TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Resumo dos capítulos II, III, IV e V do livro Ensaio Sobre o Entendimento Humano - David Hume.

Por:   •  14/4/2016  •  Resenha  •  1.952 Palavras (8 Páginas)  •  2.659 Visualizações

Página 1 de 8

Trabalho avaliativo G. A. - Filosofia Moderna.

Nome: Guilherme Santos Guterres

Resumo dos capítulos II, III, IV e V do livro Ensaio Sobre o Entendimento Humano - David Hume.

Seção II: Da origem das ideias

No começo desta seção Hume pretende que as percepções da mente humana são mais fortes (mais vívidas) enquanto estão acontecendo, sendo reproduzidas posteriormente pela imaginação ou pela lembrança de maneira mais fraca em relação à experiência original. Também diz que podem haver ilusões em momentos onde o indivíduo está atacado por uma doença, de modo que sua mente pode crer em determinadas sensações que o levarão ao erro epistemológico.

Segundo o filósofo as percepções da mente podem ser divididas em dois tipos. As percepções menos vívidas são chamadas pensamentos ou ideias. O segundo tipo chamamos de impressões. As impressões surgem no próprio instante em que sentimos, diferente das ideias que são apenas reflexos posteriores e então, menos vívidos.

Nossa imaginação pode criar as mais diversas formas com a mesma facilidade com que pensa sobre a natureza que sempre a cercou. Mas deste primeiro vislumbre do impossível, podemos passar, segundo Hume, a uma análise mais apurada de tais devaneios e perceber que os limites que os cercam estão, na verdade, cumprindo regras que anteriormente foram absorvidas pela nossa percepção sensorial.

Hume utiliza como exemplo de tais processos a ideia de uma montanha dourada (de ouro). Conhecemos a ideia de montanha e também a ideia de ouro, e então, com a capacidade criativa (complexa) da mente, associamos estas duas ideias e formamos a ideia única de uma montanha de ouro. Também podemos imaginar outras ligações entre ideias, como a de um cavalo virtuoso ou um sol vermelho.

Podemos concluir, então, o caminho de Hume: todas as ideias, por mais tênues que forem, são apenas cópias de nossas impressões. Para provar seu argumento o filósofo diz que podemos sempre reduzir as ideias complexas a ideias simples. Até ideias muito elevadas como a ideia de Deus, por exemplo, pode ser reduzida a ideias simples, como as de bondade e bem infinitos, completa. Por outra via também podemos citar como exemplo aquelas pessoas que devido a alguma incapacidade física como, por exemplo, a cegueira, não conseguem pensar a respeito de objetos visíveis.

"Há, porém, um fenômeno contraditório que pode provar que não é absolutamente impossível o aparecimento de ideias independentemente de suas correspondentes impressões". É pouco provável que alguém não concorde com a ideia de que as cores e os sons podem aparecer de modos diferentes para pessoas diferentes. Imaginemos então uma escala de cores azuis, que em certo ponto deixa de expor um dos vários tons; podemos aceitar que uma pessoa já habituada com os outros, através de esforço mental, conseguirá criar mentalmente, sem anterior percepção, aquele novo tom. Mas tal exemplo, fala Hume, é de tão singular natureza que não valeria a pena ir mais afundo em sua análise.

Na sequência do texto é exposto o método que então Hume defende como seguro para a fundamentação do conhecimento empírico. Critica a história da filosofia por defender termos que ainda não passaram pela experiência (ideias fracas, sem significado), e logo, se pretendermos colocar a prova algum termo apenas precisaremos indagar de que impressão este deriva? e se não for possível responder tal questão a própria impossibilidade responderá a nossa pergunta.

Seção III: Da associação de ideias

Podemos dizer que até mesmo as mais estranhas ligações entre as ideias que acontecem na mente humana possuem entre si alguma informação que as conecte entre si. Segundo Hume, até mesmo nossos sonhos, que, nas mais das vezes, nos aparecem posteriormente como sendo devaneios sem ordem alguma, possuem uma conexão interna que o une "logicamente".

Hume explica que parece haver apenas três princípios de conexão entre as ideias; e são eles: semelhança, contiguidade no tempo ou no espaço, e causa ou efeito. Podemos verificar nas próprias palavras do filósofo como chegou em tal conclusão:

"um retrato conduz naturalmente nossos pensamentos para o original [semelhança]; a menção de um cômodo numa habitação leva naturalmente a uma indagação ou observação relativas aos demais [contiguidade]; e, se pensarmos em um ferimento, dificilmente conseguiremos evitar uma reflexão sobre a dor que o acompanha [causa e efeito] (p. 42)".

Que tal enumeração satisfaça todas dúvidas do público em geral com relação ao assunto tratado o próprio Hume confessa não poder garantir. Porém deixa claro que aquele que pretender tal façanha deve analisar em pormenores os possíveis princípios que possam unir os diversos tipos de pensamentos e não desistir até alcançar os princípios mais gerais possíveis.

O texto segue considerando alguns efeitos que tais conexões entre as ideias possam refletir nas paixões e emoções humanas. Hume nos lembra que dificilmente um sujeito racional (ou que busca continuamente a felicidade) tem por objeto de pensamento ou ação algo que não vise uma finalidade. Também como exemplo podemos citar o escritor ou o historiador, que pela sua técnica de análise e exposição visa sempre a composição de uma unidade que pretende unificar, de maneira geral, todo seu objeto de investigação.

"(...) a espécie mais usual de conexão entre os diferentes acontecimentos que figuram em qualquer composição narrativa é a de causa e efeito (p. 44)". Notamos na figura do historiador um grande esforço no exame da história da humanidade, e pela melhor exposição dos fatos que servirão de elo em sua narrativa. Este também deve sempre levar em mente que quanto mais sentido (coesão) seu texto possuir, mais eficiente será sua absorção pelo seu leitor.

As características da poesia épica e dramática são o próximo tema abordado longamente por Hume. Notamos neste estilo literário, em maior grau do que na narrativa histórica, uma forte tendência em estimular o imaginário de seu público. Muitas vezes ao lermos a história de Aquiles, por exemplo, temos nossos sentimentos levados para lá e para cá juntamente com os sentimentos do herói. Logo, é de responsabilidade daquele que conta a história o objetivo que pretende com sua técnica narrativa.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (12.6 Kb)   pdf (138.2 Kb)   docx (13.9 Kb)  
Continuar por mais 7 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com