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O Guarani

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Por:   •  20/9/2013  •  2.082 Palavras (9 Páginas)  •  424 Visualizações

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BIBLIOGRAFIA DO AUTOR

José de Alencar (1829-1877) foi romancista, dramaturgo, jornalista, advogado e político brasileiro. Foi um dos maiores representantes da corrente literária indianista. Destacou-se na carreira literária com a publicação do romance "O Guarani", em forma de folhetim, no Diário do Rio de Janeiro, onde alcançou enorme sucesso. Seu romance "O Guarani" serviu de inspiração ao músico Carlos Gomes, que compôs a ópera O Guarani. Foi escolhido por Machado de Assis, para patrono da Cadeira nº 23, da Academia Brasileira de Letras.

José de Alencar consolidou o romance brasileiro, ao escrever movido por sentimento de missão patriótica. O regionalismo presente em suas obras abriu caminho para outros sertanistas, preocupados em mostrar o Brasil rural.

José de Alencar criou uma literatura nacionalista onde se evidencia uma maneira de sentir e pensar tipicamente brasileiras. Suas obras são especialmente bem sucedidas quando o autor transporta a tradição indígena para a ficção. Tão grande foi a preocupação de José de Alencar em retratar sua terra e seu povo que muitas das páginas de seus romances relatam mitos, lendas, tradições, festas religiosas, usos e costumes observados pessoalmente por ele, com o intuito de, cada vez mais, abrasileirar seus textos.

José de Alencar (1829-1877) nasceu em Miscigena, Ceará no dia 1 de maio de 1829. Filho de José Martiniano de Alencar, senador do império, e de Ana Josefina. Em 1838 muda-se para o Rio de Janeiro. Com 10 anos de idade ingressa no Colégio de Instrução Elementar. Com 14 anos vai para São Paulo, onde termina o curso secundário e ingressa na faculdade de direito do Largo de São Francisco.

Em 1847 escreve seu primeiro romance "Os Contrabandistas". Em 1850 conclui o curso de direito. Pouco exerceu a profissão. Ingressou no Correio Mercantil em 1854. Na seção "Ao Correr da Pena" escreve os acontecimentos sociais, as estreias de peças teatrais, os novos livros e as questões políticas. Em 1856 passa a ser o redator chefe do Diário do Rio de Janeiro, onde em 1 de janeiro de 1857 publica o romance "O Guarani", em forma de folhetim, alcançando enorme sucesso, e logo é editado em livro.

Em 1858 abandona o jornalismo para ser chefe da Secretaria do Ministério da Justiça, aonde chega à Consultoria. Recebe o título de Conselheiro. Nessa mesma época é professor de direito Mercantil. Foi eleito deputado pelo Ceará em 1861, pelo partido Conservador, sendo reeleito em quatro legislaturas. Na visita a sua terra Natal, se encanta com a lenda de "Iracema", e a transforma em livro.

Famoso, a ponto de ser aclamado por Machado de Assis como "o chefe da literatura nacional", José de Alencar morreu aos 48 anos no Rio de Janeiro vítima da tuberculose, em 12 de dezembro de 1877, deixando seis filhos, inclusive Mário de Alencar, que seguiria a carreira de letras do pai.

ENREDO E ESTRUTURA

Em síntese, em O Guarani se contam as dramáticas lutas do fidalgo português D. Antônio de Mariz contra os índios que lhe assediam a casa e terras e contra a revolta dos homens d'arma a seu serviço, estimulados pelo ex-frade italiano, Loredano. Encontra D. Antônio de Mariz leal e dedicado aliado na pessoa do índio Peri, fascinado pela beleza celestial de Cecília, filha de D. Antônio. Peri salva mais de uma vez a vida de Ceci, como a chamava, e, tornado cristão, recebe do fidalgo português a missão de salvar-lhe a filha quando, impossibilitado de resistir por mais tempo à investida numerosa dos selvagens, resolve destruir sua casa para não se render.

Paralelamente, narram-se também no livro os amores de Isabel, filha natural de D. Antônio de Mariz, e do jovem fidalgo D. Álvaro de Sá" ("Nossos Clássicos", p. 19).

PERSONAGENS

Personagens: Peri: índio valente, corajoso, chefe da nação goitacá, o Guarani.

Ceci (Cecília): moça linda, de doces olhos azuis, gênio travesso, mas meiga, suave, sonhadora, herdeira da força moral interior de seu pai, D. Antônio Mariz.

Isabel: moça morena, sensual, de sorriso provocador; filha bastarda de D. Antônio Mariz com uma índia, oficialmente sobrinha dele e prima de Ceci.

D. Antônio Mariz: fidalgo português da mais pura estirpe.

Dona Lauriana: senhora paulista, de cerca de cinquenta anos, magra, forte, de cabelos pretos com alguns fios brancos; um tanto egoísta, soberba, orgulhosa, diferente do marido, D. Antônio Mariz.

D. Diogo Mariz: jovem fidalgo, na “flor da idade”, que passa o tempo em caçadas e correrias; tratado com rigidez pelo pai, D. Antônio Mariz, em nome da honra da família.

Loredano: um dos aventureiros da casa do Paquequer; italiano, moreno, alto, musculoso, longa barba negra, sorriso branco e desdenhoso, ganancioso, ambicioso; ex-padre (Frei Ângelo de Luca), religioso traidor de sua fé.

TEMPO

Facilmente se percebe o estilo de época romântico em 0 Guarani. Várias de suas características podem ser detectadas:

1) O Romantismo foi, sem dúvida, a "apoteose do sentimento ". É um estilo que se centraliza no coração e que se destina, sobretudo a sensibilizar o leitor. Assim como o clássico escrevia fundamentado na razão (= na lógica, no intelecto), o romântico o faz com o coração. Daí o amor ser uma de suas principais temáticas. É uma literatura que procura enternecer e comover.

Em O Guarani, não é difícil perceber essa situação. Não só a história de amor de Isabel e Álvaro nos emociona como, sobretudo a de Peri e Cecília. Isto sem falar da exaltação de sentimentos como lealdade, nobreza, bravura, honra que caracterizam bem as verdadeiras personagens românticas como é o caso de Cecília, Álvaro, D. Antônio e Peri.

2) Outra atitude frequente e a procura de solidão. O personagem romântico é sempre um individualista – um solitário, que foge da sociedade. Em 0 Guarani, é interessante observar a atitude de D. Antônio que se isola num recanto, longe da sociedade. É bem verdade que essa atitude foi provocada pela lealdade que devotava ao rei de Portugal, mas não deixa de ser um aspecto romântico.

Além dessa atitude, outros exemplos podem ser colocados. É o caso da referência abaixo a Cecília que, deixando Isabel a sós, "foi agasalhar os seus dois companheiros (= a rolinha e o veado) de solidão" (p.

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