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O Lugar da Tradição Rabínica no Judaísmo

Por:   •  1/8/2019  •  Artigo  •  3.514 Palavras (15 Páginas)  •  172 Visualizações

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O LUGAR DA TRADICAO RABINICA NO JUDAISMO MESSIANICO 1988 UMJC FORUM DA CONFERENCIA TEOLOGICA pelo Michael L. Brown, Ph.D.

Cada um de nos envolvidos em um ministério Messiânico tem pensado profundamente sobre a questão do lugar das tradições rabínicas dentro do Judaísmo Messiânico. Minha reflexão pessoal se desenvolveu gradualmente ao longo dos anos mas gostaria de compartilhar com você porque eu cheguei a conclusão de que as tradições rabínicas tem pouco ou nenhum espaço nas nossas vidas pessoais ou nossos cultos públicos. 

Deixe-me primeiramente dizer, no entanto, que apesar de eu ter orado muito, estudado e discutido sobre este assunto, eu quero que cada um de vocês considere os argumentos que apresento e  que cheguem as suas próprias conclusões. Irei dividir esta conversa em três partes: A verdade Bíblica, Vida espiritual e Integridade no Testemunho. 

A verdade Bíblica

E importante entender que a palavra ‘tradição’ pode ter pelo menos duas diferentes conotações, uma positiva (no sentido de ‘verdade divinamente transmitida’), e a outra negativa (no sentido de ‘ instituições religiosas e regras feitas pelo homem’). Um exemplo de sentido positivo e a exortação de Paulo aos Tessalonicenses para que as ‘tradições’ entregues a eles por ele sejam mantidas (2 Tess 3:6). Um exemplo de sentido negativo e o aviso de Yeshua em Mat 15:3 quando os fariseus quebraram os mandamentos de Deus em nome de suas tradições, que são, ‘tradições dos anciãos’ (v2). 

Quero deixar claro que até a melhor das tradições rabínicas e feita por homens e até onde as religiões feitas por homens vão, Yeshua falou de forma correta e clara: ‘Que todo aquele que e nascido da carne, e carne; todo aquele que e nascido do espirito, e espirito… E a carne (ex: esforço humano), de nada vale. E o Espirito que da vida (Joao 3:6, 6:63). Se vamos adorar a Deus em espirito, tradições nascidas na carne poderão atrapalhar. Foi pensando nisso que Paulo perguntou aos judaizantes de Galácia: “Tendo começado pelo espirito, querem agora se aperfeiçoar pelo enforco próprio?’ (Gal. 3:3b). Desta forma Yeshua contrastou a autoridade humanamente designada dos fariseus com a Sua própria autoridade divinamente ordenada ao dizer: ‘Deus disse isso… mas você diz aquilo’. (Mat 15:4-5). O que eu estou querendo dizer e simples: se achamos que estamos entrando em uma vida espiritual por tradições feitas pelo homem, então infelizmente estamos errados. Enquanto uma coisa e seguir o calendário rabínico por conveniência, orar as orações dos rabinos e utilizar suas variedades de expressões e métodos são outra coisa completamente diferente. 

Apesar do Sidur ser cheio de muita beleza, ele é absolutamente desprovido da verdade da Nova Aliança. O Sidur não da nenhuma ideia do fato de que já fomos perdoados, de que o sangue do Messias já foi derramado e de que Ele já ressuscitou dentre os mortos, subiu aos céus e enviou seu Espirito para habitar em nos. Suas orações não falam nada do nosso relacionamento pessoal e intimo com o Pai e seu alto e elevado tom de voz passa distanciamento. Francamente, quando eu oro o Sidur durante os serviços de adoração, ou quando eu estudo intensamente o Talmud ou o código de leis de onde as tradições se originaram, sei profundamente de que o judaísmo rabínico e uma religião alienada a fé da Nova Aliança. Também, a ênfase exclusiva vista na Torah de que Israel e o povo escolhido e exclusão dos gentios e certamente inapropriada num grupo de fieis da Nova Aliança. Também quero salientar que muito pouco do Sidur e possivelmente datado para o primeiro século, e muito dele, excluindo claro o que e  puramente conteúdo bíblico, e bem atrasado. 

Mesmo que se conteste de que existem de fato algumas orações pré-messiânicas, a questão continua sendo a mesma. Nenhuma dessas orações reflete a nova realidade espiritual trazida pela morte e ressurreição de Yeshua e subsequente derramamento do Espirito. Em relação às orações escritas pelos últimos rabinos, e em consideração ao fato de que oração e a coisa mais íntima de que um ser humano pode fazer com Deus, como podemos orar orações de homens onde sua fé presume que Yeshua não e o messias? Yeshua ensinou que vinho novo só poderia ser  colocado em vasilha de couro nova, pois se fosse colocado em vasilha de couro velha, a vasilha se arrebentaria e o vinho se derramaria no chão, estragando o vinho e a vasilha. No século 19, o rabino Moses Sofer, conhecido como Hatam Sofer, disse a frase hadash ’asur min-hattorah - ‘Qualquer coisa nova e proibida pela Torah’ pois quanto mais velho algo for, melhor e. (veja sua mais em Yoreh Deah, no. 19; Orah Hayyim, no. 28; Even HaEzer, no. 29; citado por Louis Jacobs, A Arvore da Vida, 255f.). Eu creio que essa frase, apesar de ser relativamente datada como recente, reflete precisamente o espirito rabínico do judaísmo, colocando-o em absoluto contraste a nossa fé Messiânica. Nossa ênfase na Nova aliança, nova criação e nova canção que Deus colocou em nossas bocas vieram dos limites da tradição da velha vasilha. Apesar de ser possível que os primeiros discípulos viveram em harmonia com alguns costumes do seu povo, isso nada tem a ver com aquele que crê hoje e segue as tradições rabínicas. Apesar de algumas raízes rabínicas do Judaísmo serem pré-messiânicas, em sua maioria e uma religião desenvolvida depois da destruição do templo em 70ac e mais especificamente, depois da expulsão dos judeus de Jerusalém em 135am. Desde aquele momento, as expressões rabínicas tomaram seu próprio caminho, com uma vida orientada e centrada no Talmud e seu enorme sistema de leis. Pelo fato dos primeiros sábios  Mishnaicos não serem os verdadeiros herdeiros da fé bíblica e profética, foi inevitável que, quando a fé messiânica começou florescer, uma divisão teria que acontecer. Apesar de se ter muito em comum com nosso povo hoje (como judeus em um mundo não judaico), nunca devemos nos esquecer de que, ate onde nossa caminhada com Deus estiver, a vida em Espirito não e uma consoante com expressões da carne. Existe uma diferença qualitativa entre a fé messiânica e a fé rabínica. 

Vida espiritual

Vamos agora falar sobre o assunto de vida espiritual. Primeiro deixe-me dizer que antes mesmo de eu atender um serviço messiânico, O espirito de Deus me alertou de que “toda a tentação judaica fica no âmbito da alma. Ela ira vacinar, estimular, complicar e sufocar”. Sim, você e livre para aceitar isso ou rejeitar o que falo como Palavra vinda do Senhor mas eu tenho visto muitos queridos crentes caindo nessa armadilha. Ela pode começar com a fascinação pelas historias midrashicas ou ditados rabínicos, poderá tomar a forma de uma afeição da alma pelo Sidur ou por algum habito/costume rabínico do Shabat. Porem, logo a vida não será tão simples como era antes. Questões sobre a halacha messiânica parecem dominar e assuntos paralelos de como podemos incorporar tradições rabínicas nas nossas festividades se tornam centrais. 

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