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Por:   •  29/1/2015  •  1.216 Palavras (5 Páginas)  •  181 Visualizações

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Durante dois dias logo após o primeiro turno, a presidente Dilma Rousseff passou em campanha eleitoral por cinco Estados do Nordeste – Piauí, Paraíba, Bahia, Alagoas e Sergipe. Com apoio de governadores aliados recém-eleitos ou favoritos, Dilma expôs novamente seu discurso que louva o baixo índice de desemprego, exalta programas sociais, fala discretamente em ameaças de interrupção desses benefícios se for derrotada e acusa os adversários tucanos de praticar juros altos e de não gostar de pobres. O discurso é muito parecido em qualquer região, desde o início da campanha. Dilma foi ao Nordeste em busca de uma zona de conforto, para recomeçar após uma vitória apertada no primeiro turno. Não existe vitória ruim. Mas a de Dilma expôs uma fraqueza. Sua vantagem foi pequena, seu adversário teve mais votos que o esperado e, mais preocupante, ela perdeu por uma diferença significativa em São Paulo, o maior reduto de eleitores do país.

Há quatro semanas, a campanha de Dilma sabia que ela perderia no Estado de São Paulo. Não sabiam o tamanho da diferença. Nas urnas, foram cerca de 5 milhões de votos a menos que Aécio Neves, do PSDB. As pesquisas qualitativas feitas pela equipe do marqueteiro João Santana revelavam um terreno pedregoso para Dilma em São Paulo. Nesses levantamentos, em que os eleitores falam sobre diversos temas, ficou claro que o problema em São Paulo não é tanto Dilma em pessoa, mas uma certa aversão ao PT. Os eleitores rechaçam o comportamento do PT após o julgamento do mensalão, e o modo como o partido reagiu à prisão de José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares. Em vez de admitir seus erros, o PT defendeu os condenados com estridência, com ataques virulentos à Justiça e ao então presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. Nas entrevistas feitas pelos marqueteiros petistas, os eleitores demonstravam desaprovação a isso.

Um fato inusitado – desses que acontecem na política brasileira e, talvez, em mais dois ou três países – prejudicou ainda mais a campanha. Em maio, a maioria dos paulistas ficou sabendo que o deputado estadual petista Luiz Moura era suspeito de participar do esquema de lavagem de dinheiro de uma facção criminosa por meio de cooperativas de transporte público. A história de Moura é de arrepiar: ele é um ex-assaltante, preso por dois roubos à mão armada. Fugiu da cadeia e, anos depois, entrou na política. Moura foi rapidamente expulso pelo PT. Mas sua história ficou na memória dos eleitores, que uniram esse fato à solidariedade histérica aos mensaleiros e passaram a ter uma imagem negativa do PT em relação à corrupção. A equipe de Dilma percebeu nas entrevistas que, na mente de muitos eleitores paulistas, os petistas passaram a habitar o lugar que já foi dos malufistas.

Dilma poderia superar isso, não fosse um problema maior na economia. As previsões de crescimento do PIB do Brasil neste ano estão em apenas 0,3%. A campanha de Dilma desenvolveu um discurso em que culpa a crise internacional por isso. Afirma que, diante de tal adversidade, o governo ainda conseguiu a façanha de preservar o nível de emprego. Esse discurso tem menos efeito em São Paulo, porque os paulistas são os primeiros a sentir os efeitos da desaceleração econômica, ainda menos percebida em regiões como o Nordeste. O emprego na indústria brasileira registrou queda de 3,6% em julho, em relação a julho de 2013, de acordo com o IBGE; em São Paulo, essa queda foi de 5,1%. Depois de anos de prosperidade com Lula, metalúrgicos na capital e na região do ABC já sofrem com demissões – ou, pelo menos, com férias coletivas e jornadas mais curtas, os recursos que antecedem a dispensa. “A crise chegou primeiro a São Paulo”, afirma um assessor de Dilma.

>> Dilma fará o que diz na economia?

Uma das esperanças do PT era a atuação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele permaneceu em São Paulo durante boa parte da campanha, para ajudar seu candidato ao governo, o ex-ministro Alexandre Padilha. As criações de Lula mais atrapalharam que ajudaram Dilma. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, uma invenção de Lula, eleito de forma espetacular, vive um momento de baixa popularidade – como a maioria dos prefeitos, devido à crise financeira. Em parte por culpa dele, Padilha teve o pior desempenho de um candidato petista no Estado desde 1998. A frustração foi tamanha que Lula chegou

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