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Doutrina Social Da Igreja

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Por:   •  24/3/2015  •  7.087 Palavras (29 Páginas)  •  537 Visualizações

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DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA

O que tem a ver capital, trabalho, salário... com salvação? Os documentos do Magistério insistem que, se a Igreja intervém na questão social, é em virtude da missão que recebeu de Jesus Cristo. Ora, a questão social, realmente se liga a Jesus Cristo, porque a missão da Igreja incide nos aspectos da vida econômica, política e social, desde o ponto de vista ético. Isso significa que a Igreja deve pregar e praticar o mandamento supremo do amor a Deus e ao próximo, e como o amor, que começa pelo respeito à dignidade da pessoa, não somente se vive a nível de relações individuais, mas também no campo das instituições socais, econômicas e políticas, é dever do Magistério indicar quais são as condutas e as estruturas que estão ou não de acordo com a moral.

A indicação destas condutas não provém de uma competência técnica, mas em virtude de uma urgência evangélica. Neste particular afirma Paulo VI: "Não é possível aceitar que a obra de evangelização possa ou deva esquecer as questões extremamente graves que dizem respeito à justiça, à libertação, ao desenvolvimento e a paz no mundo. Se isso ocorresse, seria ignorar a doutrina do Evangelho a respeito do amor ao próximo, que sofre ou padece necessidade” (EN 31).

Em SRS, João Paulo II afirma: "quando a Igreja se ocupa do desenvolvimento dos povos, não pode ser acusada de ultrapassar seu campo específico de competência e, muito menos, o mandamento recebido do Senhor" (N. 8).

Em alguns documentos do Magistério, as razões da Igreja intervir no social se exprimem ressaltando também o fato de que o ser humano é imagem de Deus, com uma dignidade da qual brota uns direitos fundamentais. Assim, o ensino, a defesa e a promoção dos direitos humanos, entre os quais de encontram os direitos sociais, políticos e econômicos, forma parte integrante do ministério evangelizador da Igreja.

Neste particular, diz o Sínodo sobre A Reconciliação e os Direitos Humanos de 1974: "O desenvolvimento integral da pessoa manifesta mais claramente a imagem divina dela. Em nosso tempo, a Igreja adquiriu uma consciência mais profunda desta verdade, por isso crê firmemente que a promoção dos direitos humanos é uma exigência do Evangelho e deve ocupar um lugar central em seu ministério". O Sínodo de 71 sobre a Justiça, diz algo similar: "a ação em favor da justiça e a participação na transformação do mundo se apresenta a nós como uma dimensão constitutiva da pregação do Evangelho”.

Quem elabora a Doutrina Social da Igreja?

a) O Magistério Pontifício

As encíclicas não são escritas diretamente pelos papas. Eles têm uma série de consultores e redatores, que dão as ideias fundamentais do texto. Depois, eles vão seguindo e corrigindo a elaboração das diversas redações e, finalmente, dão a aprovação final. Conhecer quem foram os principais redatores, ajuda a compreender e interpretar melhor um texto concreto.

b) As Conferências Episcopais ou os Bispos

Estas instâncias ou estes, em seus documentos, fazem eco ou aplicam a uma realidade concreta os documentos pontifícios, como também muitas vezes contribuem para um avanço do Magistério Pontifício em relação à questão.

c) os leigos

O ensino social tem um caráter dinâmico e, em sua elaboração e aplicação, os leigos devem ser, não executores passivos, mas colaboradores ativos dos pastores, aos quais contribuem com sua experiência cristã e sua competência profissional e científica (cf. OA 4; GS 43).

Fontes da Doutrina Social da Igreja

a) A Sagrada Escritura;

b) Os ensinamentos dos Santos Padres (Patrística)

c) O ensino do magistério

Funções da DSI

a) Função Crítica

É missão da hierarquia submeter à luz do Evangelho as diversas estruturas e sistemas sociais, bem como denunciar tudo aquilo que não esteja de acordo com a dignidade da pessoa humana. A Igreja professa que todo atropelo à dignidade humana é atropelo ao próprio Deus, de quem ela é imagem.

Isso, entretanto, não anula o dever de denúncia profética das comunidades cristãs, especialmente dos leigos. Como afirma OA 4, da hierarquia os leigos podem esperar orientação e apoio, mas não pensem que seus pastores estejam sempre em condições de poder dar-lhes solução concreta a todos os problemas que surgem, sobretudo quando são tão graves (cf. GS 43).

b) Função Docente

É missão do Magistério também orientar a ação social dos fiéis. Paulo VI em OA afirma que "a Igreja faz um esforço de reflexão para responder, dentro de seu campo, as esperanças dos homens... O Ensino Social da Igreja acompanha com todo seu dinamismo aos homens nesta busca" (n. 42). Nesta mesma linha, o Concilio Vaticano II também afirma que a Igreja, diante da comunidade política, no respeito e no reconhecimento da autonomia recíproca no campo de cada uma, pois ambos estão ao serviço da vocação individual e social das pessoas, afirma sua própria competência e seu próprio direito de ensinar a doutrina social em ordem ao bem e à salvação dos homens; e, para esse fim, usa todos os meios de que possa dispor, segundo as diversas circunstâncias e épocas (cf. GS 76; OEE-DSI 13). João Paulo II, em SRS afirma que, dado que a pessoa é um ser pessoal, consciente de que a sorte da humanidade está estreitamente ligada a Jesus Cristo, "a Igreja não pode ser acusada de extrapolar seu campo específico de competência e, muito menos o mandato do Senhor" (n. 8).

c) Função teológico-pastoral

A Doutrina Social da Igreja, como algo inseparável da doutrina sobre a vida humana, se reveste de um caráter eminentemente teológico, pois se insere no âmbito da teologia moral, mais concretamente da Moral Social. Ora, toda teologia leva consigo, não só uma ortodoxia, mas também uma ortopráxis.

A Doutrina Social da Igreja, enquanto se trata de um ensinamento que quer orientar a conduta das pessoas em suas relações sociais, está orientada para a justiça. O Concílio Vaticano II afirma que a função primordial da teologia moral é mostrar aos fiéis em Cristo “sua obrigação de produzir frutos na caridade para vida do mundo” (OT 16).

A função teológica da Doutrina Social da Igreja se manifesta também em sua "finalidade

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