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A MACUNAIMA

Por:   •  23/5/2019  •  Seminário  •  1.807 Palavras (8 Páginas)  •  123 Visualizações

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     MACUNAÍMA

INTRODUÇÃO

A obra é um segmento de poema tipo épico, sobre a formação do Brasil, onde vários elementos nacionais se cruzam numa narrativa que conta a história de Macunaíma, como herói sem nenhum caráter. Publicado em 1928, o livro de Mário de Andrade é considerado um dos principais romances modernistas. 

HISTÓRIA

Filho do medo e da noite, uma criança birrenta, preguiçosa e de mente ardilosa, nasceu do fundo do mato-virgem, Macunaíma. Após a mostre de sua mãe, o menino preguiçoso e seus três irmãos partem em busca de aventuras, Macunaíma encontra, Mãe do Mato, Ci a rainha das Icamiabas. Depois de dominá-la, com a ajuda dos irmãos, faz dela sua esposa, tornando-se assim imperador de Mato Virgem. 

Macunaíma e Ci tem um filho, mas, o mesmo ao nascer vem a óbito, por esse motivo Ci acaba também falecendo de tristeza, se tornando estrela. Antes de morrer dá a Macunaíma um amuleto, a muiraquitã (pedra verde em forma de sáurio), que ele perde e vai parar nas mãos do grande, Piaimã, comedor de gente. Como o gingante mora em São Paulo, Macunaíma junto a seus irmãos vão atrás dele, na tentativa de recuperar a muiraquitã. 

O plano falha quando se veste de francesa na tentativa de seduzir o gigante e recuperar o amuleto, após a tentativa falha foge para o Rio de Janeiro. Lá encontra uma portuguesa e enfurece a deusa. Depois de muitas aventuras por todo o Brasil na tentativa de reconquistar a sua pedra, o herói a resgata e regressa para a sua tribo. 

Ao fim da história, vem a vingança de Vei: ela manda um forte calor, que estimula a sensualidade do herói e o lança nos braços de uma uiara traiçoeira, que o mutila e faz com que ele perca de novo – dessa vez – a muiraquitã. Cansado de tudo, Macunaíma vai para o céu transformado na Constelação da Ursa Maior.

ANÁLISE DA OBRA

Mário de Andrade recorreu ao seu vasto conhecimento do folclore nacional e aos preceitos da produção literária modernista para realizar essa tarefa. O autor queria produzir uma obra que refletisse o Brasil como uma unidade, fazendo com que as múltiplas características nacionais se unissem criando uma identidade para a cultura brasileira. Assim faz de Macunaíma uma rapsódia: uma colagem das lendas, mitos, tradições, religiões, falares, hábitos, comidas, lugares, fauna e flora do Brasil. A grande genialidade da obra foi conseguir unir esses muitos elementos em uma narrativa coerente. 

O espaço na obra não segue as regras da verossimilhança dos romances realistas. Para isso, O autor lança mão de algumas características da composição modernista. Ocorre, ainda, uma aproximação ao gênero épico: à medida que o livro narra, em fragmentos, a vida do herói que simboliza uma nação. 

As vanguardas europeias têm grande influência no livro, que faz parte da primeira fase modernista – a histórica. Essa influência é visível em várias técnicas de linguagem inovadoras para a época, por isso, Macunaíma pode oferecer dificuldades para o leitor desavisado. A obra apresenta inúmeras referências ao folclore brasileiro, a narrativa se aproxima da oralidade quando Macunaíma ironiza o povo de São Paulo, que fala em uma língua e escreve em outra. Não existe verossimilhança realista. 

Portanto, Macunaíma, é uma tentativa de construção do retrato do povo brasileiro. Tentativa essa que não era nova. O romântico, José de Alencar, por exemplo já tinha tido a mesma ideia ao criar o romance, O Guarani. Uma análise possível é a de que o povo brasileiro não tem um caráter definido e o Brasil é um país grande como o corpo de Macunaíma, mas imaturo, característica que se dá pela cabeça pequena do herói. Assim, Macunaíma é uma obra que busca sintetizar o caráter brasileiro, segundo as convicções da primeira fase modernista.

ELEMENTOS DA NARRATIVA

• Narrador: Faz uma crítica literária e faz questão de considerar a diferença entre o autor e o narrador: esse é tido com uma criação dele. Em Macunaíma, no entanto, essa distinção pode ser assim questionada, quando o narrador aparece no último capítulo. No capítulo “Epílogo”, o narrador revela a que a história que acaba de contar foi contada a ele por um papagaio que depois de contar a história abriu as asas e voou rumo a Lisboa. A interferência do narrador, da forma como feita, o aproxima do autor, que no caso é Mário de Andrade. 

• Tempo e espaço: Pode se dizer apenas que o espaço é prioritariamente o espaço geográfico brasileiro, com algumas referências ao exterior, enquanto o tempo cronológico da narrativa se mostra indefinido. Por se tratar de uma narrativa mítica, o tempo e o espaço da obra não estão precisamente definidos, tendo como base a realidade

• Foco Narrativo: Mário de Andrade utiliza uma técnica de cortes bruscos no discurso do narrador, o interrompendo para dar lugar de fala aos personagens, principalmente Macunaíma, mesmo que o foco predomine a terceira pessoa. 

• Personagens:    

Macunaíma- Personagem principal, o herói sem nenhum caráter, preguiçoso e de mente ardilosa. É negro e índio, depois de se banhar na poça do gigante Sumé, se torna branco europeu. É apegado a vida fácil e de prazeres, as ações do personagem são um misto de malandragem, inocência, egoísmo e vingança.  

Jiguê-  Irmão do meio de Macunaíma, sempre acaba perdendo suas companheiras para o irmão. É um homem bravo e forte, se vinga das traições agredindo as mulheres, porém raramente desconta no irmão. Ele também tenta se banhar na poça do gigante Sumé, porém a água já estava suja e ele fica na cor de cobre. 

Maanape- Irmão mais velho e feiticeiro, revive o herói algumas vezes. Muito cuidadoso com Macunaíma passa todo o romance se preocupando com o irmão. Depois de Jiguê, também te está se lavar na poça, mas já não restava mais nada e fica apenas com a palma das mãos e a sola dos pés brancas.

Venceslau Pietro Pietra- Ou também conhecido como gigante comedor de gente, gigante Piaimã, é um fazendeiro peruano abastado que vive em São Paulo, num a casa no Pacaembu e tem hábitos europeus. Tem posse do muiraquitã que Macunaíma quer recuperar. 

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