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IV LIVRO DE ESDRAS

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Por:   •  13/9/2014  •  3.120 Palavras (13 Páginas)  •  406 Visualizações

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1 Introdução

A Literatura apocalíptica judaica surge em um momento em que a nação de Israel sofre perseguição interna e externa. Para fortalecer a fé da comunidade judaica os judeus piedosos iniciaram esse tipo de literatura usando pseudônimos como forma de externar o julgamento divino aos seus opressores. Essa literatura expandiu-se de tal forma que ultrapassou as fronteiras do judaísmo chegando até o cristianismo primitivo, a mesma trouxe uma imensa contribuição para o desenvolvimento de conceitos religiosos do I século do cristianismo.

A literatura chamada de “apocalíptica” tem recebido uma renovada apreciação nos últimos anos. Entretanto, percebe-se certa confusão terminológica que, por fim, leva a uma classificação equivocada do gênero de certos escritos.

A transmissão do livro de IV Esdras se conserva em tradução latina, siríaca, etíope, árabe, armênia, saídica e georgica que, por sua vez remontam não a um texto aramaico, mas é um texto hebraico. A tradição latina é transmitida inclusive em apêndice da vulgata e segundo Rost (p.123) é procedida de dois capítulos (também chamado quinto livro de Esdras) e seguida de dois outros capítulos (denominados de sexto livro de Esdras) e sem uma seção encaixada entre 7.35-36, que se perdeu com a retirada de uma folha do Codex Sangermanenis escrito em 822.

O referido livro é considerado pseudepígrafo que significa nome falso, era uma prática comum entre os escritos gregos e romanos e tinha intenção de omitir a identidade dos autores para dar creditos aos escritos. Segundo Rost (p.125) o autor não é Salatiel e nem Esdras, mas sim um judeu do final do I século a.C. O IV livros de Esdras tem como data de composição o ano 70 d.C., durante a destruição de Jerusalém que foi tomada por Tito. Neste período II Baruc e IV Esdras foram escritos e tem uma correlação entre si, ambos apocalipse e enfatizam a vinda do Messias dando esperança ao povo judeu e narrando que a vinda do mesmo iria vingar Israel dos seus inimigos. IV Esdras esta situado entre uma introdução (capítulos 1-2) e um final (capítulos de 15-16) e juntos fazem uma obra cristão.

Em se tratando da proposta escatológica IV Esdras e II Baruc são divergentes. Em IV Esdras 7.118 Adão é acusado de ter trazido a desgraça sobre a humanidade; enquanto que em II Baruc 54.19 refuta essa afirmação e diz que Adão foi responsável apenas pela sua própria alma; cada pessoa responde por si; cada pessoa é “seu próprio Adão”.

O conteúdo de IV Esdras e II Baruc coincide em grande parte, mas IV Esdras se apresenta estruturado em sete atos. Dividindo-se em: três extensos diálogos, três visões e uma revelação.

A presente pesquisa tem por finalidade analisar as conceituações e as expressões literárias do IV livro de Esdras, também conhecido como apocalipse de Esdras.

2 Propósito e teologia

A teologia do IV livro de Esdras apresenta-se em diálogos e visões, sendo que o ultimo torna-se diferente, porém no conjunto se completam.

Os diálogos propõem temas de teodicéia, pondo em questão a justiça e fidelidade de Deus para com o homem esta no estilo do livro de Jó: a resposta é que os planos divinos que incluem o mundo futuro são incompreensíveis para o homem; tão inútil é querer conhecê-los como se o mar e o bosque lutassem entre si para conseguir mais espaço (4.13-21).

As visões apresenta o mundo futuro mediante o triunfo de Israel e a vinda do Messias (13.31-34). Esdras enfatizam a vinda do Messias dando esperança ao povo judeu.

Pérez, Martinez e Fernandez (p 292) afirmam que IV Esdras apresente os mesmos problemas que III Baruc, isso é feito em um tom menos apaixonado e expõem as respostas com mais clareza.

3 Conteúdos teológico

IV Esdras contem sete “visões”, as três primeiras das quais, todavia, são diálogos, enquanto a ultima trata do encargo transmitido a Esdras, por um anjo no sentido de estabelecer por escrito. […] Reuni teu povo e diz-lhe não te procurar durante quarenta dias. Prepara para ti muitas tabuinhas e toma contigo Sarea, Dabria, Selemia, Etano e Asiel; esses cinco porque estão treinados na escrita rápida. (14.23-25) […] Assim durante quarenta dias, 94 livros foram escritos.

Os diálogos são precedidos de oração e jejum (5.20; 6.31); as visões a alimentação de ervas e de flores (9.24; 12.50). Os diálogos foram entre Esdras é o anjo Uriel (4.1).

O primeiro dialogo (3.1-4,19) trata das questões do porque e do sofrimento no mundo, e termina com a perspectiva consoladora da próxima chegada do fim das coisas.

O segundo dialogo (5. 20; 6.34) procura saber o motivo pela qual Deus entregou seu próprio povo bem amado aos pagão, e se refere ao plano secreto de Deus a respeito do universo, bem como a proximidade do fim, que revelara seu plano

O terceiro dialogo (6.35; 9.25) se dedica primeiro a questão do saber porque Israel não possui, desde já, o mundo que lhe pertence, como lhe foi prometido; vê este mundo como uma passagem, fala dos destinos dos pecadores e do julgamento do mundo, das setes espécies de tormentos e das setes espécies de alegrias do estagio intermediário; rejeita a possibilidade de intercessão por ocasião do julgamento e se preocupa com o problema de saber como a misericórdia de Deus se concilia com a perdição dos pecadores, e liga a esta consideração a advertência de que Esdras, que esta destinada a bem aventurança, melhor faria em pensar no próprio futuro do que se afadiga a respeito da sorte merecida dos pecadores.

Seguem-se, então, as três visões. Esdras é enviado a um campo onde nunca se havia construído nada, para que ali se alimente só de flores, enquanto espera novas revelações (9.23 – 26).

A primeira Visão (9.26; 10.59) segue no conjunto da narração é a quarta e mostra uma mulher em prantos, cuja infelicidade passa a ser narrada. Ela se transfigura em cidade resplandecente, a Jerusalém da era de salvação. A visão seguinte que no conjunto da narrativa é a quinta (11.1; 12.1) ilustra toda história com exemplo da figura de uma águia que surge do mar, bem como da extensão de algumas de suas partes.

A sexta visão (13.) mostra um ser semelhante ao homem, que surge do meio do mar (13.3) e luta sobre as nuvens a frente de um grande exercito e com torrentes de fogo conta os seus inimigos, até que estes se convertam em cinzas.

A sétima visão é a despedida (14.1-47) Deus fala a Esdras desde a sarça, como a Moises

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