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Barroco Soneto

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Por:   •  30/10/2014  •  522 Palavras (3 Páginas)  •  319 Visualizações

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SONETO 212 SEISCENTISTA

Gregório é conterrâneo do Botelho,

poeta que não citam hoje em dia.

A nova geração nem desconfia

que as frutas tropicais são seu conselho.

Diz ele, entre o araçá e o caju vermelho:

"Além das frutas que esta terra cria,

também não faltam outras na Bahia..."

No amor ao coco, nada lhe é parelho.

"Outras frutas dissera, porém basta",

conclui o nosso bardo, arrematando:

"das que tenho descrito a vária casta."

Concordo quanto ao coco, mesmo quando,

ainda verde, a polpa é como pasta,

pois lembra o sebo que eu vou degustando...

Glauco Mattoso

Como seu contemporâneo Gregório, o poeta lírico foi também crítico e

político, a julgar pelo exemplo abaixo:

AOS MAUS JUÍZES

Que julgas, ó ministro da Justiça?

Por que fazes das leis arbítrio errado?

Cuidas que dás sentença sem pecado,

Sendo que algum respeito mais te atiça,

Para obrar os enganos da justiça?

Bem que teu peito vive confiado,

O entendimento tens todo arrastado

Por amor, ou por ódio, ou por cobiça.

Se tens amor, julgaste o que te manda;

Se tens ódio, no inferno tens o pleito,

Se tens cobiça, é bárbara e execranda.

Oh, miséria fatal de todo feito!

Que não basta o direito da demanda,

Se o julgador te nega esse direito...

Abaixo vai pequena seleção de outros sonetos de Botelho, escolhidos a

dedo pelo professor João Adolfo Hansen, a quem agradeço a paciência do

especialista:

[VERSOS AMOROSOS]

ANARDA INVOCADA [SONETO I]

Invoco agora Anarda lastimado

Do venturoso, esquivo sentimento:

Que, quem motiva as ânsias do tormento,

É bem que explique as queixas do cuidado.

Melhor Musa será no verso amado,

Dando para favor do sábio intento

Por Hipocrene o lagrimoso alento,

E por louro o cabelo venerado.

Se a gentil fermosura em seus primores

Toda ornada de flores se avalia,

Se tem como harmonia seus candores;

Bem pode dar agora Anarda impia

A meu rude discurso cultas flores,

A meu plectro feliz doce harmonia.

SOL E ANARDA [SONETO IV]

O sol ostenta a graça luminosa,

Anarda por luzida se pondera;

O sol é brilhador na quarta esfera,

Brilha Anarda na esfera de formosa.

Fomenta o sol a chama calorosa,

...

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