazia porque ele estabelecia uma diferenciação que não deveria existir, “porque ninguém é melhor do que ninguém”. Este “melhor” não é uma qualidade social, mas, como veremos, moral. Por outro lado, quem o condenava em termos de representação, mas o praticava, explicava a incongruência entre a representação e a prática pelo fato de que não queriam ser diferentes de ninguém: “Faço porque não sou diferente de ninguém”, “se todo mundo faz, também não vou ficar de fora” etc.”

Pg. 122 “[...] Posteriormente, entendi que o jeitinho exprimia, aliás de forma paradigmática, exatamente uma relação central para a sociedade brasileira: a de uma visão hierárquica com outra igualitária, a partir de uma elaboração acentuada e paradoxal da noção de igualdade.”

Pg. 123 “[...] do índio herdamos o “amor à liberdade e à natureza”; do negro, “a música [samba], sensualidade e também grande parte de nossa cozinha”; e, finalmente, do português, grande parte de nossas instituições sociais e políticas, assim como a ausência de sentimento discriminatório em relação a outras raças, o que sempre nos levou a tratar de forma igualitária e humana as outras etnias com que convivíamos.”

Pg. 126 “Estudiosos estrangeiros de nossas relações étnicas também observaram esse nosso verdadeiro “culto da igualdade racial”. T.L. Smith, referindo-se a ele, afirmou que entre os seus devotos encontram-se os “principais intelectuais do país, cujo credo não-escrito tem dois dogmas principais: 1. Não se deve ser admitido, em nenhuma circunstância, que existe discriminação racial no Brasil; 2. E qualquer expressão que possa surgir de uma discriminação racial deve ser atacada como não-brasileira” (citado em Degler, 1971,p. 107). Uma consequência desse culto, como muito bem observa Smith, é o fato de serem impedidos ou firmemente negadas todas as formas “grosseiras” de discriminação contra negros.”

Pg. 128 “No Brasil e para o brasileiro, admitir-se um “cara” discriminatório, hierárquico, autoritário, ou mesmo que o universo brasileiro seja pontilhado de situações como essas, é alguma coisa fora de questão no nosso sistema de representações.”

Pg. 129 “[...] nenhum outro domínio expressa tão bem nosso fascínio pela ideia de igualdade como nosso sistema jurídico e legal, a começar pela nossa carta constitucional. Em todas as nossas constituições, [...], sempre existe um artigo explicitando a igualdade de todos perante a lei. Em todos os nossos textos constitucionais, não deixamos de registrar a importância que atribuímos à afirmação da igualdade de todos perante a lei.”

Pg. 134 “[...] o tratamento do professor pelo seu próprio nome ou por você, pratica comum no Brasil, é algo impensado em vários outros países definidos e compromissados com o individualismo.”

“Na realidade, a utilização do nome próprio expressa apenas o tipo de relacionamento que tanto o corpo docente como o discente consideram o ideal entre si: igualitário, aberto e democrático. A própria imagem de um professor bom, de um “cara” legal, no sistema de representações estudantil está muito mais ligada às atitudes politicas e sociais do mesmo do que à sua capacidade e dedicação profissional. O individuo que tem uma postura distante, exige o cumprimento dos prazos de entrega dos trabalhos e provas, não concede adiamentos, reclama dos atrasos ou não dispensa os alunos para reuniões politicas não só é considerado “autoritário”, “quadrado”, “rígido” e “reaça”, mas como até mesmo um “mau professor”, independentemente de seu grau de conhecimento, dedicação aos alunos, assiduidade etc.”

Pg. 135 “Se quiséssemos estender nossas observações a outros planos da sociedade, um que, sem dúvida alguma, nos traria bons frutos seria o político-partidário. Nele, é possível se verificar a grande ênfase colocada no ideal igualitário. Ela se expressa tanto pelo ideário dos diferentes partidos, de forma explicita e contundente, como pela postura de seus membros. Ambos rejeitam, no plano simbólico, qualquer tipo de vinculação com os segmentos elitizados da população, seja do ponto de vista intelectual, seja do econômico.”

Pg. 144 “Na sociedade norte-americana, a igualdade se define em relação à sociedade – isto é, um sistema legal e jurídico que estabelece a medida de equivalência entre as pessoas e, como tal, tem um conteúdo social especifico. A igualdade norte-americana é dada pela lei e a ela circunscrita.

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