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Educação No Brasil. Desafios E Perspectivas.

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Por:   •  24/8/2012  •  2.921 Palavras (12 Páginas)  •  2.038 Visualizações

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Educação no Brasil. Desafios e perspectivas.

Nas últimas duas décadas do século XX assistiu-se a grandes mudanças tanto no campo socioeconômico e político quanto no da cultura, da ciência e da tecnologia. Ocorreram grandes movimentos sociais, como aqueles no leste europeu, no final dos anos 80, culminando com a queda do Muro de Berlim.

Ainda não se tem ideia clara do que deverá representar, para todos nós, a globalização capitalista da economia, das comunicações e da cultura. As transformações tecnológicas tornaram possível o surgimento da era da informação.

É um tempo de expectativas, de perplexidade e da crise de concepções e paradigmas não apenas porque iniciasse um novo milênio – época de balanço e de reflexão, época em que o imaginário parece ter um peso maior. O ano 2000 exerceu um fascínio muito grande em muitas pessoas. Paulo Freire dizia que queria chegar ao ano 2000 (acabou falecendo três anos antes). É um momento novo e rico de possibilidades.

Por isso, não se pode falar do futuro da educação sem certa dose de cautela. É com essa cautela que serão examinadas, neste artigo, algumas das perspectivas atuais da teoria e da prática da educação, apoiando-se naqueles educadores e filósofos que tentaram, em meio a essa perplexidade, apesar de tudo, apontar algum caminho para o futuro.

A perplexidade e a crise de paradigmas não podem se constituir num álibi para o imobilismo. No início deste século, H. G. Wells dizia que “a História da Humanidade é cada vez mais a disputa de uma corrida entre a educação e a catástrofe”. A julgar pelas duas grandes guerras que marcaram a “História da Humanidade”, na primeira metade do século XX, a catástrofe venceu. No início dos anos 50, dizia-se que só havia uma alternativa: “socialismo ou barbárie” (Cornelius Castoriadis), mas chegou-se ao final do século com a derrocada do socialismo burocrático de tipo soviético e enfraquecimento da ética socialista. E mais: pela primeira vez na história da humanidade, não por efeito de armas nucleares, mas pelo descontrole da produção industrial, pode-se destruir toda a vida do planeta. Mais do que a solidariedade, estamos vendo crescer a competitividade. Venceu a barbárie, de novo? Qual o papel da educação neste novo contexto político? Qual é o papel da educação na era da informação? Que perspectivas podemos apontar para a educação nesse início do Terceiro Milênio? Para onde vamos?

Para iniciar, verifica-se o significado da palavra “perspectiva”. A palavra “perspectiva” vem do latim tardio “perspectivus”, que deriva de dois verbos: perspecto, que significa “olhar até o fim, examinar atentamente”; e

perspicio, que significa “olhar através, ver bem, olhar atentamente, examinar com cuidado, reconhecer claramente” (Dicionário Escolar Latino-Português, de Ernesto Faria). A palavra “perspectiva” é rica de significações. Segundo

o Dicionário de filosofia, do filósofo italiano Nicola Abbagnano, perspectiva seria “uma antecipação qualquer do futuro: projeto, esperança, ideal, ilusão, utopia. O termo exprime o mesmo conceito de possibilidade mas de um ponto de vista mais genérico e que menos compromete, dado que podem aparecer como perspectivas coisas que não têm suficiente consistência para serem possibilidades autênticas”. Para o Dicionário Aurélio, muito conhecido entre nós, brasileiros, perspectiva é a “arte de representar os objetos sobre um plano tais como se apresentam à vista; pintura que representa paisagens e edifícios a distância; aspecto dos objetos vistos de uma certa distância; panorama; aparência, aspecto; aspecto sob o qual uma coisa se apresenta, ponto de vista; expectativa, esperança”. Perspectiva significa ao mesmo tempo enfoque, quando se fala, por exemplo, em perspectiva política, e possibilidade, crença em acontecimentos considerados prováveis e bons. Falar em perspectivas é falar de esperança no futuro.

Hoje muitos educadores, perplexos diante das rápidas mudanças na sociedade, na tecnologia e na economia, perguntam-se sobre o futuro de sua profissão, alguns com medo de perdê-la sem saber o que devem fazer. Então,

aparecem, no pensamento educacional, todas as palavras citadas por Abbagnano e Aurélio: “projeto” político-pedagógico, pedagogia da “esperança”, “ideal” pedagógico, “ilusão” e “utopia” pedagógica, o futuro como “possibilidade”.

Fala-se muito hoje em “cenários” possíveis para a educação, portanto, em “panoramas”, representação de “paisagens”. Para se desenhar uma perspectiva é preciso “distanciamento”. É sempre um “ponto de vista”.

Todas essas palavras entre aspas indicam uma certa direção ou, pelo menos, um horizonte em direção ao qual se caminha ou se pode caminhar. Elas designam “expectativas” e anseios que podem ser captados, capturados, sistematizados e colocados em evidência. da educação atual, podem ser destacados alguns marcos, algumas pegadas, que persistem e poderão persistir na educação do futuro.

Desafios e perspectivas merecem análise do ponto de vista pessoal e coletivo. Ninguém deveria considerar-se dispensado de dar sua contribuição, sobretudo quando é possível transformar a crise em tentativas de solução ou ao menos em união de forças para a nova fase da História.

O editor de nossa Revista se lembrou provavelmente da minha condição de arcebispo que lutou por 28 anos em favor da liberdade e igualdade, da justiça social e da honestidade, como lhe mandavam os Livros Sagrados dos judeus e dos cristãos. Por isso mesmo, considero o primeiro desafio a própria comunicação. Ela certamente influenciava os homens lá pelos anos de 3500 a.C., quando os textos passaram da transmissão oral à escrita, como nos ensinam muitos especialistas. Também acredito que Abraão, nosso Pai na fé, se comunicava lá pelos anos 1800 a.C. de maneira diversa daquela dos evangelistas que foram ajuntando as tradições das comunidades para transmiti-las aos tempos posteriores.

Ao preparar minha tese sobre o Livro segundo São Jerônimo, deparei com o fato surpreendente de Santo Agostinho, já célebre escritor, consultar o colega mais ousado, que se chamava Jerônimo, vejam bem, se de fato convinha abandonar o sistema da tradução juxta-linear por uma linguagem clássica e agradável aos ouvidos dos cristãos. Por sorte - dizemos nós - o papa Dâmaso era, além de amigo de Jerônimo, versado em rimas, cadências e até em composição de versos.

Qual é o desafio de hoje para a Bíblia penetrar na vida e convivência dos cidadãos das grandes metrópoles? Talvez sejam múltiplos os desafios. Há pouco, afirmava um especialista em comunicação

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