AMORC - Antiga e Mistica Ordem Rosae Crucis

AMORC, ANTIGA E MISTICA ORDEM ROSAE CRUCIS

Jefferson de Oliveira Marchezan

RESUMO

O presente trabalho aborda o estudo introdutório ao Rosacrucionismo no mundo, focando especialmente na AMORC, Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis. Aborda o início do movimento rosacruz no mundo, a criação da AMORC nos EUA e o início dos trabalhos no Brasil. Pretendeu-se demonstrar de uma forma introdutória seus ensinamentos e métodos de trabalho, ensinos, benefícios aos iniciados, autopropaganda, seus rituais e liturgias. O trabalho pretende também demostrar que a AMORC é uma organização religiosa muito além de uma simples estrutura filosófica e de ensino. Pretende-se ainda apresentar uma refutação teológica sob a ótica Cristã Protestante dos ensinamentos e conceitos apresentados pela ordem e sua contrariedade com as principais doutrinas básicas expressas nas Sagradas Escrituras.

PALAVRAS-CHAVE: Ordem Hermética. Egito Antigo. Amorc. Mística.

1. INTRODUÇÃO

A AMORC (Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis), é uma organização místico-filosófica, sem fins lucrativos, cultural, educacional e apolítica que se empenha em promover o autoaperfeiçoamento do ser humano por meio de um despertamento dos seus poderes interiores, proporcionando aos seus membros uma vida mais plena e integral.

Presente no mundo todo, a AMORC tem hoje só no Brasil mais de 200.000 afiliados, por aqui, a AMORC, com sede em Curitiba PR , é a sede mundial das atividades rosacruzes para todos os países que têm a Língua Portuguesa como idioma.

Apesar de seu início ser repleto de lendas e histórias não comprovadas, a AMORC com 105 anos de existência formal, é hoje considerada a maior representante do movimento rosacruz mundial.

Seus livros, ensinamentos e lojas estão espalhadas no mundo todo e em praticamente quase todos os idiomas.

Durante a última ou penúltima década, seus ensinamentos eram enviados por correspondência para os afiliados e suas lições aprendidas à distância, hoje, com a Internet isso mudou, os ensinamentos são praticamente ao vivo e certamente encurtaram as distâncias entre as lojas e seus afiliados, tornando possível um crescimento quase que exponencial da ordem.

1. REFERENCIAL TEÓRICO

1. A FRATERNIDADE ROSACRUZ

O início da fraternidade em si é repleto de lendas e mistérios que partem de pressupostos que não podem ser comprovados, pois remontam ao Antigo Egito. Segundo essas lendas, a fraternidade teria surgido no Egito Antigo, tendo como seu fundador o faraó Tutmés III da 18ª Dinastia por volta de 1350 a.C. Ela ainda não se denominava de “rosacruz”, sendo estabelecida “oficialmente” em El Amarna pelo faraó Amenófis IV (conhecido como Akenaton).

Obviamente essas informações estão fora do campo investigativo científico o que nos leva somente às especulações e invenções dos próprios seguidores da irmandade.

A primeira menção história da fraternidade começou em 1614 com o surgimento de um documento muito famoso chamado Fama Fraternitatis, um histórico das viagens de Christian Rosenkreuz por alguns países como Arábia, Egito e Marrocos, locais onde ele teria adquirido uma sabedoria secreta e que ele revelaria somente aos iniciados na irmandade.

Segundo o relato exposto nesse documento, Christian Rosenkreuz teria nascido em 1378 na Alemanha, e em 1407 teria fundado a “Fraternidade da Rosa Cruz”. Ainda segundo o Fama Fraternitatis, Christian Rosenkreuz morreu em 1484, numa caverna que teve sua localização desconhecida por 120 anos até 1604, quando teria sido descoberta secretamente.

Já em 1646, na Inglaterra alguns físicos, médicos e matemáticos fundaram a Nova Ordem Rosacruz com tendências ocultistas e propósitos mais éticos e humanitários.

Em 1777 fundou-se na Alemanha a Ordem Rosacruz de Ouro, que se tornou muito poderosa, reivindicando para si o título de verdadeiros “rosacruzes” e superiores a Maçonaria, com a qual possuíam muitas afinidades. Essa ordem alemã teve como iniciado o Conde St. German e o Rei Frederico Guilherme II.

Do mesmo modo como acontece nas lendas da fundação maçônica onde duvida-se da existência do Mestre Hiram Abif, a existência real de Christian Rosenkreuz divide as opiniões dos vários grupos que se intitulam pelo mundo como “os rosacruzes”. Alguns aceitam a ideia da forma que a lenda relata, outros, porém o consideram um pseudônimo usado por personagens realmente históricos como, Francis Bacon, por exemplo.

Ainda sobre o Fama Fraternitatis, em seu livro, o frei católico Boaventura, narra que o documento seria uma fraude, que foi aceita piamente pelos ávidos espiritualistas da época (1959, p. 8)

A obra inicial, como vimos, aparecera anônima. Descobriu-se depois que todas estas fantasias foram urdidas provavelmente por um teólogo luterano de Würtenberg, João Valentim Andreae (1586-1654), que quis assim satirizar a então predominante mania pelo oculto maravilhoso e ridicularizar o alquimismo ocultista e os desvarios dos reformadores do mundo. Sucedeu, entretanto, exatamente o contrário. Pois a ficção foi por muitos recebida como uma realidade e saíram, como Descartes, à busca da fraternidade, desejosos de serem nela iniciados. Entretanto, como não conseguiram encontrar em parte alguma a misteriosa sede, alguns admiradores mais hábeis tentaram organizar, eles mesmos, e nos moldes indicados naquelas obras anônimas, sociedades secretas Rosacruzes.

Se verdadeiro ou não, o documento existe e parte-se da ideia de que ele é a base de todos os assim chamados “Movimentos Rosacruzes” pelo mundo. Vários grupos chamam para si o direito de serem os “verdadeiros rosacruzes” sem, no entanto, conseguirem a proeminência pretendida. Cada grupo possui suas próprias regras, simbologias e rituais, mas com várias similaridades entre si.

1. A AMORC

Fundada em New York em 1915 por Harvey Spencer Lewis (1883-1939), sendo também seu primeiro Imperator (cargo máximo dentro da ordem).

Seu fundador teve sua iniciação em 1909 na Ordre Rose-Croix e a partir dessa iniciação ele obteve o direito de fundar uma ordem rosacruz nas Américas. As atividades tiveram início em New York e na Flórida.

Em 1934, houve uma reunião na Bélgica entre representantes de 14 organizações “místicas, arcanas e metafísicas” e constituíram a FUDOSI (Federation Universelle des Ordres et Sociétes Initiatiques), e neste “conclave” declararam a AMORC oficialmente como sendo a única organização Rosacruz autêntica e reconhecida por toda a América.

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