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Desastres De Sofia

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Por:   •  2/4/2014  •  797 Palavras (4 Páginas)  •  2.828 Visualizações

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TEXTO PARA INTERPRETAÇÃO

OS DESASTRES DE SOFIA, de Clarice Lispector.

Qualquer que tivesse sido o seu trabalho anterior, ele o abandonara, mudara de profissão e passara pesadamente a ensinar no curso primário: era tudo o que sabíamos dele.

O professor era gordo, grande e silencioso, de ombros contraídos. Em vez de nó na garganta, tinha ombros contraídos. Usava paletó curto demais, óculos sem aro, com um fio de ouro encimando o nariz grosso e romano. E eu era atraída por ele. Não amor, mas atraída pelo seu silêncio e pela controlada impaciência que ele tinha em nos ensinar e que, ofendida, eu adivinhara. Passei a me comportar mal na sala. Falava muito alto, mexia com os colegas, interrompia a lição com piadinhas, até que ele dizia vermelho:

_ Cale-se ou expulso a senhora da sala.

Ferida, triunfante, eu respondia em desafio: pode me mandar!

Ele não mandava, senão estaria me obedecendo. Mas eu o exasperava tanto que se tornara doloroso para mim ser o objeto do ódio daquele homem que de certo modo eu amava. Não o amava como a mulher que eu seria um dia, amava-o como uma criança que tenta desastradamente proteger um adulto, com a cólera de quem ainda não foi covarde e vê um homem forte de ombros tão curvos. (...)

LISPECTOR, Clarice. A legião estrangeira. São Paulo. Ática, 1977, p. 11.

Questões:

1. No segundo parágrafo, o narrador afirma que o professor tinha “ombros contraídos”. Essa característica fora do contexto em que está inserida pode sugerir várias interpretações. Enumere-as. Mas, levando em conta o contexto, apenas uma dessas possibilidades contém uma interpretação adequada. Indique qual é essa possibilidade e, com outras passagens do texto, justifique a sua escolha.

Resposta:

(1) que o professor era frágil fisicamente;

(2) que era corcunda;

(3) que o professor era velho;

(4) que era acovardado e submisso às pressões sociais.

Temos a alternativa (4) como adequada, pois há uma afirmativa na passagem: “Amava-o como a criança que tenta desastradamente proteger um adulto, com a cólera de quem ainda não foi covarde e vê um homem forte de ombros tão curvos”.

2. Há várias passagens do texto em que o narrador dá a entender que o professor era uma pessoa que tomava atitudes contrárias à sua vontade ou tinha características que não combinavam entre si. Cite ao menos duas passagens do texto que comprovem essa afirmação.

Resposta:

“Cale-se ou expulso a senhora da sala.”

“Ferida, triunfante, eu respondia em desafio: Pode me mandar!”

“Qualquer que tivesse sido o seu trabalho anterior, ele o abandonara, mudara de profissão e passara pesadamente a ensinar no curso primário: era tudo o que sabíamos dele”.

3. Segundo o texto, os sentimentos da aluna pelo professor eram ambíguos, isto é, eram sentimentos que se contrariavam.

a) Cite algumas passagens em que se manifesta essa contradição.

Resposta:

“... mas atraída pelo seu silêncio e pela controlada impaciência que ele tinha em nos ensinar o que, ofendida, eu adivinhara”.

b) Qual o motivo dessa ambiguidade?

Resposta:

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