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Sociologia Sessões de treino

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Por:   •  29/1/2014  •  Tese  •  2.116 Palavras (9 Páginas)  •  240 Visualizações

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CAPÍTULO SEGUNDO: A formação Com o surgimento da sociologia, surge também, a falta de um entendimento comum por parte dos sociólogos em torno ao objeto e aos métodos de investigação desta ciência. Fato este, que se deve ao caráter antagônico da sociedade capitalista, que por sua vez, deu margem ao nascimento de distintas sociologias. A sociologia positivista concebia a sociedade como um fenômeno com maior importância em relação aos indivíduos que a integram. Comprometeu-se com a defesa da manutenção e da preservação da ordem instalada pelo capitalismo. Encontrou no pensamento conservador um ponto de referência para a formulação de seus principais conceitos explicativos da realidade. O pensamento conservador exerceu grande influência entre autores positivistas como: Saint-Simon, Auguste Comte e Emile Durkheim, que modificaram algumas concepções das idéias dos conservadores, adaptando-as às novas circunstâncias históricas. Saint-Simon, um dos fundadores do positivismo, via a sociedade francesa pós-revolucionária como "perturbada", com um clima de "desordem" e de "anarquia" e o problema a ser enfrentado por ele era o da restauração da ordem. Para ele a ciência da sociedade era vital para o estabelecimento dessa nova ordem social. Esta ciência deveria utilizar em suas investigações, os mesmos métodos das ciências naturais, que deveria descobrir as leis do progresso econômico e do desenvolvimento social. Auguste Comte retomou várias idéias de Saint-Simon, embora sendo um pensador menos original, mas mais sistemático que este. Segundo Comte, as sociedades européias se encontravam em profundo estado de caos social e para haver coesão e equilíbrio na sociedade seria necessário restabelecer a ordem nas idéias e nos conhecimentos, criando um conjunto de crenças comuns a todos os homens. Procurou, então, estabelecer os princípios que deveriam nortear os conhecimentos humanos. Tinha como ponto de partida a ciência e o avanço que vinha obtendo em todos os campos de investigação. A filosofia deixava de ser para ele, uma atividade independente e passava a ser uma disciplina auxiliar da ciência. Segundo ele, faltava fundar uma ciência "físico social", ou seja, a sociologia. Ela deveria utilizar em suas investigações os mesmos procedimentos das ciências naturais. Comte considerava como destaque de sua sociologia a reconciliação entre a "ordem" e o "progresso", pregando a necessidade mútua destes dois elementos para a nova sociedade. Durkheim também se preocupou com a questão da ordem social. Para ele a sociedade poderia ser analisada da mesma forma que os fenômenos da natureza. Com isso, os sociólogos deveriam utilizar em seus estudos os mesmos procedimentos naturais e precisavam utilizar e se encontrar durante as suas investigações em um estado de espírito semelhante ao dos físicos ou químicos. Insistia que para restabelecer a "saúde" da sociedade seria necessário criar novos hábitos e comportamentos no homem moderno e assim, obter o bom funcionamento da sociedade. Segundo ele, a sociologia teria a função de detectar e buscar soluções para os problemas sociais, se convertendo assim, numa técnica de controle social e de manutenção do poder vigente. Através dele, a sociologia penetrou a Universidade e seu pensamento marcou decisivamente a sociologia contemporânea. A sociologia positivista preocupou-se contudo, com a manutenção e a preservação da ordem capitalista, mas é a sociologia do pensamento socialista de Marx e Engels que procurará realizar uma crítica radical à sociedade capitalista, colocando em evidência os seus antagonismos e contradições. A teoria crítica, criada pelo aparecimento da classe dos proletariados, assume uma tarefa teórica à explicação crítica da sociedade e para a sua superação. É, no entanto, através da perspectiva teórica do pensamento socialista que a sociedade capitalista passa a ser analisada como um acontecimento transitório. Marx e Engels assimilaram, de maneira crítica, as três principais correntes do pensamento europeu do século XIX: o socialismo, a dialética e a economia política. Através desta assimilação, cuja operação intelectual é bastante complexa, constituiu-se a formação teórica e o desenvolvimento do conhecimento sociológico crítico e negador da sociedade capitalista. A função da sociologia nessa perspectiva, era ao contrário do pensamento positivista, a de contribuir para a realização de mudanças radicais na sociedade. O pensamento marxista comprometeu-se com a transformação revolucionária da sociedade e procurou tomar as contradições do capitalismo, derivadas do antagonismo entre proletariados e burguesia, como um de seus focos centrais. A teoria social de Marx e Engels ofereceu à sociologia uma série de temas para posteriores pesquisas. Ambos contribuíram para a análise da ideologia, para a compreensão das relações entre classes sociais, para o entendimento da natureza e das funções do Estado, para a questão da alienação, etc. A sociologia encontrou inspiração para se tornar um empreendimento crítico e militante, desmistificador da civilização burguesa e um compromisso com a construção de uma ordem social, onde fossem eliminadas as relações de exploração entre as classes sociais. Marx Weber, outro marco de referência, também conferiu à sociologia uma grande reputação científica. Insistiu em estabelecer uma distinção entre o conhecimento científico e os julgamentos de valor sobre a realidade, isolando a sociologia dos movimentos revolucionários. A busca de uma neutralidade científica levou-o a estabelecer uma rigorosa fronteira entre o cientista e o político. Essa posição de Weber constituiu um dos momentos decisivos da profissionalização dessa disciplina. A neutralidade da ciência social abria a possibilidade de conceber a sociologia como um conjunto de técnicas neutras e seria um argumento útil e fascinante àqueles que viviam ou iriam viver da sociologia como profissão. A produção da obra de Weber ocorreu com o surto de industrialização e crescimento econômico em que vivia a sociedade alemã da época. A formação da sociologia desenvolvida por ele, teve influencia do contexto intelectual alemão de Kant, Nietzche, Sombart, Heidelberg, Treltsch, etc. Recebeu também forte influencia do pensamento marxista. A sociologia desenvolvida por Weber considerava o indivíduo e a sua ação como o eixo da investigação. Salientava que o ponto de partida da sociologia era a compreensão da ação dos indivíduos, ressaltando a necessidade de compreender as intenções e motivações dos indivíduos que vivenciam as situações sociais impostas pelo capitalismo. Através de sua intensa atividade de pesquisa elaborou uma importante reflexão sobre a metodologia a ser utilizada nas ciências sociais.

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