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Religiões No Brasil

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Por:   •  14/10/2013  •  472 Palavras (2 Páginas)  •  369 Visualizações

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A história das religiões no Brasil está vinculada ao processo de formação da sociedade brasileira, que, por sua vez, está inserido no contexto da história moderna e contemporânea do Ocidente. Nosso país surgiu no bojo de um processo de dominação e conquista do continente americano pelas nações europeias, Portugal e Espanha à frente, naquilo que convencionalmente se chama de ‘expansão marítima’ dos séculos XVI e XVII.

A exclusividade do catolicismo no Brasil manteve-se durante todo o período colonial (1500-1822), salvo algumas exceções abertas ao corpo diplomático estrangeiro. No regime imperial (1822-1889), também em virtude da intenção de atrair colonos europeus para o Sul e o Sudeste do país, a Constituição de 1824 estabelecia a Religião Católica Apostólica Romana como religião oficial, mas garantia a liberdade de adesão a outras religiões. Entretanto, essa adesão deveria se dar apenas em culto doméstico ou particular, sendo proibido que se constituíssem templos ou que se realizassem manifestações públicas.

Foi apenas após a proclamação da República (1889), de forma juridicamente formalizada na Constituição Republicana de 1891, que Igreja e Estado se separaram no Brasil e que a liberdade religiosa foi instaurada como um dos princípios da cidadania, juntamente com outras liberdades fundamentais, como a liberdade de associação, a liberdade de reunião e a liberdade de expressão coletiva.

É importante destacar que a matriz católica no Brasil ocupou, e talvez ainda ocupe, um papel de sistema cultural. Essa matriz espalhou-se por todo o país, difundindo-se de forma capilar mesmo nas regiões mais longínquas. Seu processo de difusão e manutenção, seu enraizamento, não se deu apenas por meio da hierarquia religiosa, ou de organismos oficiais da Igreja, mas principalmente (e em algumas áreas quase exclusivamente) por meio das famílias, das pessoas comuns que compartilhavam e transmitiam as crenças e as práticas dessa religião em suas redes de parentesco e de vizinhança.

Dessa forma, o catolicismo ligou-se intimamente ao cotidiano e às agruras, mazelas e alegrias do dia a dia. Seu calendário litúrgico imprimia o ritmo da vida social; seus sacramentos marcavam os ritos de passagem; seus santos nomeavam as pessoas, as localidades e os acidentes geográficos; as louvações a Cristo e as bênçãos serviam de saudação; as novenas e ladainhas eram ocasião de agregação de grupos sociais; as festas religiosas constituíam oportunidades para se tecerem as redes de afirmação identitária, de solidariedade comunitária e de disputas por prestígio entre autoridades locais.

Determinados conceitos, valores e concepções de mundo do catolicismo tornaram-se modelos de atitude e para a atitude, no sentido de sistema cultural definido por GEERTZ (1989). No entanto, essa cultura não pode ser percebida como estática, e sim como dinâmica: há sempre novidades sendo incorporadas e significados sendo alterados. As transformações vividas nas últimas décadas nos permitiriam indagar até que ponto a influência do catolicismo sobre a cultura brasileira teria diminuído, ou estaria assumindo novas formas, principalmente com o crescimento da influência pentecostal.

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