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Autores Do Mordenismo No Brasil

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Por:   •  14/3/2015  •  2.908 Palavras (12 Páginas)  •  288 Visualizações

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Mário de Andrade

Um dos criadores do modernismo no Brasil, Mário Raul de Morais Andrade era de família rica e aristocrática. Formou-se no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, onde seria professor.

Seu trabalho com a literatura começou bem cedo, em críticas escritas para jornais e revistas.

Em 1917, publicou o primeiro livro, versos assinados com o pseudônimo Mário Sobral: "Há Uma Gota de Sangue em Cada Poema".

Em 1921, Oswald de Andrade (depois de ter lido os originais de "Paulicéia Desvairada", que seria lançado em 1922) escreveu para o "Jornal do Commercio" um artigo em que chamava Mário de "meu poeta futurista".

Junto com Oswald e outros intelectuais, Mário ajudou a preparar a Semana de Arte Moderna de 1922. No segundo dia de espetáculos, durante o intervalo, em pé na escadaria do Teatro Municipal, leu algumas páginas de seu livro de ensaios "A Escrava Que Não É Isaura". O público, despreparado para a ousadia, reagiu com vaias.

"Amar, Verbo Intransitivo" (1927), o primeiro romance, desmascara a estrutura familiar paulistana. A história gira em torno de um rico industrial que contrata uma governanta (a Fräulein) para ensinar alemão aos filhos. Na verdade, tudo não passa de fachada para a iniciação sexual do filho mais velho.

Em "Clã do Jabuti" (também de 1927), Mário mostra a importância que dá à pesquisa do folclore brasileiro, tendência que atingirá seu ponto alto no romance "Macunaíma" (1928), no qual recria mitos e lendas indígenas para traçar um painel do processo civilizatório brasileiro:

"No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma".

Na musicologia, seu "Ensaio Sobre a Música Brasileira" (1928) influenciou nossos maiores compositores contemporâneos, nomes como Heitor Villa-Lobos, Francisco Mignone, Lorenzo Fernández, Camargo Guarnieri.

Como contista, os trabalhos mais significativos de Mário de Andrade acham-se em "Belazarte" e "Contos Novos". O primeiro livro mostra a preocupação do autor em denunciar as desigualdades sociais. O segundo se constitui de textos esparsos (reunidos em publicação póstuma), mas traz os contos mais importantes, como "Peru de Natal" e "Frederico Paciência".

Mario de Andrade lecionou por algum tempo na Universidade do Distrito Federal (Rio de Janeiro) e exerceu vários cargos públicos ligados à cultura, no que sobressaía seu lado de pesquisador do folclore nacional. Teve ainda participação importante nas principais revistas modernistas: "Klaxon", "Estética" e "Terra Roxa e Outras Terras".

Morreu de ataque cardíaco, aos 51 anos. Sua obra poética foi reunida e publicada postumamente em "Poesias Completas".

Oswald de Andrade

José Oswald de Souza Andrade era de família abastada. Ingressou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco (São Paulo) em 1909. (Só se formaria em 1919, quando seria o orador da turma.)

Publicou seus primeiros trabalhos em "O Pirralho", semanário paulista de crítica e humor, que ele mesmo fundou em 1911.

Em 1912, viajou para Paris, onde, convivendo com a boemia estudantil, entrou em contato com o futurismo e conheceu Kamiá, mãe de Nonê, seu primeiro filho, nascido em 1914.

De volta a São Paulo, continuou no jornalismo literário. Em 1917, passou a viver com Maria de Lourdes Olzani (a Deise).

Defendeu a pintora Anita Malfatti de uma crítica devastadora de Monteiro Lobato e fundou o jornal "Papel e Tinta". Em seguida, ao lado de Anita, de Mário de Andrade e de outros intelectuais, organizou a Semana de Arte Moderna de 22.

Pelo espírito irreverente e combativo, nenhum outro escritor do modernismo ficou mais conhecido que Oswald. Sua atuação é considerada fundamental na cultura brasileira da primeira metade do século 20.

Publicou "Os Condenados" e "Memórias de João Miramar". Em 1924, iniciou o movimento Pau-Brasil, juntando o nacionalismo às idéias estéticas da Semana de 22. Em 1926, casou com a pintora Tarsila do Amaral, e os dois se tornaram a dupla mais importante das artes brasileiras (Mário de Andrade os apelidou de "Tarsiwald").

Oswald escreveu o "Manifesto Antropofágico", em que propôs que o Brasil devorasse a cultura estrangeira e criasse uma cultura revolucionária própria. Assim fariam Mário de Andrade em "Macunaíma" (1928) e Raul Bopp em "Cobra Norato" (1931).

Com a crise de 29, Oswald teve as finanças abaladas e sofreu uma reviravolta na vida. Rompeu com Mário, separou-se de Tarsila e casou com a escritora e militante política Patrícia Galvão (a Pagu). Da união nasceria Rudá, seu segundo filho.

Filiou-se ao PCB após a revolução de 1930 (romperia com o partido em 1945, embora continuasse sendo de esquerda). Em 1931, quando dirigia o jornal "O Homem do Povo", foi várias vezes detido.

Em 1936, após ter-se separado de Pagu, casou com a poetisa Julieta Bárbara. Em 1944, outro casamento, agora com Maria Antonieta D'Aikmin, com quem permaneceria até o fim da vida.

Além de poemas, já lançara o romance "Serafim Ponte Grande" (1933) e as peças "O Homem e o Cavalo" (1934) e "O Rei da Vela" (1937).

Em 1939, na Suécia, representou o Brasil num congresso do Pen Club (a entidade internacional que congrega os literatos dos diversos países). Prestou concurso para a cadeira de literatura brasileira na Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP com a tese "A Arcádia e a Inconfidência" e, em 1945, obteve o título de livre-docente.

Oswald morreu aos 64 anos. Sua poesia seria precursora de dois movimentos distintos que marcariam a cultura brasileira na década de 1960: o concretismo e o tropicalismo.

Manuel Bandeira

O recifense Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho mudou-se ainda jovem para o Rio de Janeiro. Em 1903, transferiu-se para São Paulo, onde iniciou o curso de

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