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Gregório De Matos

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Por:   •  2/6/2013  •  1.914 Palavras (8 Páginas)  •  621 Visualizações

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MEC/ UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

Campus Florestal - CEDAF

Convênio UFV/SEE

TRABALHO DE LÍNGUA PORTUGUESA: GREGÓRIO DE MATOS

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 4

DESENVOLVIMENTO 6

Característica Literária 6

Poesia Lírica Religiosa 6

Poesia Lírica Amorosa 7

Poesia Satírica 8

Poesia Erótica 9

CONCLUSÃO 11

REFERÊNCIAS 12

1. INTRODUÇÃO

Poeta do movimento barroco brasileiro, Gregório de Matos Guerra nasceu no dia 23 de dezembro de 1636 em Salvador e faleceu em 1696, em Recife. Filho de pais abastados, seguiu a carreira jurídica e aos 19 anos foi a Portugal, com o intuito de cursar Direito na faculdade de Coimbra, onde trabalhou como juiz de fora na cidade de Alcácer do Sal (na região do Alentejo). Ainda em Portugal, é nomeado representante da Bahia nas cortes de Lisboa e, em 1672, torna-se procurador. Em 1679 é nomeado Desembargador da Relação Eclesiástica da Bahia pelo então arcebispo Gaspar Barata de Mendonça e, em 1682 é nomeado tesoureiro-mor da Sé pelo rei D. Pedro II de Portugal. Retorna ao Brasil em 1683, mas é destituído de suas funções por desacatar ordens da instituição religiosa, como a de não utilizar o vestuário exigido para seu cargo e, em 1685 é denunciado sob a acusação de que seus costumes e suas opiniões críticas não condiziam com esperado de alguém que exerce funções dentro de uma instituição sagrada. Nesse mesmo período, nutre inimizade tanto com pessoas influentes quanto com pessoas mais simples da sociedade baiana, o que acaba por gerar muitos dos seus poemas satíricos e eróticos, principalmente os de cunho religioso.

É considerado o primeiro poeta genuinamente brasileiro pois, anteriormente, os que escreviam na e sobre a colônia eram em sua maioria viajantes europeus ou jesuítas vindos principalmente de Portugal (Companhia de Jesus). Além disso, é responsável por uma vasta obra poética que começou a ser organizada e publicada nas primeiras décadas do século XIX.

Gregório de Matos é autor de poesias satíricas sobre autoridades civis e religiosas e ridicularizando costumes da cidade que lhe desagradavam, sua língua afiada e a mordacidade de seus versos lhe renderam o apelido de “Boca do Inferno”. Sua obra está dividida em três grandes temáticas:satírica (também conhecida por ser erótica e pornográfica), religiosa e amorosa as quais abarcam tanto o estilo cultista (valorização da forma) quanto o conceptista (valorização do conteúdo).

Embora Gregório de Matos exercesse fascínio por muitos estudiosos e críticos literários, sua obra só se tornou acessível ao público quando, entre os anos de 1923 e 1933, a Academia Brasileira de Letras publicou uma coletânea em seis volumes com toda a sua obra. Antes disso, a impressão de material na colônia sem autorização da corte era proibida e seu material era publicado em manuscritos e divulgado de mão em mão. Só mais adiante sua obra foi transformada em códices, o que permitiu que numerosos jornalistas e estudiosos das letras brasileiras se debruçassem sobre seus poemas e publicassem poemas e fragmentos em periódicos e antologias. O mais conhecido desse é o Florilégio da Poesia Brasileira (1850), uma compilação de 39 poemas de autoria do historiador Francisco Adolfo de Varnhagen e publicado em Lisboa.

2.DESENVOLVIMENTO

2.1 Característica Literária

A poesia de Gregório de Matos é lírica ( amorosa e religiosa) e satírica. Absolutamente conforme a estética do Barroco, abusa de figuras de linguagem; faz uso do estilo cultista (que busca saber como das coisas) e conceptista ( que busca a essência das coisas), através de jogos de palavras e raciocínios sutis. As contradições, próprias, talvez, de sua personalidade instável, são uma constante em seus poemas, oscilando entre o sagrado e o profano, o sublime e o grotesco, o amor e o pecado, a busca de Deus e os apelos terrenos.

É mais conhecido por sua sátira ferina, azeda e mordaz, usando, às vezes, palavras de baixo calão, daí seu epíteto Boca do Inferno. Critica todos os aspectos da sociedade baiana, particularmente o clero e o português. A atitude nativista que disso resulta é apenas consequência da situação da colônia brasileira.

2.2 Poesia Lírica Religiosa

A preocupação religiosa do escritor revela-se no grande número de textos que tratam do tema da salvação espiritual do homem. A lírica religiosa obedece aos princípios fundamentais do Barroco europeu, fazendo uso de temas como o amor a Deus, a culpa, o arrependimento, o pecado e o perdão, além das constantes referências bíblicas. A língua empregada é culta e apresenta inversões e figuras de linguagem abundantes.

Buscando a Cristo

À vós correndo vou, braços sagrados,

Nessa cruz sacrossanta descobertos

Que, para receber-me, estais abertos,

E, por não castigar-me, estais cravados.

A vós, divinos olhos, eclipsados

De tanto sangue e lágrimas abertos,

Pois, para perdoar-me, estais despertos,

E, por não condenar-me, estais fechados.

A vós, pregados pés, por não deixar-me,

A vós, sangue vertido, para ungir-me,

A vós, cabeça baixa, p'ra chamar-me

A vós, lado patente, quero unir-me,

A vós, cravos preciosos, quero atar-me,

Para

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