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Etapas da antiguidade Cristã

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Por:   •  27/4/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.133 Palavras (13 Páginas)  •  306 Visualizações

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Antiguidade Cristã[editar | editar código-fonte]

É denominado de Antiguidade Cristã o período da história da Igreja que vai do ano 33 ao ano 692 e comporta duas fases: uma do ano 33 ao ano 313, em que se tem a sua fundação, propagação e perseguições, esta fase se encerra com o Édito de Milão; a segunda fase é caracterizada principalmente pela conversão dos povos invasores, o desenvolvimento da doutrina e o surgimento do Islamismo, que impõe fortes limitações à expansão da Igreja. Em 692 reune-se o Concílio in Trullo.4

Universalidade[editar | editar código-fonte]

O Cristianismo nasceu e desenvolveu-se dentro do quadro político-cultural do Império Romano. Os cristãos, inicialmente perseguidos pelo Sinédrio, depressa se desvincularam da Sinagoga. O cristianismo desde as suas origens, foi universal, aberto aos gentios, e estes foram declarados livres das prescrições da Lei Mosaica. O universalismo cristão manifestou-se desde os primórdios da Igreja em contraposição ao caráter nacional da religião judaica. Fugindo da perseguição em Jerusalém os discípulos de Jesus chegaram a Antioquia da Síria, uma das principais metrópoles do Oriente naquele tempo. Alguns destes discípulos eram de origem helênica, de mentalidade mais aberta que os judeus da palestina e começaram a anunciar o Evangelho aos gentios. Foi em Antioquia que o universalismo da Igreja mostrou-se concretamente uma realidade e foi nesta cidade que pela primeira vez os seguidores de Cristo começaram a ser chamados de cristãos. Nestes primeiros séculos a penetração cristã foi um fenômeno muito mais urbano que rural.5

O testemunho de Tertuliano, escrito por volta do ano 200 é significativo: Somos de ontem e já enchemos tudo o que é vosso:cidades, ilhas, acampamentos militares, o palácio imperial, o Senado, o forum; só vos deixamos os templos vazios. A fé estendeu-se por onde hoje é a Itália, Grécia, Espanha, França, Norte da África e Ásia.6

Perseguição e crescimento[editar | editar código-fonte]

Durante três séculos o Império Romano perseguiu os cristãos, porque a sua religião era vista como uma ofensa ao estado, pois representava outro universalismo e proibia os fiéis de prestarem culto religioso ao soberano imperial. Durante a perseguição, e apesar dela, o cristianismo propagou-se pelo império. Neste período os únicos lugares relativamente seguros em que se podiam reunir eram as catacumbas, cemitérios subterrâneos. O cristianismo teve de se converter numa espécie de sociedade secreta, com os seus sinais convencionais de reconhecimento. Para saber se outra pessoa era cristã, por exemplo, desenhava-se um peixe , pois a palavra grega ichtys (peixe) era o anagrama da frase Iesos Christos Theou Hyios Soter (Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador). 7

As principais e maiores perseguições foram as de Nero, no século I - a pretexto do incêndio de Roma na noite de 18 para 19 de julho de 64, a perseguição deu lugar a uma multidão de mártires, dentre eles S. Pedro e S. Paulo; a de Domiciano (81-96), Trajano (98-117), a de Sétimo Severo (193-211), a de Décio no ano 250, a de Valeriano (253-260) e a maior, mais violenta e última a de Diocleciano entre 303 e 304, que tinha por objetivo declarado acabar com o cristianismo e a Igreja. O balanço final desta última perseguição constituiu-se num rotundo fracasso. Diocleciano, após ter renunciado, ainda viveu o bastante para ver os cristãos viverem em liberdade graças ao Édito de Milão, iniciando-se a Paz na Igreja.8

Martírio de São Pedro, por Caravaggio.

No ano 313, Constantino e Licínio, imperadores, assinaram o Édito de Milão no qual se concedia aos cristãos a liberdade de culto e restituiam os bens à Igreja, equiparava-se o cristianismo, em direitos e privilégios, à religião pagã. Os cristãos formaram comunidades locais, denominadas Igrejas, sob a autoridade pastoral de um bispo. O bispo de Roma, sucessor do apóstolo Pedro, exercia o Primado sobre todas as Igrejas. A vida cristã estava centralizada em torno da Eucaristia e o repúdio do Gnosticismo 9 foi a grande vitória doutrinal da primitiva Igreja. 10

Primórdios da literatura cristã[editar | editar código-fonte]

A primeira literatura cristã, a seguir o Novo Testamento, teve origem nos Padres Apostólicos, cujos escritos refletem a vida da Cristandade mais antiga. A apologética foi uma literatura de defesa da fé, ao passo que o século III viu já o nascimento de uma ciência teológica. Os escritos dos Padres Apostólicos são de índole pastoral e dirigem-se a um público cristão. Deste período destacam-se a Didaké, a carta de São Clemente aos Coríntios, as sete cartas de Santo Inácio de Antioquia a outras Igrejas, a epístola de Policarpo de Esmirna e o Pastor de Hermas.11

O Império Romano Cristão[editar | editar código-fonte]

No decurso do século IV, o Cristianismo começou a ser tolerado pelo Império, para alcançar depois um estatuto de liberdade e converter-se finalmente, no tempo de Teodósio, em religião oficial do Estado. O imperador romano, por esta época, convocou as grandes assembléias dos bispos, os concílios, e a Igreja pôde então dar início à organização de suas estruturas territoriais.

A igreja cristã na região do Mediterrâneo foi organizada sob cinco patriarcas, os bispos de Jerusalém, Antioquia, Alexandria, Constantinopla e Roma (veja Pentarquia). As antigas comunidades cristãs foram, então sucedidas pela "sociedade cristã", o cristianismo passou de religião das minorias para então se tornar em religião das multidões. Com a decadência do Império, os bispos pouco a pouco foram assumindo funções civis de caráter supletivo e a escolha do bispo passou a ser mais por escolha do clero do que pela pequena comunidade, segundo as fórmulas antigas. Por essa época não foram poucas as intervenções dos nobres e imperadores nas suas escolhas. Figuras expressivas da vida civil foram alçadas à condição de bispo, exemplo disto foram Santo Ambrósio, governador da Alta Itália que passou a bispo de Milão; São Paulino de Nola, ex-cônsul e Sidônio Apolinário, genro do imperador Ávito e senhor do Sul das Gálias, que foi eleito bispo de Clermont-Ferrand.

Antes de findar o século IV o Primeiro Concílio de Niceia (325) e o Primeiro Concílio de Constantinopla, em respostas às heresias arianas e ao macedonianismo, formularam a doutrina da Trindade que ficou fixada no seu conjunto no "Credo niceno-constantinopolitano". Por esta época colocou-se a questão

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