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Comunicacao Empresarial

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Por:   •  22/4/2013  •  1.234 Palavras (5 Páginas)  •  543 Visualizações

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A Comunicação Empresarial brasileira, apesar dos seus avanços indiscutíveis, se depara ainda com imensos desafios a serem superados. Estes desafios são interpostos pelo mercado, pela sociedade, pela ação mobilizadora dos públicos de interesse e sobretudo pela própria maneira com que muitas organizações contemplam a comunicação.

O mercado se vê diante, cada vez com maior frequência e intensidade, da síndrome do camaleão, ou seja muda de cor a cada momento, em virtude das circunstâncias, obrigando organizações e profissionais a deixarem repetidamente a sua zona de conforto, o que, convenhamos, tem um efeito pedagógico importante. Ao mesmo tempo se caracteriza pela concentração empresarial, derivada de fusões e aquisições ou do crescimento de alguns "players", favorecidos pela relação (nem sempre ética) com governos e a elite brasileira.

Podemos enumerar algumas situações: a) as farmacêuticas andam comprando os fabricantes de genéricos e sufocando a concorrência. O paciente acaba pagando a conta; b) Os 5 maiores bancos brasileiros já respondem por mais de 77% dos ativos e os 10 maiores por quase 90%. E os juros e as tarifas continuam abusivos; c) Governos sustentam montadoras, contemplando gestões perdulárias e incompetentes. E a poluição aumenta nas grandes cidades, matando milhares de pessoas anualmente; d) Empresas de biotecnologia transnacionais avançam sobre as empresas locais de forma predadora. E o país fica refém do monopólio das sementes.

A sociedade , com a participação expressiva dos movimentos sociais e de lideranças esclarecidas, toma consciência de seus direitos e deveres e cobra mudanças. O apagão ético e tecnológico da Telefônica mereceu amplo repúdio da opinião pública, absolutamente merecido. As ONGs de fachada (e como elas proliferam nesse país!) são retiradas de dentro dos armários e mostram a cara. Com isso algumas empresas públicas, que as subsidiam, acabam aparecendo no reflexo do espelho e ganham manchetes desfavoráveis na mídia. Aumenta a vigilância sobre a gestão da coisa pública e alguns bigodes ilustres migram das páginas de política e cultura (alguns ex-presidentes são imortais de Academias sem terem publicado livros ou sem terem leitores para aqueles que ousaram publicar) para as páginas policiais.

Os públicos de interesse assumem cada vez mais o papel de parceiros (e patrulheiros) das organizações e cobram coerência entre o discurso e a realidade. Cai a máscara do marketing verde e aumenta a desconfiança e a irritação contra as tentativas repetidas de limpeza de imagem de organizações irresponsáveis socialmente. Além disso, esses públicos exigem atenção especial, requerem canais de relacionamento competentes e cobram reciprocidade. Clamam por respostas precisas e rápidas e dispensam promessas vazias que não são acompanhadas dos respectivos projetos de implementação., Os RIMs (Relatórios de Impacto) - ambiental, social, econômico são cada vez mais obrigatórios.

A evolução acelerada das tecnologias , o fato de as pessoas e grupos terem ganho voz e estarem organizados em redes sociais eficazes acabam provocando mudanças profundas no relacionamento com as organizações. Mas elas, em sua maioria, continuam lentas, não democráticas, imaginando que o seu passado pode respaldar o seu presente e futuro.

Embora este artigo não tenha fôlego para examinar em detalhe alguns dos desafios (e são muitos) para a comunicação empresarial brasileira, podemos alinhar pelo menos 12 deles:

1) A comunicação empresarial brasileira não pratica efetivamente a segmentação de públicos e canais e defende a tese equivocadíssima de que " tudo que cai na rede é peixe";

2) A comunicação empresarial brasileira não assume uma perspectiva crítica, acreditando mais em versões do que em fatos. Ela se caracteriza pela obsessão por autoelogios e pela multiplicação desordenada de "cases de sucesso", muitos deles meros exercícios de hipocrisia e mentira empresariais;

3) A comunicação empresarial brasileira confunde terrenos e praias distantes como a distinção obrigatória entre espaço editorial e espaço publicitário dos jornais e ignora a complexidade dos processos, simplificando-os inadvertidamente;

4) A comunicação empresarial proclama-se descontraída e democrática com os públicos externos mas permanece autoritária em relação aos públicos internos, com práticas abusivas de assédio moral, desestímulo à divergência, recusa em aceitar o funcionário como protagonista e assim por diante;

5) A comunicação empresarial brasileira não leva a fundo os conceitos, desconstruindo-os ao longo do tempo. Isso vale para os conceitos de responsabilidade social, sustentabilidade, comunicação estratégica e comunicação integra, entre outros;

6) A comunicação empresarial tem boca grande e ouvidos pequenos, isto é, está mais propensa a falar do que a ouvir, sintoma da arrogância de algumas organizações de grande porte que, respaldadas em seu poderio econômico, tentam fazer prevalecer as suas posições e mentiras com campanhas milionárias de publicidade;

7) A comunicação empresarial brasileira defende a tese de

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