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A Importância do Método Teológico

Por:   •  25/7/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.092 Palavras (5 Páginas)  •  184 Visualizações

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Escola Diaconal Dom João Gazza

Disciplina: Introdução à Teologia

Professor: Pe. Renilson

Aluno: Tarcísio José Carvalho Reis

A IMPORTÂNCIA DO MÉTODO TEOLÓGICO

        Alguns não crentes descartam qualquer método em teologia quando comparado com o método científico e os resultados que este produz. Asseguram a sua argumentação no fato de, em teologia, só se considerarem dogmas como hipóteses dadas como certas, sem necessidade de fundamentação; além de serem afirmadas ideias vagas com base na fé para com uma Verdade última. Ainda, o problema principal do método teológico é que assenta fundamentalmente numa decisão subjetiva pessoal, com base na preferência religiosa de cada um, pois, o conhecimento é algo que exige um fundamento objetivo, no sentido de não depender de que sujeito está se tratando, de modo que possa haver convergência dos vários pontos de vista para aquele que corresponde à realidade que subjaz aos fatos.

Da natureza da teologia é que brota o método teológico. Os muitos livros sobre esse tema sempre o dividem em duas partes: a primeira, positiva, e a segunda, especulativa. A parte positiva consiste em ouvir e certificar-se de que se trata mesmo da fé da Igreja: é o auditus fidei; a parte especulativa se dá em seguida, quando se pode pensar a respeito da fé, a fim de compreendê-la: é o intellectus fidei.

A Teologia nasce no interior da fé, na qual encontra o seu alimento e sob cuja luz orienta os seus passos (cf. VIII, B, § 47). Tendo em vista essa mútua dependência entre o labor teológico e a ortodoxia, defini-se teologia como um esforço da inteligência humana por compreender os mistérios que a fé lhe desvenda; nesse sentido, pode-se dizer, por apropriação, que é a fé mesma que busca a inteligência. A Teologia, enquanto participação do conhecimento de Deus pela graça divina e pela fé, é também uma realidade mística e, por isso, deve vir acompanhada não apenas de estudo, mas principalmente de oração e serenidade.

O Método Teológico decorre da própria natureza da teologia, que, conforme uma classificação convencional e didática, se articula em dois momentos principais: o positivo, em que, pela contemplação do depósito da fé, toma-se consciência daquilo que a Igreja crê; e o reflexivo, em que há um esforço de sistematização dos dados colhidos na etapa anterior, uma busca pela hierarquia em que se dispõem, seus nexos e os corolários que deles se podem deduzir.

No primeiro momento, portanto, o teólogo procura a fé cristã nas diversas fontes que a contêm e expressam (as Sagras Escrituras, a Santa Tradição, o Magistério Eclesiástico etc.), ou seja, nos chamados lugares teológicos. No método teológico positivo, o teólogo ouvi a fé tal como o Espírito da Igreja tem-na comunicado ao longo dos séculos. O teólogo é o herdeiro de uma longa tradição, de um significado já transmitido à humanidade.

O segundo momento em torno do qual a pesquisa teológica se desenvolve – o reflexivo – é o que se costuma denominar intellectus fidei: a inteligência da fé. Esse momento consiste, basicamente, no trabalho de reflexão e especulação sobre os dados recebidos e coletados no momento positivo, isto é, de escuta das fontes da nossa fé.

Costumam-se atribuir a essa etapa reflexiva três grandes funções:

Função explicativa. Trata-se de um trabalho de explicitação das ideias contidas e expressas quer nas Sagradas Escrituras, quer na Santa Tradição. O teólogo conta para essa tarefa de precisão técnica com os recursos que a filosofia, por exemplo, lhe pode fornecer, de modo particular, o método de comparação, cujo pressuposto é o nexo existente entre os mistérios revelados e o fim último da pessoa; o princípio epistemológico da analogia da fé cujo propósito é o de descobrir e dar realce à multiplicidade de ligações existentes entre os dados da fé, além dos instrumentos teóricos de análise e interpretação das demais ciências.

Função sintética. É o trabalho de ordenação e sistematização dos dados da fé ou, noutras palavras, a tentativa de apreender a estrutura orgânica da Revelação e as relações de subordinação dos mistérios entre si.

Função atualizadora. Um dos maiores encargos do teólogo é o de expor de modo fidedigno e inteligível o tesouro perene da fé aos homens seus contemporâneos, uma vez que não se pode explicitar e sistematizar o patrimônio da Revelação sem estar atento à linguagem e às sensibilidades culturais do momento. As problemáticas atuais exigem, pois, uma resposta compreensível, mas sempre conforme ao espírito eterno do Evangelho e às coordenadas da doutrina da Igreja.

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