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POESIA, LETRAMENTO E O LÚDICO NO IMAGINÁRIO DE CECÍLIA MEIRELES, EM OU ISTO OU AQUILO POESIA, LETRAMENTO E O LÚDICO NO IMAGINÁRIO DE CECÍLIA MEIRELES, EM OU ISTO OU AQUILO

Dissertações: POESIA, LETRAMENTO E O LÚDICO NO IMAGINÁRIO DE CECÍLIA MEIRELES, EM OU ISTO OU AQUILO POESIA, LETRAMENTO E O LÚDICO NO IMAGINÁRIO DE CECÍLIA MEIRELES, EM OU ISTO OU AQUILO. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  6/10/2013  •  6.067 Palavras (25 Páginas)  •  1.446 Visualizações

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POESIA, LETRAMENTO E O LÚDICO NO IMAGINÁRIO DE CECÍLIA MEIRELES, EM OU ISTO OU AQUILO

Fátima Vasconcelos

Inez do Carmo Lopes

Raquel Arêdes Costa Olímpio

RESUMO

O presente trabalho propõe um estudo de poesias da obra Ou isto ou aquilo (1969), da poetisa e educadora Cecília Meireles, sob o enfoque do letramento e do lúdico em seu imaginário. Assim, o objetivo geral é reconhecer, nesta obra, elementos que comprovam estratégias lúdicas, facilitadoras no letramento de seus leitores. Fundamentando-se no referencial teórico, este artigo faz, primeiramente, um estudo sobre a literatura infantil, abordando seu histórico, desde a origem até os dias atuais; a seguir, apresenta breve estudo sobre a autora Cecília Meireles no âmbito da literatura infantil e sua concepção de educação, versando, ainda, sobre o lirismo e o letramento nas poesias cecilianas e, finalmente, um estudo sobre a obra em foco, com análise de alguns poemas, objetivando comprovar a presença do lúdico e do letramento. Os resultados deste estudo constatam que a poesia Ou isto ou aquilo, por basear-se na cultura popular, resgata no leitor a sensibilidade e remete às reminiscências da infância, além de facilitar as práticas de leitura e escrita.

Palavras chaves: Literatura infantil. Poesia. Lúdico. Letramento

INTRODUÇÃO

Dada a importância da literatura infantil, este trabalho tem como objeto o estudo literário da obra Ou isto ou aquilo (1969), de Cecília Meireles, sob o enfoque da poesia, do letramento e do lúdico em seu imaginário. O principal objetivo no desenvolvimento deste artigo é analisar alguns poemas da obra, para reconhecer os elementos que comprovam a importância e as estratégias facilitadoras da forma lúdica no letramento, destacando os recursos que a autora utiliza para remeter o leitor às reminiscências da infância, as estratégias utilizadas para envolver o leitor nos seus poemas, ressaltando, também, o seu exercício de educadora.

Fundamenta-se este trabalho em referencial teórico de renomados autores e críticos, como: Luis Camargo (2000), Nelly Coelho (1991) Viana (2001), Zilberman (2003); entre outros que estão dispostos em referências. Inicialmente, faz-se uma abordagem do histórico da literatura infantil. A seguir, apresenta a poetisa no contexto da educação, ressaltando sua importância na literatura infantil.

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Por fim, elabora-se análise de alguns poemas, da obra Ou isto ou aquilo, comprovando-se os elementos facilitadores do letramento a partir da leitura de textos poéticos.

Nas considerações finais, são apresentados os resultados deste trabalho, destacando-se a importância da obra para a literatura e para a educação, comprovando-se a relação da leitura desses textos com o processo de letramento.

1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA LITERATURA INFANTIL

A literatura infantil surgiu no percurso da história da literatura em geral, por meio de narrativas contadas oralmente de geração em geração, tanto para adultos quanto para crianças. A literatura clássica, que antecede a literatura infantil, tem suas origens indo-européias e são conhecidas como literatura primordial, com caráter místico, fabuloso e espiritual, que se perdura durante séculos na memória do povo.

A partir da literatura primordial, surgem outras narrativas, chamadas medievais, desenvolvidas entre os séculos V a XV na Europa. Apresentam, segundo muitos autores, duas fontes: a popular, constituída das prosas vindas do Oriente e marcada pelo idealismo expresso na magia e no maravilhoso; e a culta, composta pelas prosas das novelas de cavalaria. São apoiadas em uma hierarquia social que se fundamenta na lei do mais forte, na transmissão de ensinamentos de valor moral e na reprodução e conservação do passado. Durante o Renascimento, surgiram grandes transformações culturais, sociais e políticas, como as descobertas científicas, as conquistas marítimas, as reformas religiosas, a invenção da imprensa e, por consequência, o surgimento do livro e a divulgação de novas ideias. Nesse período, a criança, passa a ser vista como um adulto em miniatura.

A partir do século XVII, surgiu a literatura infantil, por meio dos contos de Charles Perraut, na França e dos Irmãos Grimm (Jacob e Wilhelm), na Alemanha.

Nesse período, a criança passou a ser considerada diferente do adulto, tendo suas próprias características levadas em consideração, recebendo, então, uma educação especial. Isso se deu no decorrer da ascensão da família burguesa e, por essa razão, a infância passou a ter seu lugar tanto na sociedade quanto no processo de escolarização. Conforme Zilberman,

A nova valorização da infância gerou maior união familiar, mas igualmente meios de controle do desenvolvimento intelectual da criança e manipulação de suas emoções. Literatura e escola, inventada a primeira e reformada a segunda, são convocadas para cumprir essa missão. (ZILBERMAN, 2003, p.15)

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Com essa nova concepção, o número de publicação de livros infantis se eleva, ainda que somente com caráter pedagógico, sendo o primeiro deles “Orbis Pictures” de Comenius, um livro de imagens que facilitava o processo de alfabetização.

Durante o século XVIII, surge uma preocupação com a literatura infantil, e é na França que ela se expande, com as obras de La Fontaine, Charles Perraut, M.m D` Aulnoy e Félenon entre outros. Esses autores valorizavam a fantasia, o lúdico e a imaginação da criança, características totalmente opostas da literatura infantil da época.

Acerca dessa nova literatura, Meireles afirma:

Esses livros não tinham apenas o objetivo de entreter a criança ou de transmitir-lhe noções morais. Muitos visavam [...] transmitir os conhecimentos necessários às várias idades da vida. [...] É quando melhor se podem observar os três aspectos da Literatura Infantil: o moral, o instrutivo e o recreativo. (MEIRELES 1984, p.99)

No século XIX, as mudanças ocorridas serviram de base para uma nova representação de mundo na literatura e na arte. Sob esse aspecto

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