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Cecília Meireles

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Por:   •  25/8/2014  •  1.188 Palavras (5 Páginas)  •  312 Visualizações

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Biografia

Cecília Meireles foi uma grande escritora brasileira nascida no dia 7 de novembro de 1901, na cidade do rio de janeiro. Órfã de pai e mãe, Cecília Meireles foi criada pela avó, Dona jacinta. Formou-se professora e com apenas 18 anos de idade publicou seu primeiro livro “Espectro” que era um conjunto de sonetos simbolistas.

No ano de 1922, Cecília casou-se com o pintor Fernando Correia Dias e com ele teve três filhas. Cecília fundou a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro no ano de 1934 e escreveu várias obras na área de literatura infantil.

Após vários anos sofrendo com a depressão o marido de Cecília suicidou-se em 1936 e quatro anos depois Cecília casou-se novamente com o engenheiro agrônomo Heitor Vinicius da Silveira. Cecília publicou o livro “Viagem” no ano de 1939 e com esse livro ganhou o prêmio de poesia da Academia Brasileira de Letras. Cecília Meireles veio a falecer em sua cidade natal no dia 9 de novembro de 1964. Seu corpo é velado no Ministério da Educação e Cultura. Cecília Meireles é homenageada pelo Banco Central, em 1989, com sua efígie na cédula de cem cruzados novos.

Poemas de Cecília Meireles

RETRATO

Eu não tinha este rosto de hoje,

Assim calmo, assim triste, assim magro,

Nem estes olhos tão vazios,

Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,

Tão paradas e frias e mortas;

Eu não tinha este coração

Que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,

Tão simples, tão certa, tão fácil:

- Em que espelho ficou perdida

a minha face?

Motivo

Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem sou triste:

sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,

não sinto gozo nem tormento.

Atravesso noites e dias

no vento.

Se desmorono ou se edifico,

se permaneço ou me desfaço,

- não sei, não sei. Não sei se fico

ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.

Tem sangue eterno a asa ritmada.

E um dia sei que estarei mudo:

- mais nada.

ANÁLISE DO POEMA

Análise do poema Retrato:

Cecília Merireles retrata através de metáforas, na própria biografia, o lado intimista e efêmero da vida. Esta dualidade entre tempo e espaço, possuí sentido ao entrarmos em contato com o lado descritivo da poesia. A parte pelo todo é representada: a pele, a boca, as mãos etc. O aspecto físico não se dissocia do psicológico.

A sensação de que tudo é absoluto é entoada em tom melancólico. Há a perda do sentido da vida. O uso da linguagem sensorial, em tom gradativo permite o uso de adjetivos: (rosto) calmo, triste, magro, (olhos) vazios, (lábio) amargo, (mãos) paradas, frias, mortas, que nos mostram que a própria identidade foi modificada. Observe a citação abaixo:

“ Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil:” ela faz um conceito do que é nascer, crescer e morrer. É o ciclo real da vida humana.

A não aceitação desta fase da vida à torna impotente. Somente lhe resta a única lembrança que possuí: a que preserva no espelho da memória.

Analise do Poema Retrato:

A atmosfera de dor existencial que emana dos poemas de Cecília Meireles é centrada na percepção de que tudo passa e de que o fluir do tempo dissolve as ilusões os amores, o corpo e mesmo a memória. Um exemplo desta visão sofrida está no poema “Retrato”. Quanto à forma po0ética, o texto, em parte, liga-se ao Modernismo pela ausência de rimas, que confere uma fluidez mais coloquial à linguagem. No entanto, a estrofação regular e a métrica, também regular, indicam uma poesia vinculada ao tradicional.

Na 1ª. Estrofe, a efemeridade da vida é constatada quando o eu lírico descreve o seu próprio rosto. Entretanto, ele não mais o reconhece como sendo seu, conforme pronome demonstrativo, que sugere a passagem do tempo, a transitoriedade da vida: “Eu não tinha este rosto de hoje”. Perceba que os adjetivos “calmo”, ”triste”, ”magro” descrevem as características físicas e psicológicas relacionadas ao envelhecimento. As expressões “olhos tão vazios” e “lábio amargo” revelam sofrimento e certo desencanto frente a situações que foram vivenciadas.

Na 2.ª estrofe, o eu lírico observa as transformações ocorridas em suas mãos, caracterizadas como sem força, paradas, frias e mortas. São partes significativas e simbólicas do corpo, que outrora traduzam força e luta pela vida. Em seguida, descreve seu coração, metáfora para seus sentimentos, que antes, eram expostos e atualmente estão retraídos, escondi dos. É a composição de um “retrato” interior, de si mesma, mostrando-se fechada e sem energia,

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