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Castro Alves

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Por:   •  7/11/2013  •  446 Palavras (2 Páginas)  •  523 Visualizações

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Ninguém foi mais veemente na poesia antiescravagista do que Castro Alves, e isto fica claro no livro “Os escravos”. Em seu estilo, vemos muitas hipérboles, antíteses e metáforas. Seus poemas são marcados por um tom exaltado e eloquente, cheios de evocações. Há também o uso em larga escala das reticências e dos travessões - estes, muitas vezes utilizados para indicar o discurso direto. A poesia é feita para ser declamada e o exagero das imagens é intencional, deliberado, para reforçar a ideia do poema. Pragmático, o poeta usa a poesia para levar o leitor à ação, para transformar e não só para deleitar.

A desarmonia presente nos poemas de Castro Alves é resultante das lutas homem contra a sociedade (do oprimido contra o opressor), diferentemente de seus antecessores da segunda geração, no quais os conflitos presentes se dão sobre si mesmo. A poesia de Castro Alves também já demonstra aspectos, temáticas e tendências do movimento chamado Realista, que "nega" os preceitos românticos embora sua obra seja romântica.

“Leitor, se não tens desprezo

De vir descer às senzalas,

Trocar tapetes e salas

Por um alcouce cruel,

Vem comigo, mas… cuidado…

Que o teu vestido bordado

Não fique no chão manchado,

No chão do imundo bordel.

(…)

Vinde ver como rasgam-se as entranhas

De uma raça de novos Prometeus,

Ai, vamos ver guilhotinadas almas

Da senzala nos vivos mausoléus.” (Tragédia no lar)

“Deus! Ó Deus! onde estás que não respondes?

Em que mundo, em qu’estrela tu t’escondes

Embuçado nos céus?

Há dois mil anos te mandei meu grito,

Que embalde desde então corre o infinito…

Onde estás, Senhor Deus?” (Vozes d’África)

“Senhor Deus dos desgraçados!

Dizei-me vós, Senhor Deus!

Se é loucura… se é verdade

Tanto horror perante os céus…

Ó mar! por que não apagas

Co’a esponja de tuas vagas

De teu manto este borrão?…

Astros! noite! tempestades!

Rolai das imensidades!

Varrei os mares, tufão!…” (Navio Negreiro)

...

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