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As Instituição Adventista Sul Brasileira de Educação

Por:   •  1/11/2022  •  Monografia  •  2.946 Palavras (12 Páginas)  •  96 Visualizações

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MONOGRAFIA – APOCALIPSE

Pr. Elton Jr.

       

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FACULDADE ADVENTISTA PARANAENSE

Instituição Adventista Sul Brasileira de Educação

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SEMESTRE / 6º

//2020

Aluno: João Marcos S. Albuquerque

O livro do apocalipse contém características extremamente peculiares com relação aos demais livros da Bíblia. Sua natureza apesar de se apresentar como uma provável mensagem de difícil compreensão, entendemos ser essa natureza de origem e com uma linha profética. (HARRISON, 2017, p. 7).

De acordo com a grande maioria dos teólogos, sabe-se que João é seu autor. Inclusive SAGRADA (2012, p. 2479) declara que “Por volta do ano 135 d.C., Justino Mártir, e logo depois Irineu (180 d.C.), citam o livro do Apocalipse em seus estudos, em alguns trechos, palavra por palavra e, indiscutivelmente, atribuem a autoria do livro sagrado a João, o apóstolo de Jesus Cristo.”

Sobre onde o livro fora escrito, datação e contexto, há unanime consenso de que o livro foi escrito na ilha de Patmos, onde por ordem do Imperador Domiciano João foi preso, e ali escreveu o que a ele foi revelado por Deus entre os anos 81 a 96 d.C. (WEIDNER, 1898, p. 14-17)

Há alguns pontos de vista no que diz respeito a quantas alusões se há no Apocalipse. Não há obviamente um consenso quanto a isso. De acordo com Dorneles (2015, p. 11), ele vai declarar que no que abrange os 22 capitulos do livro, o apostolo João chega a fazer 2 mil alusões referentes só ao Antigo Testamento. Quando se especifica de modo particular o pentateuco e os profetas, se enumeram 400 referencias diretas e 90 alusões literais.  É interessante notar a importância das alusões que são feitas por João no livro, pois as mesmas ajudam até mesmo na compreensão de outras partes da Bíblia em seus mais variados sentidos. Reynolds comenta que:

Nenhum outro livro é tão fortemente fundamentado no Antigo Testamento como o Apocalipse. João deve grande parte de sua teologia, vocabulário e simbolismo ao Antigo Testamento, embora sempre seja profundamente cristocêntrico. Isso implica aceitar a realidade de que contemplou coisas notavelmente semelhantes às reveladas aos profetas do Antigo Testamento e considerou conveniente descrever o que viu usando a linguagem e as formas de pensamento dessa parte da Bíblia. (EYNOLDS, 2017)

Sendo assim, entendemos a grande contribuição que as alusões feitas por João no Apocalipse trazem com relação ao todo da palavra de Deus. E ainda de acordo com Eynolds (2017) ele diz:

Tentar compreender o Apocalipse sem reconhecer as raízes do Antigo Testamento significa impedir toda a interpretação do livro. Porém, João não meramente transferiu conceitos do Antigo Testamento para o Apocalipse; ele os transformou de acordo com seus propósitos. É interessante notar que não há citações do Antigo Testamento no Apocalipse, mas apenas antecedentes aos quais João parece apontar mediante referência indireta ou alusão. (EYNOLDS, 2017)

        Um ponto a ser indagado é o que seria uma alusão. De acordo com Paulien (2012, p. 26) uma alusão é:

Uma referência indireta e, portanto, pode ser mais difícil de ser identificada. Alguns autores fazem ainda uma distinção entre alusão e eco, sendo este último “uma possível referência involuntária baseada no conhecimento geral da literatura e/ou a sua influência no ambiente.

Em contrapartida ao ponto de vista de Paulien (2012), vemos que Beale (2013, p. 55) vai dizer que uma alusão é uma citação breve do autor, afim de que se tenha uma dependência de alguma passagem que se encontra no Antigo Testamento.  Mas segundo Moyise (1993, p. 295), as palavras que encontramos numa citação ou também quando se trata de uma alusão, podem realmente ser as mesmas, mas o contexto que decreta as leituras são demasiadamente amplos.

        De acordo com Dos Santos (2022) ele vai declarar que:

Tomada do mundo da crítica literária moderna, com a categoria interpretativa de “alusão”, esta é entendida como um enunciado da qual a plena inteligência de um texto pressupõe a percepção de uma conexão com outro enunciado que aponta necessariamente para outra de suas inflexões, que diversamente seriam inaceitáveis. Em outras palavras e de acordo com outros autores, esse seria um recurso de segunda mão.

Sabe-se que o Apocalipse é um livro que intensamente traz alusões em sua estrutura que nos remetem ao Antigo Testamento. (Dos Santos (2022). E com isso iremos nesta monografia tentar elucidar com base em alguns textos que neste livro se encontram, alusões a textos e contextos que encontramos no AT. Uma de nossas primeiras observações que aqui iremos abordar, é sobre o capítulo 6 de Isaías e o capítulo 4 de Apocalipse. De acordo com De Sousa Brabo (2020), o ambos os capítulos fazem referência ao mesmo evento, referente ao que ele chama de “Concilio Divino”. Segundo De Sousa Brabo (2020)

Há muitas referências e semelhanças entre Novo Testamento e Antigo Testamento. Mais que isto. Há seções inteiras que parecem ser retiradas do AT e postas no NT como releituras ou meras alusões. Um desses casos é o dos relatos visionários de Isaías, Ezequiel, Daniel e João. Esses casos são conhecidos como Visões do Trono ou Tribunal/Concílio Divino e podem levar o leitor a fazer a pergunta “os eventos narrados são os mesmos?”

        Em relação aos referidos textos, iremos buscar apresentar dados de um paralelo concernente a algumas palavras em ambos os textos. Nesse caso, para buscar atestar semelhanças em ambos os textos iremos levantar palavras relacionadas a questão da percepção sensorial; ou seja: ראה e εἶδον. Quando vamos buscar como fonte O Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, vemos que ele claramente diz que os comparativos mais significativos da palavra eidon na lingua hebraica são ra’ah e hazah, onde de acordo Coenen (2013, p. 52) a palavra eidon é enfaticamente usado como ra’a por incríveis 670 vezes. Já quando vamos para o livro de Isaías vamos encontrar as palavras, ראה (ra’ah) como sendo “ver” (Is 6.1), אָ רָ ק (qara`) sendo como que uma voz para “clamar” (Is 6.4) e também עַ֣גַּיַּו (naga`) sendo traduzida como “tocar” (Is 6.7). Mas quando vamos para Apocalipse temos ali as palavras: εἶδον (eidon) “ver” (Ap 4.1), ἤκουσα (ekoysa) traduzido também como “ouvir” (mesmo verso). (DE SOUSA BRABO, 2020, p. 247)

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