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A ARTE DE DECIDIR CORRETAMENTE

Por:   •  26/7/2015  •  Artigo  •  1.066 Palavras (5 Páginas)  •  502 Visualizações

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A ARTE DE DECIDIR CORRETAMENTE

(a virtude da prudência)

O trata sobre as virtudes morais o foco está no agente porque é ele quem unicamente vê o que é moralmente adequando ou saliente em uma dada situação. E ele vê a saliência moral em cada situação não porque dispõe de regras, de bulas para ação ou de guias morais, mas porque exercita uma percepção ou sensibilidade moral que lhe permite decidir adequadamente, do ponto de vista prático, o que devo ser feito do ponto de vista moral em cada situação pratica. É preciso que o agente aprenda a ver, a captar, em circunstâncias sempre diferentes, qual é a correta decisão moral a tomar. Este aprendizado não é simplesmente teórico (Hb 5.14).

Portanto, o que torna uma ação legitimamente moral é sua conformidade à virtude. A atração das virtudes para a ética cristã é evidente. As virtudes ou valores teológicos como o amor, a graça, a misericórdia e a justiça são fundamentais à caminhada de fé de um discípulo, quando formam um estilo de vida. Nisto as virtudes morais são constitutivas do homem, expressas em atitudes firmes e disposições estáveis. Isto significa que o discípulo “não se reveste” de virtude; “ele é ou não é virtuoso”.

A prudência (a primeira virtude moral a ser abordada) aponta para escolha sábia ou decisão acertada; fala de responsabilidade pessoal na tarefa de distinguir tudo e ficar com o que é bom. Ela mantém as outras virtudes em equilíbrio recíproco, ordenando adequadamente as etapas para os fins; exige, por isso, uma sabedoria verdadeira, alimentada pela inteligência e experiência. Prudente é aquém não vive fugas para diante ou para trás, mas aceita realisticamente, sem se apressar e sem se fechar, construir progressivamente o caminho da vida com confiança e com amor.

A virtude da prudência precede o intelectual, ou conceito explicativo. Na prudência, a realidade ou conhecimento do ser é o único ponto decisivo na decisão. Do contrário, nossas decisões diárias passariam a ser tomadas com base em outros fatores, como preconceitos, interesses pessoais, impulsos, opinião coletiva, etc. A prudência, enquanto "virtude que dispõe a razão prática a discernir em qualquer circunstância nosso verdadeiro bem e a escolher os meios adequados a realizá-los", torna-se a base de uma atitude crítica. Segundo Bernardino Leers, essa atitude crítica constitui-se, hoje, na nova face da virtude da prudência; ajuda na sua mais genuína explicitação. E explica: "Conforme a raiz original grega, (crítica = krinein) significa separar, como a mulher faz catando arroz na peneira; examinar para ver o que presta e não presta; distinguir o que é verdadeiro, digno, justo, honesto, malicioso na complexa realidade humana, sempre mistura de luzes e sombras; discernir entre o bem e o mal e, em função deste discernimento, decidir e agir; julgar o que tem acontecido e o que há de se fazer; formar opinião, tomar posição na situação, como se apresenta".

Para Tomás de Aquino (1225-1274) a prudência é a "mãe das virtudes" ou "a guia das virtudes". É a arte de dirigir bem a própria vida, de tomar as decisões certas. Então, na prática, a prudência é ver a realidade e, com base nela, tomar a decisão certa. “Mas esse ver a realidade é somente uma parte da prudência; a outra parte, ainda mais decisiva (literalmente), é transformar a realidade vista em decisão de ação, em comando: de nada adianta saber o que é bom se não há decisão de realizar esse bem... (Prudência) olha para o ‘tabuleiro de xadrez’ da situação presente, sobre a qual se dão nossas decisões concretas, e sabe discernir o ‘lance’ certo, normalmente bom. E o critério para esse discernimento é: a realidade”.

Assim, para uma decisão moral, o discípulo precisa das luzes da virtude da prudência. Isto nos mostra que a virtude da prudência consiste na sabedoria prática. Pois é próprio da pessoa prudente o bom conselho. “O conselho que diz respeito a

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